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“É fácil submeter povos livres: basta retirar – lhes o direito de expressão”. Marechal Manoel Luís Osório, Marquês do Erval -15 de abril de 1866

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07 junho, 2020

SOCIEDADE DE IMUNIZAÇÃO LANÇA CARTILHA DE VACINAÇÃO DURANTE PANDEMIA



O Brasil é o único país do mundo a oferecer vacinação gratuita, mas, apesar disso e em função da pandemia do novo coronavírus, está ocorrendo no país baixa procura por vacinas. 

Aproveitando o Dia Nacional da Imunização, na próxima terça-feira (9), a SBIm, em parceria com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), vai lançar uma cartilha sobre a vacinação na pandemia, durante webinário (conferência online) voltado a profissionais da área de saúde. A cartilha digital Pandemia covid-19: o que muda na rotina das imunizações vai mostrar à população como ir a uma unidade de saúde com segurança e como os serviços de vacinação públicos e privados devem atender a população com os cuidados necessários e respeito ao distanciamento social.

Isabella Ballalai destaca a importância de manter a carteira de vacinação atualizada para prevenção de doenças. “Essa é uma das grandes preocupações da Organização Mundial da Saúde (OMS), do Unicef, da SBP e da SBIm. A gente vem trabalhando muito nisso, porque já vimos acontecer em várias situações de surto, no mundo”. Isabella destacou que no surto do vírus ebola, na África Ocidental, que surgiu em dezembro de 2013, morreu mais gente naqueles países de malária, tuberculose, difteria do que do próprio ebola.

A vice-presidente da SBIm reconheceu que a covid-19 é, sem dúvida, um problema grave que merece a atenção de todos. “Mas a gente não pode tirar a atenção de outras patologias que não deixaram de circular, outras doenças infecciosas que colocam em risco a nossa população, não só de crianças, mas também de adolescentes e adultos”, advertiu.

Segundo o Unicef, 117 milhões de crianças ficarão sem vacina de sarampo por causa do cenário de pandemia e de questões de estrutura. No Brasil, a médica afirmou que se percebe uma “queda dramática” da busca pela vacinação. Admitiu que é difícil para a população quebrar a regra do isolamento social. “É importante entender que ficar em casa deve ser, sim, a nossa conduta, mas para algumas situações essenciais é preciso sair de casa”.

Após o lançamento da cartilha, a SBIm vai fazer uma campanha de comunicação nas mídias sociais intitulada Vacinação em dia, mesmo na pandemia, cujo objetivo é conscientizar especialistas e o público em geral sobre a importância de não deixar de se vacinar nesse período.

As normas que serão dadas na cartilha e na campanha abrangem não só os cidadãos e o pessoal da área de saúde, como médicos e enfermeiros, mas todos os profissionais que trabalham nos postos e unidades de vacinação, desde a portaria, até o pessoal de segurança e limpeza. “A gente precisa mobilizar tanto o profissional de saúde quanto a população, porque já perdemos muito”, disse.

Isabella informou que existem 36 mil salas de vacinação no Brasil. “Dá para ir a pé, usar máscara, carregar o seu álcool gel, com os cuidados de não encostar nas superfícies sem motivo”, recomendou.

Isabella Ballalai, que também é coordenadora científica da cartilha, informou que as coberturas antes da covid-19, para poliomielite, por exemplo, estavam em torno de 80% quando o ideal é 95%. “O Brasil não está livre do retorno da poliomielite”, assegurou a pediatra. Citou também que 19 estados brasileiros já estão com circulação de sarampo, doença potencialmente grave, que pode levar à internação e à morte, da mesma forma que a febre amarela, que estava circulando na Região Sul e que apresenta letalidade muito maior que a covid-19, mas com número bem menor de casos.

Em relação à varíola, a especialista afirmou que não há possibilidade de volta da doença porque o Brasil conseguiu vacinar 100% da população. O mesmo não acontece com a poliomielite, que foi erradicada do país em 1974, porque dois países têm pólio endêmica: o Afeganistão e  o Paquistão. A situação ali é difícil e piorou muito com a covid-19 porque as equipes destinadas ao combate à poliomielite foram reduzidas para ampliar o tratamento do novo coronavírus. Isabella Ballalai advertiu que, com o fim do isolamento social, viagens voltarão a ser feitas pelo mundo e, em algum momento, a pólio pode entrar de novo no Brasil, do mesmo modo que outras infecções.

A pediatra disse que todas as vacinas recomendadas atualmente no calendário público do Programa Nacional de Imunização, bem como nos calendários das sociedades médicas, são consideradas fundamentais e básicas. Elas previnem em torno de 20 doenças em diferentes faixas etárias.

Destacou que as gestantes devem ter atenção especial. “Protegendo a gestante, a gente protege o recém-nascido nos seus primeiros três meses de vida, quando ele ainda não pode tomar muitas vacinas”, observou. Ressaltou também que nenhuma das vacinas é contra uma doença benigna. “Não existe vacina contra doença que não seja potencialmente grave, que possa levar à morte ou às hospitalizações. Nós, no Brasil, temos o melhor calendário público de vacinação. Somos o único país a oferecer vacinas totalmente de graça, diferentemente do que as pessoas pensam que ocorre nos Estados Unidos, onde só tem vacina de graça para quem tem o seguro saúde”.

Em relação à vacinação contra a gripe, Isabella lembrou a importância da comunicação. Segundo ela, o brasileiro entendeu que a vacina da gripe é para idoso. Na primeira fase da campanha, voltada para os idosos, a cobertura foi de mais de 100%, resultado só registrado no Brasil. Já para as crianças e, principalmente, para pessoas com doenças crônicas, que constituem, depois do idoso, o principal alvo da covid-19, as coberturas não foram as desejadas.

