Interceptações
telefônicas feitas pela Polícia Federal no âmbito da Operação Cravada,
deflagrada nesta sexta (9), flagraram um dos líderes do PCC afirmando que o
Partido dos Trabalhadores (PT) “tinha diálogo” com a organização criminosa, ao
comparar a realidade dos governos petistas com a linha dura imposta pelo
ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, no governo de Jair
Bolsonaro (PSL). O ex-luiz da Lava Jato foi atacado por isolar membros da
cúpula da organização criminosa e por “começar a atrasar, quando foi pra cima
do PT”.
Ao
relatar a relação, o alvo da PF cita ‘situações’ com o partido que nem dá para
ficar conversando pelo telefone. As lideranças da facção tiveram ligações
telefônicas interceptadas em abril deste ano pela operação que tenta desbaratar
o núcleo financeiro da organização criminosa. Os diálogos foram revelados pelo
jornalista Fausto Macedo, do Estadão.
“Ele
começou a atrasar quando foi pra cima do PT. Pra você ver, o PT com nois tinha
diálogo. O PT tinha diálogo com nois cabuloso, mano, porque… situação que nem
dá pra nois ficar conversado a caminhada aqui pelo telefone, mano. Mas o PT,
ele tinha uma linha de diálogo com nois cabulosa, mano….”, diz Alexsandro
Roberto Pereira, conhecido como ‘Elias’ ou ‘Veio’.
Nas
conversas, Elias conversa com Willians Marcondes Ferraz, o ‘Rolex’, e André
Luiz de Oliveira, o ‘Salim’.
“A
gente sabe que esse governo que veio irmão, esse governo aí ô, os cara começou
o mandato agora, irmão, agora que eles começaram o mandato, os caras têm quatro
ano aí pela frente, irmão”, diz Elias, para Salim.
“Os
caras tão no começo do mandato dos cara, você acha que os cara já começou o
mandato mexendo com nóis irmão. Já mexendo diretamente com a cúpula, irmão. O…
o… quem tá na linha de frente. Então, se os cara começou mexendo com quem
estava na linha de frente, os caras já entrou falando o quê?”, prossegue o
diálogo.
Sobre
o ministro Sérgio Moro, Elias expõe as diferenças de tratamento: “Com nois já
não tem diálogo, não, mano. Se vocês estava tendo diálogo com outros, que tava
na frente, com nois já não vai ter diálogo, não. Esse MORO aí, esse cara é um
filha da puta, mano. Esse cara aí é um filha da puta mesmo, mano. Ele veio pra
atrasar”.
Detalhes
das movimentações financeiras também são expostas nas conversas, como quando
Elias alerta que já é tempo de ‘trocar todas as 10 contas do comando, pois
estão batendo 4 meses de uso”, citando que a “movimentação é alta mesmo”, no
Mato Grosso do Sul e em Minas Gerais.
E
também cita para Salim o isolamento de 134 presos em São Paulo, antes de o
mesmo ser feito com o líder Marco William Herbas Camacho, o ‘Marcola’. O tema
também é tratado na ligação seguinte, de Elias para Rolex, quando são feitas
ameaças:
“ESSE
VERME AI QUE ENTROU AI”, mano, ele veio para querer mostrar serviço, mano, pra
querer falar que “COM ELE É DESSA FORMA”, e que “NAS OUTRA ADMINISTRAÇÃO TAVA
TUDO ERRADO”. Então, eles tão vindo nesse caminho, de querer mostrar que tudo
que os outros estavam fazendo tava errado. Então, pode ter certeza, meu amigo,
esse “VERME” aí ele vai ô…primeiramente irmão: “MEXEU, NÃO TEVE UMA RESPOSTA,
ATÉ AGORA NÃO TEVE UMA RESPOSTA AINDA!”. Os cara falou o quê? Falou: “oh mano,
os cara não quer, não quer guerra”. Mas só que o… “A GENTE TEM QUE
DESESTRUTURAR AS PEÇA CHAVE”. As peça chave que ele sabe que eles tem o
tabuleiro quem é.
(Com
informações do Estadão)
Sexta-feira,
09 de agosto, 2019 ás 18:00
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