Liberdade de expressão

“É fácil submeter povos livres: basta retirar – lhes o direito de expressão”. Marechal Manoel Luís Osório, Marquês do Erval -15 de abril de 1866

Seja nosso seguidor

Seguidores

Mostrando postagens com marcador Internet. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Internet. Mostrar todas as postagens

23 junho, 2020

ACESSO À INTERNET AUMENTA ENTRE CRIANÇAS E ADOLESCENTES



Em todo o país, a porcentagem de crianças e adolescentes que não acessam a internet caiu de 14%, em 2018 para 11% em 2019, de acordo com a pesquisa TIC Kids Online Brasil 2019, divulgada terça-feira (23/6). Isso significa que são 3 milhões, com idade entre 9 e 17 anos que não têm acesso à rede, sendo que 1,4 milhões nunca acessaram a internet.

A pesquisa considera como não usuários aqueles que não acessaram a internet nos últimos três meses. Apesar ter aumentado o acesso, no entanto, os dados mostram que ele é ainda bastante desigual dependendo da região do país e também da renda das famílias. Com as aulas suspensas nas escolas de todo o país, devido à pandemia do novo coronavírus, e com as atividades sendo realizadas de forma remota, não ter acesso à internet faz diferença, de acordo com a coordenadora da pesquisa, Luisa Adib.

“Muitas atividades de educação e de comunicação acabam não sendo realizadas da mesma forma ou mesmo não sendo realizadas dependendo da conexão e do acesso à internet e isso tem impacto muito grande”, diz, ressaltando que isso leva ao descumprimento de direitos de crianças e adolescentes na era digital.

O estudo mostra que, entre aqueles que têm acesso à rede, a própria casa é apontada com o local de acesso por 92%. No entanto, enquanto nas classes A e B apenas 1% não acessa a internet em casa, esse percentual sobe para 17% entre as classes D e E. O acesso é desigual também entre as regiões do país. Na região Centro-Oeste, 98% têm acesso, 96% na região Sudeste e 95% na região Sul. Já nas regiões Norte e Nordeste, esse percentual cai para 79%.

Segundo a pesquisa, no total, 4,8 milhões de crianças e adolescentes de 9 a 17 anos vivem em domicílios sem acesso à internet no Brasil, o que equivale a 18% dessa população.  Não ter internet em casa é apontado como motivo para não acessar a rede por 1,6 milhão de crianças e adolescentes e, não ter internet em nenhum lugar que costumam ir, por 900 mil.

Em relação aos dispositivos usados para o acesso, o celular é o principal. Mais da metade, 58%, acessam a internet exclusivamente pelo celular. Entre as classes D e E, essa porcentagem chega a 73%, enquanto nas classes A e B, a 25%. Em todo o país, pouco mais de um terço, 37%, usa o celular e o computador para acessar a rede.

Em relação às atividades realizadas na internet, 76% das crianças e adolescentes dizem ter feito pesquisas para trabalhos escolares; 64% que pesquisaram por curiosidade ou vontade própria; 55% que leram ou assistiram a notícias na internet; e, 31% que procuraram informações sobre saúde.

As vídeo-chamadas, que se tornaram populares em meio às medidas de distanciamento social adotadas para conter a propagação do vírus, não são tão familiares para todas as crianças e adolescentes. Nas classes A e B, 56% conversaram por vídeo chamada. Já nas classes D e E, 27%.

A pesquisa aponta também riscos e danos do acesso à internet. De acordo com o levantamento, 15% das crianças e adolescentes de 9 a 17 anos viram na Internet imagens ou vídeos de conteúdo sexual; 18% de 11 a 17 anos receberam mensagens de conteúdo sexual; e, 11% dessa faixa etária dizem que já pediram para eles, na internet, uma foto ou vídeo em que apareciam pelados.

Quase um terço das meninas (31%) e um quarto dos meninos (24%) foram tratados de forma ofensiva na internet. Dentre eles, 12% tinham entre 9 e 10 anos e 37% entre 15 e 17 anos. Um a cada dez diz que contou para um amigo ou amiga da mesma idade e 9%, para os pais ou responsáveis.

O estudo mostra ainda que 43% das crianças e dos adolescentes de 9 a 17 anos viram alguém ser discriminado na Internet, enquanto 7% reportaram terem se sentido discriminados. Em 33% dos casos que ocorreram com meninas, essa discriminação foi pela cor ou raça e; em 26% pela aparência física; em 21% por gostarem de pessoas do mesmo sexo; e, em 15%, pela religião. Entre os meninos, 20% reportam discriminação por cor ou raça; 15% pela aparência; 9% por gostarem de pessoas do mesmo sexo; e, 7%, pela religião.

