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“É fácil submeter povos livres: basta retirar – lhes o direito de expressão”. Marechal Manoel Luís Osório, Marquês do Erval -15 de abril de 1866

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06 outubro, 2018

Oposição deve tomar governos de 16 estados e do Distrito Federal


Enquanto nacionalmente a eleição consolidou a polarização entre petistas e antipetistas, no âmbito dos estados, a disputa eleitoral deve ser marcada por uma forte fragmentação e pela tendência de renovação dos grupos que atualmente comandam governos estaduais.

Em 16 estados e no DF, os grupos liderados ou que têm o apoio dos atuais governadores tendem a ser derrotados no primeiro ou no segundo turno, segundo pesquisas Ibope e Datafolha divulgadas neste sábado (6).

Ao todo, são 12 governadores que tentam a reeleição na berlinda, além cinco candidatos apoiados pelos atuais governadores.

Entre os que tentam a reeleição, Suely Campos (PP-RR) e Robinson Faria (PSD-RN) são os que enfrentam o pior cenário –aparecem em terceiro lugar nas pesquisas e devem ser derrotados já no primeiro turno.

Outros sete governadores podem ter o mesmo caminho: Márcio França (PSB-SP), Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), Pedro Taques (PSDB-MT), Waldez Góes (PDT-AP) e até mesmo Fernando Pimentel (PT-MG) ainda lutam por uma vaga para disputar o segundo turno.

Cida Borghetti (PP-PR) e José Eliton (PSDB-GO) – ambos governadores que assumiram a gestão em abril, com a renúncia dos titulares – caminham para a derrota já no primeiro turno, segundo as pesquisas.

Em estados como Rio Grande do Sul, Sergipe e Amazonas, a tendência que os governadores José Ivo Sartori (MDB-RS), Belivaldo Chagas (PSD-SE) e Amazonino Mendes (PDT-AM) disputem o segundo turno em cenário adverso.

Mudanças sem rupturas

Na maioria dos estados, a mudança dos grupos políticos não necessariamente significará uma ruptura em relação ao governo anterior.

É o caso, por exemplo, do Paraná, onde Ratinho Júnior (PSD) deve vencer no primeiro turno. Até o ano passado ele era aliado do governador Beto Richa e da vice Cida Borgetthi, que hoje é sua principal adversária na disputa pelo governo.

Cenários semelhantes se desenham no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, onde candidatos que até o ano passado eram aliados devem disputar entre si o segundo turno.

Em estados como Goiás e Pará, a troca de guarda deve acontecer entre candidatos que são adversários locais, mas que tem histórico de alianças nacionalmente.

Em Goiás, o senador Ronaldo Caiado (DEM) deve dar fim a um período de 20 anos de governos ligados ao grupo do ex-governador Marconi Perillo (PSDB). No Pará, o MDB deve voltar ao governo depois de 24 anos com a provável vitória de Helder Barbalho.
Para o cientista político Paulo Fábio Dantas Neto, professor da UFBA (Universidade Federal da Bahia), a eleição nos estados será marcada pela fragmentação partidária e pela menor influência da máquina do governo federal.

Ele também cita o fato de a aliança formada em torno do presidente Michel Temer (MDB) após o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) não ter conseguido transformar-se em um eixo estruturado da política nacional.

“Tradicionalmente, esse eixo de poder que se forma em torno do governo federal tem uma força enorme nas eleições estaduais. Mas este ano faltou sustentação política, o presidente não conseguiu ser essa figura aglutinadora enquanto liderança pessoal” diz.

Minoria tende a manter grupos

Na contramão da maioria das unidades da federação, em dez estados a tendência é de continuidade dos atuais grupos políticos. Sete deles estão na região Nordeste, que deve se firmar como o principal enclave da centro-esquerda no país a partir de 2019.

Amparados pela popularidade do PT na região, os governadores petistas Camilo Santana (CE), Rui Costa (BA) e Wellington Dias (PI) devem ser reeleitos com relativa facilidade.

Também devem garantir um novo mandato já no primeiro turno Renan Filho (MDB-AL), Flávio Dino (PCdoB-MA) e Paulo Câmara (PSB-PE), todos apoiados pelo PT.

Na Paraíba, o candidato João Azevedo (PSB), apoiado pelo governador Ricardo Coutinho (PSB), lidera em intenção de votos e é favorito, mas ainda deve enfrentar um segundo turno.

Para Paulo Fábio Dantas Neto, além do prestígio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a manutenção das alianças foi um fator crucial para a tendência de reeleição dos governadores no Nordeste.

Governadores como Rui Costa, Camilo Santana, Flávio Dino e Wellington Dias entraram na campanha ancorados por grandes alianças e apoio de partidos que apoiaram o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.

Dos nove estados nordestinos, os governadores Robinson Faria (PSD-RN) e Belivaldo Chagas (PSD-SE) são os únicos que enfrentam maior dificuldade.

Ambos têm em comum o fato de seus respectivos estados terem sido fortemente impactados pela crise financeira, resultando em problemas na prestação de serviços públicos e atraso temporário do pagamento de salários a servidores.

Fora do Nordeste, Mato Grosso do Sul e Tocantins estão entre os estados que devem reeleger seus governadores. No Rio, o ex-prefeito Eduardo Paes (DEM), que tem o apoio do MDB do governador Luiz Fernando Pezão, também é favorito, mas deve enfrentar o senador Romário (Pode) no segundo turno.

 (Folhapress)


Sábado, 06 de outubro, 2018 ás 18:00

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