Na
quinta-feira, dia 25, uma equipe da PGR foi até Curitiba para vistoriar o
Centro de Processamento de Dados da Procuradoria da República no Paraná (CPD).
A equipe era liderada pela subprocuradora-geral da República Lindôra Maria de
Araújo, coordenadora dos trabalhos da Lava Jato na PGR.
Durante
essa inspeção, o secretário de Segurança Institucional do MPF, Marcos Ferreira
dos Santos, pediu que os procuradores locais explicassem a compra de “três
equipamentos de gravação de voz” em 2015, dos quais dois não foram encontrados.
A
insinuação era a de que a Força Tarefa da Lava Jato vinha grampeando ligações
com investigados e acusados sem se reportar ao Judiciário.
A
Força Tarefa da Lava Jato, contudo, nunca comprou “equipamentos de gravação de
voz” para interceptação telefônica, e muito menos perdeu dois deles. O que
aconteceu foi a compra de um aparelho para gravação de ramais internos, para
proteção dos membros do MPF em Curitiba, segundo informou a Procuradoria da
República no Paraná.
Durante
a “visita”, Lindôra Araújo pediu aos colegas de Curitiba acesso a todos os
bancos de dados da Força-Tarefa, mesmo não havendo qualquer motivo formal para
a medida. Como resultado, três procuradores da Lava Jato na PGR se desligaram
da equipe na sexta, 26, dia seguinte à inspeção.
Em
ofício enviado à PGR também na sexta, a Procuradoria da República no Paraná
informou que houve erro do secretário de Segurança Institucional no pedido de
explicação sobre os “equipamentos de gravação”.
O
que ocorreu foi que, em dezembro de 2015, a Procuradoria no Paraná abriu
licitação para comprar um “gravador de ramal PABX”. Duas servidoras do MPF e o
procurador Carlos Fernando dos Santos Lima vinham recebendo ameaças e queriam
gravar as ligações que recebiam, como forma de proteção.
A
compra foi concluída em fevereiro de 2016, por R$ 14,6 mil. A vencedora da
concorrência foi a empresa Trendcom Teleinformática.
“Como
se nota, e não poderia ser diferente, o sistema não se presta a realizar o que
se conhece por ‘grampo telefônico’, uma vez que se destina ao registro de
ligações telefônicas realizadas exclusivamente por meio de ramais
institucionais”, diz o ofício da Procuradoria da República no Paraná.
Segundo
o documento, “o objetivo da solução adquirida era possibilitar, em caso de necessidade
e conveniência, o registro do áudio de ligações realizadas por meio de ramais
telefônicos utilizados pela equipe Força Tarefa Lava Jato em Curitiba, a fim de
resguardar a segurança e proteção de membros e servidores alocados na FTLJ”.
A
Procuradoria do Paraná informa que o CNMP também abriu licitação para comprara
equipamentos semelhantes.
Veja
AQUI
a íntegra do ofício
“Parece
que virou moda o governo Bolsonaro tentar interferir nas investigações, tudo
para proteger bandidos”
(Com
O Antagonista)
Segunda-feira,
29 de junho, 2020 ás 15:00