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“É fácil submeter povos livres: basta retirar – lhes o direito de expressão”. Marechal Manoel Luís Osório, Marquês do Erval -15 de abril de 1866

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01 fevereiro, 2023

BRASIL DEVE R$ 7 TRILHÕES E PAGA JUROS DE 13,75% AO ANO SOBRE O MONTANTE

 

No final da tarde de segunda-feira (31/01), o Banco Central informou que a dívida bruta do governo brasileiro, incluindo INSS, atingiu R$ 7,2 trilhões, montante sobre o qual, acrescento, correm juros anuais de 13,75%, taxa Selic, que rege a correção dos títulos do Tesouro Nacional que lastreiam o endividamento do país. Estes títulos encontram-se nas mãos dos bancos, dos fundos de investimentos e dos fundos de pensão das empresas estatais que aplicam os seus recursos nesse setor do mercado financeiro.

 

Reportagem de Fernanda Trisotto, O Globo, focaliza amplamente o tema, incluindo um ponto assinalado pelo próprio Banco Central, que a dívida está na proporção de 73% do Produto Interno Bruto e que esse cotejo é o menor desde o ano de 2017.

 

Fazer essa comparação é uma forma de escapismo, pois não se trata de números estáticos. O valor do PIB é móvel, cresce. O valor do endividamento com isso pode adquirir uma proporção percentual menor. É preciso confrontar os números concretos do endividamento em 2017 com o PIB registrado naquele ano. Caso contrário, a comparação fica desfocada. É o que aconteceu.

 

Inclusive a incidência da percentagem de 13.75% ao ano sobre R$ 7,2 trilhões fornecerá o custo do desembolso ao longo de 12 meses para girar a dívida interna. Esses recursos oscilam em torno de R$ 800 bilhões, atualmente. Em matéria de Produto Interno Bruto, ele se encontra hoje na escala de R$ 6,5 trilhões.

 

Mas o tema fundamental é que citar percentuais sem citar o número absoluto sobre o qual incide dá margem a que o problema possa ser desfocado. O endividamento brasileiro cresceu nos últimos anos. Inclusive porque o governo não dispõe de R$ 800 bilhões para pagar os juros da dívida, e logo emite novos títulos que o mercado absorve.

 

Mas reparem que quando, em 2021, a inflação atingiu 10%, segundo o IBGE, o BC elevou a taxa Selic para 13,75%. Em 2022, o mesmo IBGE, achou uma taxa inflacionária de 5,7%. Entretanto, o índice da Selic permaneceu na escala de R$ 13,75%, adotada quando a inflação tinha sido de 10%. Contradições que geram encargos que incidem sobre o consumo da população.

 

A Americanas entrou nesta segunda-feira, 30, com o pedido de recurso na Justiça do Rio de Janeiro para que as empresas de energia elétrica e telecomunicações não cortem por inadimplência os serviços de suas operações. Na petição, a varejista pede que Enel e Light mantenham o fornecimento do serviço de energia em suas lojas. A Americanas pede ainda que a Internet não seja cortada por falta de pagamento.

 

Bruno Rosa e Bianca Gomes, O Globo, edição de ontem, revelam a iniciativa, presumindo-se que o recurso seja apreciado pelo juiz que concedeu a recuperação judicial da empresa. Recuperação que se refere ao parcelamento de R$ 44 bilhões. A recuperação é difícil, pois se as Americanas não tiveram dinheiro para pagar a luz e a internet, não é provável que pague as parcelas previstas no acordo aos credores.

 

Inclusive, matéria de o Estado de S. Paulo de Lucas Agrela e Wesley Gonsalves, informa que o estoque em poder das Americanas só dá para quatro meses de vendas, o que agrava a situação, porque ela se encontra sem crédito junto aos fornecedores e necessita de capitalização por parte de seus acionistas. Mas diante da dívida de R$ 43 bilhões, essa capitalização é muito difícil.

 

Hoje serão realizadas as eleições para a Presidência da Câmara dos Deputados e para o Senado Federal. Na Câmara, não há dúvida quanto à vitória de Arthur Lira sobre Chico Alencar. No Senado, a meu ver, a vitória será de Rodrigo Pacheco por segura margem de votos. Mas há quem discorde.

 

O Globo focaliza a disputa vista sob o ângulo de Lauriberto Pompeu e Jeniffer Goulart, apontando o favoritismo de Pacheco que tem o apoio do governo Lula. Rogério Marinho é apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e diretamente por sua esposa Michelle Bolsonaro. Aprecio muito os comentários de Fernando Gabeira, na GloboNews. 

 

Porém, discordo do enfoque que ele deu ao encontro, achando que a candidatura de Marinho representa um esforço do bolsonarismo de se manter presente no quadro político nacional e que os bolsonaristas têm grande presença nas redes sociais, podendo somar pontos para o candidato. Não creio. A diferença é que as redes da internet se dirigem à população brasileira. No caso das eleições do Senado, os eleitores são apenas 81 senadores.

 

Além disso, na segunda-feira, Rogério Marinho entrevistado pela GloboNews esquivou-se de condenar taxativa e frontalmente a invasão de Brasília e as depredações praticadas, dizendo que é preciso identificar os verdadeiros culpados. Com essas palavras vãs, Rogério Marinho revelou a sua posição ideológica. Procurou deslocar a questão para o plano de que na horda alucinada pudessem estar presentes forças do PT disfarçadas. O absurdo foi total.

 

Alice Cravo, O Globo, revela que o diretor da Polícia Federal, Andrei Passos, deverá ouvir o depoimento de Valdemar Costa Neto sobre o decreto encontrado na residência do ex-ministro Anderson Torres que estabelecia uma intervenção no Tribunal Superior Eleitoral, anulava as eleições de outubro e dava o sinal de largada para um golpe militar.

