O Tribunal de Contas da União (TCU),
em atendimento ao requerimento 137/16 do senador Ronaldo Caiado (DEM-GO),
determinou a devolução de 697 presentes e documentos pertencentes à União e que
estão em posse dos ex-presidentes Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva.
A decisão foi fruto de auditoria
realizada a pedido do democrata e constatou “graves irregularidades em toda a
gestão do patrimônio público referente a ‘presentes’ recebidos pela Presidência
da República desde 2002″. O tribunal determinou um prazo de 120 dias
para que sejam identificados os atuais mantenedores, bem como a localização de
568 bens recebidos por Lula e 144 itens adquiridos por Dilma.
“Cabe a nós, parlamentares, a fiscalização do
Executivo acionando as instituições para que apurem suspeitas de
irregularidades no Palácio do Planalto. Foi o que fizemos ao pedir a auditoria
de bens da União que estariam em posse dos ex-presidentes. Que esta falha grave
seja corrigida em tempo e que se crie jurisprudência para que nenhum chefe de
Estado confunda mais o que é patrimônio público com patrimônio pessoal”,
comentou Caiado.
A decisão do TCU se valeu da
interpretação do inciso II do Decreto 4.344/2002 concluindo que presentes
recebidos em audiências com outros chefes de estado ou de governo devem estar
incluídos na norma, independente do nome dado ao evento pelos cerimoniais e o
local em que aconteceram.
Ao todo, foram recebidos 1.073
presentes, restando 712 itens dos quais apenas 15 foram incorporados ao
patrimônio da união.
O tribunal de contas ainda ressaltou a
necessidade de melhorar a fiscalização sobre itens pertencentes à União. “É um
pequeno exemplo de como pessoas que estavam no poder já não tinham mais
qualquer receio em se apropriar daquilo que é do Estado brasileiro por
essência. Espero que nossa vitória deixe claro que este tipo de comportamento
não mais será tolerado”, afirmou Caiado. (A/E)
Sexta-feira, 09 de setembro, 2016
TOFFOLI RECUA
DE LIMINAR QUE MANTINHA PETISTA NA PRESIDÊNCIA DA EBC
O ministro Dias Toffoli decidiu nesta
quinta-feira, 8, cassar a própria liminar que havia concedido para manter o
jornalista Ricardo Melo na presidência da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
A EBC se tornou palco de batalha entre o presidente Michel Temer e a agora
ex-presidente Dilma Rousseff.
Na avaliação do ministro, a medida
provisória encaminhada pelo Palácio do Planalto que muda o funcionamento da EBC
traz "alteração normativa" que faz perder o objeto do mandado de
segurança apresentado por Melo.
A medida provisória publicada no
início deste mês traz uma série de mudanças, entre elas a previsão de mandato
do diretor-presidente da EBC. Antes, a legislação fixava que o mandato seria de
quatro anos; agora, pelo texto da MP, "o prazo máximo" da ocupação de
cargo na diretoria-executiva é de quatro anos, sendo vedada a recondução.
Conforme a medida provisória, "os membros da diretoria-executiva serão nomeados
e exonerados pelo Presidente da República". A nova redação, portanto, dá a
Temer o poder de exonerar o diretor-presidente da EBC e nomear uma outra pessoa
para o cargo quando quiser.
"Alterou-se, destarte, o comando
legal, excluindo-se a previsão de mandato, com base na qual se amparou o
impetrante para requerer a nulidade do ato presidencial de sua
exoneração", argumenta Toffoli.
"Reafirme-se que o objeto do
presente mandamus é o ato de exoneração do impetrante praticado pelo Presidente
da República quando em vigência a previsão legal de mandato ao
diretor-presidente da Empresa Brasileira de Comunicação - EBC. A alteração
normativa, com exclusão dessa previsão, faz perder, portanto, o objeto do
mandado de segurança impetrado", conclui o ministro.
Com a queda da liminar, o Planalto já
prepara novamente a nomeação do jornalista Larte Rimoli. No entanto, segundo
uma fonte do governo, a medida ainda não será publicada nesta sexta-feira, 9.
Exoneração
No último dia 2, o governo federal
teve que anular a exoneração do jornalista Ricardo Melo da presidência da EBC,
depois de ter publicado decreto no Diário Oficial da União que substituía Melo
pelo também jornalista Laerte Rimoli.
