Liberdade de expressão

“É fácil submeter povos livres: basta retirar – lhes o direito de expressão”. Marechal Manoel Luís Osório, Marquês do Erval -15 de abril de 1866

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18 maio, 2020

EFEITO CORONAVÍRUS! PARTIDOS AVALIAM REALIZAR CONVENÇÕES ONLINE PARA ELEIÇÕES MUNICIPAIS



Com o número de mortes por coronavírus aumentando no país e a possibilidade de que o Brasil seja o novo foco da pandemia no mundo, partidos já cogitam realizar de forma online as convenções para oficializar a escolha de seus candidatos nas eleições municipais.

Embora o adiamento das eleições seja discutido, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) não alterou o calendário até agora. As convenções estão marcadas, portanto, de 20 de julho a 5 de agosto –daqui a cerca de 70 dias.

Não só os partidos, mas também o TSE começa a se mover para adaptar as convenções à nova realidade. A discussão sobre fazê-las online, o que envolve orientação da corte sobre o que será válido, já ocorre internamente no tribunal —embora ainda não haja decisões formais sobre isso.

Simbólicas por reunirem até centenas de filiados e apoiadores, as convenções costumam ser grandes eventos em salões enfeitados com faixas e bandeiras onde jingles se revezam com discursos políticos. O ponto problemático passou a ser a aglomeração da militância.

É nas convenções que os filiados votam para escolher quem serão os candidatos do partido a vereador e a prefeito. Como, na prática, essas escolhas já foram feitas pelo partido antes, a convenção tornou-se um ato burocrático, parte do processo de registro das candidaturas na Justiça Eleitoral.

Em reunião nesta semana, os dirigentes do PSDB aprovaram uma resolução para oferecer aos pré-candidatos ferramentas tecnológicas próprias e suporte jurídico para realizar as convenções online, aferindo a presença dos filiados e o resultado das votações.

O presidente da sigla, Bruno Araújo, diz que as ferramentas estão em desenvolvimento e que é necessário se adaptar “a uma realidade onde proteger vidas sempre será mais importante”.

“A sociedade e consequentemente a política não serão as mesmas. Jornalistas ancorando programas de casa, conselhos de administração de empresas online, medicina à distância, julgamentos virtuais. Adequação aos fatos que se impõem”, completa.

A opção dos tucanos pelas convenções online evita contrariar dois de seus principais líderes, o governador paulista, João Doria (PSDB), e o prefeito da capital, Bruno Covas (PSDB), que defendem o isolamento social. Covas será candidato à reeleição.

Outros partidos afirmaram à Folha que também avaliam realizar as convenções de forma virtual. A maior parte das siglas já adaptou a rotina para o isolamento social e vem realizando reuniões de dirigentes, votações internas, cursos, eventos e debates por meio das redes.

Vice-presidente do PSL, o deputado federal Júnior Bozzella (SP) diz que a executiva do partido já discutiu o tema das convenções online. “Estamos levando em conta essa possibilidade até para termos um planejamento estabelecido caso o isolamento social venha perdurar por mais tempo, invadindo os prazos de convenção”, diz.

O Cidadania pretende recorrer à convenção virtual desde que essa ferramenta esteja regulamentada pelo TSE. A avaliação no partido é a de que o cenário indica que ainda haverá proibição de aglomeração nos próximos meses. A sigla também pondera que hoje as decisões no Congresso e no Judiciário são virtuais, indicando que não há restrição no uso das redes para deliberar.

“Poderemos, sim, utilizar este mecanismo em caso de agravamento do coronavírus”, diz Carlos Lupi, presidente do PDT. “Cabe ao TSE regulamentar, mas é absolutamente possível fazer virtual. Até o STF está julgando de forma virtual”, diz a secretária de organização do PT, Sônia Braga. No PT, a escolha dos candidatos, feita antes das convenções, será virtual.

O presidente do DEM, ACM Neto, afirma que a convenção online será uma opção, mas considera precipitado tratar do tema sem uma posição da Justiça Eleitoral e do Congresso sobre adiamento da eleição. Ele espera que a decisão venha no início de junho, o que daria tempo hábil para os partidos se planejarem.

O compasso de espera dá o tom em todas as siglas —tanto em relação à evolução da doença nos próximos meses como em relação à sinalização do TSE sobre convenção online e sobre o próprio adiamento do calendário eleitoral.

Um grupo de trabalho do TSE designado para projetar efeitos da pandemia na eleição municipal concluiu até agora que é possível realizá-la no prazo correto, com os dois turnos em outubro (4 e 25).

  No entanto, o ministro Luís Roberto Barroso, que assume a presidência do TSE neste mês, indicou que um possível adiamento não deveria passar de dezembro –o que evitaria a polêmica de estender o mandato dos atuais prefeitos e vereadores.