A maior parte dos pais e responsáveis (80%) diz que conversa sobre o que as crianças e adolescentes fazem na internet; 77% dizem que ensinam jeitos de usar a rede social com segurança; e, 57%, que sentam junto com eles enquanto usam a internet, falando ou participando do que estão fazendo.

Os jovens, no entanto, dizem saber mais sobre a rede: 77% da população de 15 a 17 anos acredita saber mais sobre a internet do que seus pais ou responsáveis. Entre 13 e 14 anos essa porcentagem cai para 67% e para 52% entre 11 e 12 anos. Eles dizem também que têm dificuldades de largar a internet. Entre as crianças de 11 a 17 anos, 25% reportaram que tentaram passar menos tempo na internet, mas não conseguiram.

“A internet, assim como os ambientes offline, colocam as crianças e adolescentes expostas a oportunidades e também a muitos riscos. Nesse sentido é determinante a mediação parental para uso da internet”, diz Luisa.

Segundo a coordenadora da pesquisa, a restrição não é o melhor caminho pois isso privaria os jovens de oportunidade e do desenvolvimento de habilidades. “O que a gente sempre reforça é a participação de pais e responsáveis num diálogo e mediação ativa. Em um diálogo com crianças e adolescentes para saber que atividades realizam online e saber como têm participado desse ambiente para uso seguro e responsável”, acrescenta.

A pesquisa TIC Kids Online Brasil 2019 foi realizada pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), por meio do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br). O estudo foi feito entre outubro de 2019 e março de 2020 com 2.954 crianças e adolescentes de 9 a 17 anos e seus pais ou responsáveis. (ABr)

Terça-feira, 23 de junho, 2020 ás 12:00


29 abril, 2020

Celular é o principal meio de acesso à internet no país


O uso do celular para acessar a internet cresceu no Brasil. Os aparelhos são o principal meio de acesso à rede no país, usados por quase todos os brasileiros. As informações são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua - Tecnologia da Informação e Comunicação (PNAD Contínua TIC) 2018, divulgada quarta-feira (29/04) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Até o ano passado, três em cada quatro brasileiros tinham acesso à internet e, entre eles, o celular era o equipamento mais usado. Entre 2017 e 2018, o percentual de pessoas de 10 anos ou mais que acessaram a internet pelo celular passou de 97% para 98,1%. O aparelho é usado tanto na área rural, por 97,9% daqueles que acessam a internet, quanto nas cidades, por 98,1%.

“A gente fez a investigação do acesso dos domicílios à internet por qualquer aparelho e viu que cresceu - 79,1% dos domicílios têm acesso à rede - e isso aumentou principalmente por meio do telefone celular”, diz a gerente da Pnad Contínua, Maria Lucia Vieira.

Os dados mostram que 79,3% dos brasileiros com 10 anos ou mais têm aparelhos celulares para uso pessoal, com ou sem internet. Esse percentual era 78,2% em 2017. No mesmo ano, 84,4% das pessoas com aparelhos móveis tinham também acesso à rede por meio deles. Esse índice aumentou para 88,5% em 2018.

Entre aqueles que não têm celular no Brasil, 28% alegam que o aparelho telefônico é caro; 24,2%, que falta interesse em ter o equipamento, 19,8%, que não sabem usar; e 16,6%,que costumam usar o celular de outra pessoa.

Enquanto o celular ganha espaço, outros equipamentos perdem. O uso de computadores caiu de 56,6% para 50,7% e de tablets, de 14,3% para 12% de 2017 para 2018.

De acordo com o IBGE, 95,7% dos brasileiros que têm acesso à internet usam a rede para enviar ou receber mensagens de texto, voz ou imagens por aplicativos de mensagens, como o whatsApp, telegram, entre outros. O percentual se manteve mais ou menos o mesmo desde 2017, quando era 95,5%.

A maioria, 88,1%, também disse usar a internet para fazer ligações de voz ou vídeo. Esse índice aumentou em relação aos 83,8% de 2017.

Os filmes e as séries ganharam espaço. Aumentou o percentual daqueles que disseram acessar a internet para assistir a vídeos. Esse índice passou de 81,8% em 2017 para 86,1% em 2018. Por outro lado, o percentual de pessoas que acessaram a internet com a finalidade de enviar e receber e-mails apresentou queda, passando de 66,2% para 63,2%.

Junto com o gosto pelos vídeos vem também o aumento do acesso à internet pela televisão. “Um dado interessante é o crescimento do acesso à rede por meio das TVs e isso está alinhado com os motivos para acessar a internet. Uma das principais finalidades que as pessoas alegam, além de enviar e receber mensagens, é assistir a vídeos e séries”, diz Maria Lucia.

A pesquisa mostra que o percentual das pessoas que acessaram a internet pela TV aumentou de 16,3%, em 2017, para 23,1%, no ano passado.