O conteúdo da cartilha poderá ser baixado a partir do dia 13 no endereço sbim.org.br e em selounicef.org.br. (ABr)

Domingo, 07 de junho, 2020 ás 11:00


05 junho, 2020

TCU INDICA FRAUDES EM CONTRATOS DO GOVERNO BOLSONARO QUE SOMAM R$ 500 MILHÕES


Uma força-tarefa do Tribunal de Contas da União encontrou indícios de fraudes em 55 contratos com empresas de tecnologia da informação (TI) firmados pelo governo federal que custaram R$ 500 milhões aos cofres públicos. Entre as irregularidades encontradas estão desde a falta de justificativa para as contratações até a ausência de detalhamento do serviço que seria prestado, o que levou os auditores a apontarem um potencial risco de corrupção e desvio de dinheiro.

A investigação foi iniciada em 31 de julho do ano passado e envolve contratos em 11 ministérios, incluindo Saúde, Cidadania, Educação, Economia e Infraestrutura, além de 17 órgãos do governo. Nem todos foram fechados na gestão de Jair Bolsonaro, mas receberam aditivos ou foram mantidos em vigor pela atual gestão. Do total apontado como suspeito de irregularidades, pelo menos R$ 100 milhões ainda estavam vigentes em março de 2020.

 Dentre os achados, o TCU verificou que em nenhum dos 55 contratos era possível calcular o custo real dos serviços prestados, pois não houve justificativa técnica ou econômica pela qual a empresa foi contratada. Sem essa métrica, os órgãos de controle não conseguem saber se os acordos atendem critérios mínimos de economicidade.

Outro problema é que 83% dos contratos não tinham nem sequer o detalhamento dos serviços para os quais a empresa foi contratada. Essa é uma fragilidade que, na avaliação dos auditores, facilita o possível desvio de recursos. Ainda segundo o TCU, 94% das contratações não possibilitaram uma avaliação da razoabilidade dos preços. “Ou seja, os preços praticados não tinham comparabilidade com a vida real”, diz trecho do relatório técnico do órgão.

 Nos contratos objeto de apuração, os técnicos do TCU encontraram situações que eles narram como exemplares do mau uso do dinheiro público. Em um contrato, por exemplo, previa o pagamento de R$ 423 pela substituição de um cabo de rede, R$ 879 pela instalação de um aparelho telefônico (apenas o serviço), R$ 1.242 pela liberação da ferramenta online WhatsApp Web –  ou seja, desbloquear o firewall da rede, serviço feito remotamente –  e R$ 961 para cadastrar um usuário na rede. O custo total deste contrato era de R$ 32 milhões aos cofres públicos.

As apurações foram tocadas pela Secretaria de Fiscalização de Tecnologia da Informação (Sefti) do TCU.  Os auditores propõem que o tribunal notifique o Ministério da Economia para que adote uma série de medidas, como a edição de normas de controle e portarias para evitar fraudes na área.

Em casos em que há suspeitas de corrupção, as informações são repassadas à Polícia Federal para que aprofunde as investigações. A reportagem procurou a Casa Civil, o Ministério da Economia e o Palácio do Planalto para comentarem o relatório do TCU, mas nenhum deles respondeu até a publicação desta notícia.

Em fevereiro, o Estadão revelou que o Ministério da Cidadania firmou negócios em série e sem licitação, em 2019, para contratação de serviços e soluções na área de computação. Na época, a pasta era comandada pelo deputado Osmar Terra (MDB-RS).

Na lista de empresas contratadas está a Business Technology (B2T), que virou alvo da Polícia Federal na Operação Gaveteiro. A suspeita é de que a empresa tenha sido usada como fachada para desviar R$ 50 milhões dos cofres públicos entre 2016 e 2018, durante a gestão do presidente Michel Temer.

*Estadão

Sexta-feira, 05 de junho, 2020 ás 19:30


04 junho, 2020

VINGANÇA: GOVERNO RETIRA R$ 83 MILHÕES DO BOLSA FAMÍLIA E DESTINA À COMUNICAÇÃO



Uma portaria publicada na quinta-feira (04/06), no Diário Oficial da União, suspende o repasse de R$ 83 milhões ao programa Bolsa Família e destina os valores para a comunicação institucional do governo federal. De acordo com o texto da medida, a suspensão da verba atinge diretamente famílias de baixa renda do Nordeste.

A decisão é assinada pelo Secretário Especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues Júnior. A medida, que ocorre em meio a pandemia de coronavírus, atinge diretamente pessoas mais pobres, que precisam dos recursos destinados a transferência de renda.

O governo oferece, em meio a diversos problemas de avaliação e de pagamentos, um auxílio emergencial de R$ 600. No entanto, essa ajuda é temporária, e deve ser prorrogada por apenas dois meses, com valores reduzidos. A transferência de recursos do Bolsa Família para à Presidência da República ocorrem em meio a acusações de que o governo Bolsonaro atua para prejudicar moradores carentes do Nordeste.

Uma decisão do ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), tomada em março deste ano, determina que o governo suspenda cortes do Bolsa Família no Nordeste e distribua os recursos de forma igualitária para todas as regiões do país.

O caso foi parar no Supremo após denúncias de que o Executivo só distribuiu 3% dos recursos destinados a novos pagamentos do programa para famílias nordestinas, e concentrou no Sudeste, região onde o presidente Jair Bolsonaro teve maior número de votos nas últimas eleições.

*Correio Brasiliense

Quinta-feira, 04 de junho, 2020 ás 12:55