O
Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, vai pedir nesta terça-feira, 18, à
Polícia Federal abertura de investigação do vazamento de informações do
Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) sobre movimentação do
caixa da empresa LILS, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Órgão de
inteligência financeira do Ministério da Fazenda, o Coaf produziu um relatório
que foi divulgado na edição da revista Veja deste fim de semana. A investigação
terá como foco a violação do sigilo legal dos dados do ex-presidente.
A
revista divulgou a lista de clientes do petista e indicou que o faturamento da
sua empresa que leva a as iniciais de seu nome chegou a R$ 27 milhões em 4
anos. Segundo a reportagem, deste total, R$ 9,8 milhões teriam sido de empreiteiras
investigadas na Operação Lava Jato. A L.I.L.S. é a empresa que o ex-presidente
usa para receber recursos de palestras, uma das atividades às quais se dedicou
após deixar o Palácio do Planalto
Na
última semana, Cardozo já tinha pedido à PF para investigar também um suposto
ataque à sede do Instituto Lula.
O
Estado revelou ontem que Coaf elaborou três relatórios que apontam movimentação
atípica da empresa do ex-presidente Lula foram remetidos para Ministério
Público no Distrito Federal, Rio de Janeiro e Paraná.
Em
junho, o juiz Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato no Paraná, afirmou em
despacho que o ex-presidente não estava sendo investigado, mas, conforme
investigadores ouvidos pelo Estado, isso não significa que movimentações de sua
empresa não tenham sido alvo de apurações.
Como
mostrou o Estado na semana passada, a PF gravou conversa do executivo da
Odebrecht Alexandrino de Salles Ramos Alencar com Lula, em 15 de junho, quatro
dias antes de o empresário ser preso na Lava Jato. O alvo da interceptação era
uma linha usada por Salles.
No
diálogo, segundo relatório da PF, o ex-presidente se diz preocupado com
“assuntos BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social)”. A
instituição é alvo de uma CPI que visa investigar a política de financiamentos
a grandes empresas nos governos petistas.
COM
A PALAVRA, O INSTITUTO LULA:
“Todas
as palestras e atividades do ex. presidentes foram legais com os impostos
devidamente recolhidos”
Por
Andreza Matais e Fausto Macedo: no Estadão:
Terça-feira,
18 de agosto, 2015
Nenhum comentário:
Postar um comentário