Esta é a terceira vez que a (Pnad) compila dados sobre Tecnologia da Informação e Comunicação. Os dados referem-se ao quarto trimestre de 2018. A pesquisa trata do acesso à internet e à televisão nos domicílios particulares permanentes e do acesso à internet e à posse de telefone móvel celular para as pessoas de 10 anos ou mais de idade, o que equivale a um total de cerca de 181,9 milhões de pessoas. (ABr)

Quarta-feira, 29 de Abril, 2020 ás 10:00  

  

02 abril, 2020

GOVERNOS DEVEM RESPEITAR DIREITOS HUMANOS NA VIGILÂNCIA DIGITAL



O uso de tecnologias de vigilância digital pelos governos para combater a pandemia de covid-19 deve respeitar os direitos humanos, de acordo com declaração conjunta divulgada quinta-feira (2/04) por mais de uma centena de organizações não governamentais (ONGs).

Os grupos apelaram aos governos que, ao mostrar liderança no combate da pandemia, também respeitem os direitos humanos ao usar tecnologias digitais para rastrear e fazer o monitoramento de pessoas, disseram a Human Right Watch (HRW), a Anistia Internacional (AI) e mais 100 organizações na declaração conjunta.

O documento descreve oito condições que os governos devem cumprir para permitir o aumento da vigilância digital. Entre elas, as ONGs destacaram a importância de determinar que essas medidas sejam "legais, necessárias e proporcionais", além de "transparentes e justificadas por objetivos legítimos de saúde pública".

As organizações consideram que as medidas de vigilância devem ser limitadas no tempo para lidar com a pandemia, com metas e finalidades bem definidas e garantindo a segurança de quaisquer dados pessoais coletados.

Além disso, devem "atenuar qualquer risco de permitir a discriminação ou outros abusos de direitos contra populações marginalizadas", além de "incorporar proteções e salvaguardas contra vigilância abusiva e dar às pessoas acesso a remédios eficazes".

Deve haver uma transparência sobre quaisquer acordos de partilha de dados com outras entidades do setor público ou privado e "proporcionar participação livre, ativa e significativa das partes interessadas relevantes nos esforços de coleta de dados".

"A covid-19 é uma crise de saúde sem precedentes, mas os governos não devem usar o vírus como cobertura para introduzir uma vigilância digital invasiva ou generalizada", disse Deborah Brown, pesquisadora sênior de direitos digitais da HRW.

"Qualquer medida de vigilância deve ter uma base legal, ser estritamente adaptada para atender a uma meta legítima de saúde pública e conter salvaguardas contra abusos", acrescentou Deborah.

Os governos estão, cada vez mais, se voltando para a vigilância digital, a fim de monitorar e conter a pandemia.

Atualmente, há relatos de que 24 países estão fazendo o rastreamento de localização de telecomunicações e 14 usam aplicativos para rastreamento de contatos ou quarentena obrigatória.

A Human Rights Watch disse que os governos da China e da Rússia estão expandindo a capacidade de vigilância e restringindo direitos de forma não justificada por razões de saúde pública para conter a disseminação do covid-19.

As autoridades de saúde pública nos Estados Unidos também trabalham em colaboração com o setor privado para agregar e analisar conjuntos de dados sobre os movimentos das pessoas, numa tentativa de obter informações sobre como o vírus está se espalhando e a eficácia de intervenções em saúde pública.

Esses conjuntos de dados, no entanto, geralmente não representam as comunidades de maneira justa, especialmente as pessoas que vivem na pobreza e as minorias.

"Tentar descobrir como o covid-19 se espalha, usando conjuntos de dados incompletos e discriminatórios, ameaça os nossos direitos humanos", disse Amos Toh, pesquisador sênior em inteligência artificial da Human Rights Watch

"Isso pode levar a uma aplicação mais draconiana das medidas de saúde pública que penalizam injustamente as pessoas que vivem na pobreza e em outras comunidades minoritárias", disse Toh.

Algumas das medidas de vigilância propostas podem modificar fundamentalmente a relação entre os governos e a sua população, afetendo a confiança nas autoridades públicas.

Isso pode não apenas causar danos a longo prazo aos direitos humanos, mas também, durante a emergência, pode prejudicar os esforços para responder à crise da saúde pública.

"A tecnologia digital pode ajudar a combater essa pandemia e manter as pessoas seguras, mas apenas se os governos seguirem as regras de direitos humanos ao usar essas ferramentas", afirmou Deborah Brown. (ABr)

Quinta-feira, 02 de Abril, 2020 ás 11:00 



Compartilhe nosso blog nas suas redes sociais e nos ajude a ser mais visto, obrigadoo!