O presidente da Câmara dos Deputados,
Rodrigo Maia (DEM-RJ), que ocupou interinamente a Presidência da República na
semana passada, assinou dois decretos, um exonerando Melo e outro nomeando
Rimoli, mas foi obrigado a recuar por força de uma liminar de Dias Toffoli.
Para não contrariar decisão judicial,
o cargo foi devolvido a Melo, pela segunda vez. Ele foi nomeado em maio pela
ex-presidente Dilma Rousseff. (AE)
Sexta-feira, 09 de setembro, 2016
SENADO APROVA
REDUÇÃO NO NÚMERO DE MINISTÉRIOS DE 32 PARA 26
O governo do presidente Michel Temer
conseguiu uma importante vitória na noite desta quinta-feira, 08, no Senado com
a aprovação da Medida Provisória que institui a reforma administrativa com a
redução de 32 para 26 no número de ministérios e corte de cargos e funções
comissionadas. A MP 726 foi assinada por Temer em 12 de maio, horas após ele
assumir o comando do País com o afastamento à época temporário de Dilma
Rousseff e perderia a validade à meia-noite de ontem.
Mesmo sob críticas e manobras
regimentais da oposição, o Palácio do Planalto conseguiu mobilizar sua base
aliada para garantir a presença de senadores a fim de votar a MP numa
quinta-feira, após o feriado de 7 de Setembro e em meio ao período de eleições
municipais. Pela manhã, o ministro interino do Planejamento, Dyogo Oliveira,
esteve na Casa para conversar sobre a matéria com o senador Romero Jucá
(PMDB-RR), um dos principais aliados de Temer e designado relator da proposta
no Senado. A MP, que segue para a sanção presidencial, passou com 44 votos a
favor, seis contra e uma abstenção.
O próprio Temer se envolveu
pessoalmente nas negociações da MP. Durante a viagem à China, na semana
passada, o presidente conversou com o presidente do Senado, Renan Calheiros
(PMDB-AL), tendo recebido dele a promessa de esforço para tentar votar o texto.
O governo tinha, se a medida não fosse aprovada, um plano B: mandaria uma nova
MP ao Congresso tratando desse tema só que com texto modificado.
A medida extinguiu ministérios e
órgãos que tinham status ministerial tais como as Secretarias dos Portos e da Aviação
Civil, os Ministérios do Desenvolvimento Agrário e das Comunicações, fundindo
algumas delas a outras estruturas do primeiro escalão do governo. O comando do
Banco Central e o advogado-geral da União continuam como ministros, até que uma
emenda constitucional seja aprovada pelo Congresso em que revogam tal status.
A base rejeitou destaques apresentados
pela oposição que tentava recriar o Ministério da Previdência, que foi
incorporado à pasta da Fazenda e uma que derrubava a incorporação, pelo Ministério
da Justiça, das secretarias das Mulheres, da Igualdade Racial e de Direitos
Humanos, que na gestão Dilma tinham status de ministério.
Excepcional. Antes da votação da
matéria, Renan rejeitou um questionamento feito pelo senador petista José
Pimentel (CE) que alegava que a MP 726 e outra, a 727 (que cria o Programa de
Parcerias de Investimentos (PPI), não poderiam ir à votação por não terem
respeitado o prazo regimental para serem apreciadas.
Pimentel argumentara que as duas MPs
não tinham esperado as duas sessões de votação do plenário. Se as medidas
fossem votadas hoje, elas perderiam a validade.
Em resposta ao questionamento do
petista, Renan disse que o único motivo pelo qual não ocorreram duas sessões
deliberativas foi o fato de o Senado ter instituído um "calendário
excepcional" por conta das eleições municipais. Lembrou que as medidas
chegaram ao Senado no último dia 31 de agosto. Disse ainda que, se fosse um
período normal, teria havido sessões na quinta-feira da semana passada e na
terça-feira, cumprindo assim os prazos regimentais.
"Diante de um calendário
excepcional, é necessário uma contagem de prazos excepcional. Por isso eu,
lamentavelmente, indefiro a questão de ordem", decidiu Renan.
Petistas reclamaram da posição de
Renan, argumentando não terem referendado esse acordo para e votar as duas MPs
na sessão de hoje. O líder do PT, Humberto Costa (PE), disse considerar
"muito ruim" a maneira como se está começando esse novo período.
"Muda o governo, agora muda a regra do jogo como se faz as coisas no
plenário", criticou. No momento, o Senado vota a MP 727. (AE)
Sexta-feira, 09 de setembro, 2016
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