 

É importante o depoimento de Valdemar Costa Neto. No fundo, ele deseja isso, pois se tomou a iniciativa na entrevista ao O Globo de tocar no assunto, é porque deseja fazê-lo render e transformar-se em personagem do processo de defesa da democracia que está se desenrolando e arrebatando o país e o eleitorado brasileiro. Na verdade, o depoimento de Valdemar só pode complicar ainda mais as posições de Anderson Torres e Jair Bolsonaro e dos que se omitiram quando a capital do país foi invadida por fanáticos destruidores. 

 

Foi positivo para o presidente Lula e para o seu governo o encontro com o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, no ponto em que ambos destacaram a importância de conter o desmatamento e afastar o garimpo do universo da Amazônia.

(TI)

Quarta-feira, 1º de fevereiro 2023 às 12:52


 

27 fevereiro, 2020

Juros do cheque especial chegam a 165,6% ao ano em janeiro



A taxa de juros do cheque especial caiu em janeiro, mas ficou acima do limite estabelecido pelo Banco Central (BC). Os juros chegaram a 165,6% ao ano em janeiro, primeiro mês em que a medida começou a valer, a partir do dia 6.

O BC determinou que os bancos não poderão cobrar taxas superiores a 8% ao mês, o equivalente a 151,8% ao ano. Por outro lado, as instituições financeiras foram autorizadas a cobrar a partir de 1º de junho tarifa dos atuais correntistas com limite do cheque especial superior a R$ 500 por mês. A tarifa será equivalente a 0,25% do limite que exceder R$ 500. Há bancos que anunciaram isenção dessa tarifa para os clientes.

Em dezembro, os juros do cheque especial estavam em 247,6% ao ano. Houve, portanto, redução de 82 pontos percentuais de dezembro para janeiro.

O BC revisou a metodologia de cálculo dos juros do cheque especial. Agora os bancos devem informar ao BC quanto efetivamente foi cobrado de juros, considerando os clientes que têm o benefício de um período de isenção ou redução de juros, geralmente por 10 dias no mês. Para que isso ocorra, a primeira taxa média informada pelos bancos será estimada e no mês seguinte será substituída pela taxa efetiva.

Com a revisão da série histórica de acordo com essa metodologia, a taxa média de juros das concessões do cheque especial a pessoas físicas, em dezembro de 2019, passou de 302,5% ao ano (estatística divulgada em janeiro) para 247,6% ao ano (estatística revisada). Nas concessões a pessoas jurídicas a taxa caiu 331,5% ao ano (estatística divulgada em janeiro) para 310,9% ao no (estatística revisada).

Os juros do rotativo do cartão de crédito caíram em janeiro, passando de 318,8% ao ano, em dezembro, para 316,8% ao ano, no mês passado. Essa taxa é a média formada com base nos dados de consumidores adimplentes e inadimplentes.

No caso do cliente adimplente, que paga pelo menos o valor mínimo da fatura do cartão em dia, a taxa chegou a 290% ao ano em janeiro, aumento de 3,8 pontos percentuais em relação a dezembro. Já a taxa cobrada dos clientes que não pagaram ou atrasaram o pagamento mínimo da fatura (rotativo não regular) os juros caíram 6,5 pontos percentuais, indo para 333,1% ao ano.

O rotativo é o crédito tomado pelo consumidor quando paga menos que o valor integral da fatura do cartão. O crédito rotativo dura 30 dias. Após esse prazo, as instituições financeiras parcelam a dívida.

Na modalidade de parcelamento das compras pelo cartão de crédito, a taxa chegou a 184,1% ao ano em janeiro, com aumento de 8,3 pontos percentuais.

A taxa de juros do crédito pessoal não consignado subiu para 103,5% ao ano em janeiro, com aumentou de 8,9 pontos percentuais em relação a dezembro. A taxa do crédito consignado (com desconto em folha de pagamento) subiu 0,8 ponto percentual, indo para 21,3% ao ano no mês passado.

De acordo com o BC, a taxa média de juros para pessoa física caiu 0,4 ponto percentual em outubro, chegando a 45,6% ao ano. A taxa média das empresas ficou em 17,6% ao ano, aumento de 1,3 ponto percentual.

A inadimplência do crédito, considerados atrasos acima de 90 dias, para pessoas físicas caiu 0,1 ponto percentual chegando a 4,9%. Entre pessoas jurídicas a inadimplência chegou a 2,3% em janeiro, com aumento de 0,2 ponto percentual.

Esses dados são do crédito livre, em que os bancos têm autonomia para emprestar o dinheiro captado no mercado e definir as taxas de juros cobradas dos clientes.

No caso do crédito direcionado (empréstimos com regras definidas pelo governo, destinados, basicamente, aos setores habitacional, rural, de infraestrutura e ao microcrédito) os juros para as pessoas físicas subiram 0,1 ponto percentual para 7,5% ao ano. A taxa cobrada das empresas subiu 1 ponto percentual para 9,3% ao ano.

A inadimplência das pessoas físicas no crédito direcionado subiu 0,2 ponto percentual para 1,9% e a das empresas caiu 0,2 ponto percentual para 2%.

Em janeiro, o estoque de todos os empréstimos concedidos pelos bancos ficou em R$ 3,462 trilhões, com queda de 0,4% em relação a dezembro e aumento de 7% em 12 meses.

Esse saldo do crédito correspondeu a 47,5% de tudo o que o país produz - o Produto Interno Bruto (PIB) - queda de 0,5 ponto percentual em relação a dezembro (ABr)

Quinta-feira, 27 de fevereiro, 2020 ás 11:00