O presidente do PSOL, Juliano Medeiros, e o do PSB, Carlos Siqueira, dizem aguardar a decisão do calendário para definir as convenções. O Novo afirmou que avaliará a partir da situação da pandemia.

No MDB, uma resolução que autoriza reuniões remotas atende o caso das convenções online, mas o partido também espera posicionamento do TSE. Na Rede ainda não há decisão sobre o tema. O Republicanos informou que fará uma consulta ao TSE sobre a validade jurídica da convenção online.

Embora o TSE não tenha normas definidas sobre o tema, a avaliação jurídica no PSDB é que as resoluções atuais do tribunal dão espaço para que a convenção seja virtual. As regras não mencionam especificamente reunião presencial, mas entre as informações obrigatórias na ata está o local onde foi feita a convenção.

O PSDB afirma que apenas o secretário da convenção e o presidente municipal do partido estariam no local indicado na ata. Os participantes teriam 72 horas após a convenção para irem à sede do partido, individualmente, assinar a ata.

Na opinião do marqueteiro Paulo Vasconcelos, que trabalhou nas campanhas de Aécio Neves (2014), Alexandre Kalil (2016) e Henrique Meirelles (2018), as convenções têm cada vez menos importância e, por isso, não há prejuízo em fazê-las online em termos de publicidade e divulgação para o eleitor.

“A convenção presencial servia para fazer uma foto. É um assunto completamente desinteressante, porque não há uma disputa de pré-candidatos —é homologatória. É feita para convertidos, não é para fora”, diz. 

*Folha online

Segunda-feira, 18 de maio, 2020 ás 22:00

SITUAÇÃO SE COMPLICA E O PLANALTO PRESSIONA PROCURADOR A PEDIR ARQUIVAMENTO DO INQUÉRITO



O inquérito contra o ex-ministro Sérgio foi aberto no Supremo Tribunal Federal a pedido do procurador-geral da República, Augusto Aras, que atendeu determinação expressa do presidente Jair. Revoltado com o pronunciamento de Moro na televisão, dias 23 de abril, o chefe do governo exigiu urgência a Aras, que teve de criar uma força-tarefa na Procuradoria, para encaminhar a petição ao STF no mesmo dia.

Bolsonaro afirmou a Aras que o ainda ministro Sérgio Moro era um mentiroso vulgar e seria facilmente desmentido com provas materiais e testemunhas. O procurador-geral então caprichou na dose e pediu ao STF que Moro fosse enquadrado por denunciação caluniosa e mais seis crimes conexos.

 O ministro Celso de Mello foi escolhido relator e mandou a Polícia Federal iniciar o inquérito. Nos primeiros dias, Bolsonaro dava seguidas entrevistas ironizando as acusações de Moro, que eram baseadas em fatos acontecidos na reunião ministerial do dia 22 de abril, quando o presidente da República voltou a ameaçá-lo de demissão, caso não substituísse o diretor-geral da PF e o superintendente do Rio de Janeiro.

Bolsonaro fazia frases de impacto, dizia que em nenhum momento da reunião pronunciara as expressões Polícia Federal e Superintendência. Mas o relator solicitou o vídeo da reunião e as coisas começaram a mudar.

O Planalto ficou embromando e levou uma semana para entregar a gravação, que o relator Celso de Mello somente vai assistir nesta segunda-feira, quando poderá conferir as principais cenas com as transcrições que recebeu da Polícia Federal (completa) e da Advocacia-Geral da União (apenas trechos, selecionados de forma a não incriminar Bolsonaro).

 O jogo foi virando e o Planalto teve de alterar a estratégia. Ao invés de acusar Moro, passou a tumultuar a investigação, “interpretando” as falas de Bolsonaro na reunião, para dar a entender que ele não ameaçara demitir o ministro da Justiça.

E assim o inquérito mudou de figura. Ao invés de serem investigados os supostos sete crimes cometidos por Moro, o presidente Bolsonaro é que passou a ter de se defender. E não está conseguindo.

Na sexta-feira, dia 15, a situação se complicou com a extensa reportagem da TV Globo focalizando as mentiras de Bolsonaro. A cada falsa afirmação dele, o Jornal Nacional exibia uma prova de que não correspondia à verdade.

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P.S. 1 – Desde sábado o Planalto está “vazando” informações de que o presidente está sendo atingido politicamente, porém não há provas de que cometeu crimes, o que levaria o procurador-geral Aras a pedir arquivamento do inquérito. Mas isso é “menas” verdade, como diria Lula da Silva.

P.S. 2 – Em tradução simultânea, está acontecendo o seguinte: o Planalto está pressionando o procurador a pedir o arquivamento, para que o presidente não seja incurso numa série de crimes, que ficarão claramente tipificados quando o relator Celso de Mello assistir ao vídeo completo, sem cortes. Ou seja, o inquérito era contra Moro, mas agora é contra Bolsonaro. (C.N.)

*Tribuna da Internet online

Segunda-feira, 18 de maio, 2020 ás 7:00   

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16 maio, 2020

GOVERNO COMPLETA 500 DIAS DE GESTÃO SEM MOTIVO PARA CELEBRAÇÕES



No dia em que o governo de Cristionario perdeu seu segundo ministro da Saúde em meio à pandemia, com a demissão de Nelson Teich, uma coletiva com quatro ministros marcou os 500 dias da gestão. O presidente não participou e a saída do chefe da Saúde foi tratada como algo natural, justificada por “questões de foro íntimo” por Walter Braga Netto, da Casa Civil.

“O ministro Teich saiu por questões de foro íntimo. Teve conversa amigável com presidente, com ministros. O presidente não ignora a Ciência, segue protocolos. Ele tem uma visão diferente sobre protocolo a ser seguido”, disse Braga Netto.

Ministro da Economia, Paulo Guedes disse que anormal seria o presidente sair por discordâncias com ministro, não o contrário. “O ideal para nós é que houvesse uma completa harmonia, mas isso não é a vida real. Há disputas políticas, pandemia, todo tipo de coisa. Quem tem voto é o presidente. As vezes há diferenças de opinião muito fortes. Se o presidente tem uma orientação e o ministro tem outra, quem sai é o ministro. Anormal seria o presidente sair porque o ministro quer fazer alguma coisa. ”

Além dos dois, Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) e Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos) também falaram que a pandemia não permite comemorações, defenderam Bolsonaro e fizeram alertas de que o impacto econômico da pandemia pode piorar a situação do País.

O protocolo do uso da cloroquina no tratamento da covid-19, motivo apontado como decisivo para a saída de Teich, foi citado por Braga Netto. “A cloroquina já tem protocolo para casos graves e está sendo estudado pelo Ministério da Saúde o uso nas primeiras manifestações de doença. Aguardamos este protocolo do Ministério da Saúde”.

Apesar do que disse o ministro, o Estadão noticiou que o chefe interino do Ministério da Saúde, o general Eduardo Pazuello, deve assinar o novo protocolo da pasta que libera o uso da cloroquina até mesmo em pacientes com sintomas leves por determinação do presidente.

Damaris disse que Teich deixou o novo protocolo da cloroquina pronto no Ministério da Saúde. “Ele deixou pronto o protocolo. É sinal que ele não era contra”.

“Por decisão do presidente, não é momento para comemorar. É hora de refletir, prestar condolências às famílias enlutadas”, disse Ramos. Damaris afirmou que, antes da pandemia, a equipe sonhava com uma grande celebração dos 500 dias de governo.

“Seria uma grande festa no Planalto. Sonhamos com a celebração. Hoje estamos aqui em quatro ministros porque fomos surpreendidos pela pandemia. Podemos estar tristes, mas estamos aqui para dizer que estamos fazendo muito. Nosso povo está sendo cuidado. Não temos muito o que celebrar, mas teremos os mil dias e a celebração será maior. ”

Guedes pediu uma trégua às críticas ao governo e a Bolsonaro. “Pelo bem do País seria importante que o esforço de transformação que Bolsonaro representa seja respeitado. Faltam dois anos e poucos meses até a próxima eleição. A democracia é vibrante, surpreendeu o mundo. ”

Ele disse que, se do ponto de vista da saúde o isolamento social é necessário, na economia é preciso estar “de mãos dadas”. “O isolamento social protege vidas, mas o isolamento econômico ameaça vidas. No ponto de vista da saúde tem que estar afastados, no ponto de vista econômico, precisamos estar abraçados”, afirmou.

Sem citar nomes, o ministro da Economia ainda disse que, em sua avaliação, a população vai punir quem tenta se fortalecer politicamente com as mortes do coronavírus.

“A população vai punir quem usar cadáveres como palanques”. Ele também criticou a possibilidade de aumento salarial do funcionalismo público em meio à pandemia. “Enquanto o Brasil está de joelhos, tentando se defender, não assaltem o Brasil. Estou pedindo uma contribuição. ”

Na quinta-feira, depois de o Congresso aprovar projeto do governo que autoriza reajustes às polícias do Distrito Federal, o presidente disse que “não tem cabimento” o funcionalismo querer aumento salarial no momento em que o “Brasil está quebrando” e há risco até mesmo de faltar dinheiro para os pagamentos em decorrência da crise econômica causada pela pandemia. 

Ele disse que pretende discutir com governadores e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), o veto ao trecho do projeto que congela o reajuste de servidores públicos até 2021.

*Estadão

Sábado, 16 de maio, 2020 ás 10:00