O ministro da Justiça, Sergio Moro, disse sábado (29/02) que
é ilegal a paralisação dos policiais militares do Ceará, mas os amotinados não
podem ser tratados como criminosos. Moro afirmou ainda que o governo vê com
preocupação o fato de os policiais seguirem com os braços parados e que a
carreira dos agentes de segurança deve ser valorizada.
—
O governo federal vê com preocupação a paralisação que é ilegal da Polícia
Militar do estado. Claro que o policial tem que ser valorizado, claro que o
policial não pode ser tratado de maneira nenhuma como um criminoso. O que ele
quer é cumprir a lei e não violar a lei, mas de fato essa paralisação é ilegal,
é proibida pela Constituição. O Supremo Tribunal Federal já decidiu isso —
disse Moro, em palestra durante encontro de governadores das regiões Sul e
Sudeste em Foz do Iguaçu (PR).
O
ministro da Justiça disse que o governo federal está dando o suporte necessário
ao Ceará.
—
Nós recebemos o pedido da intervenção da Força Nacional de Segurança Pública no
meio da tarde de uma quinta-feira. Após reunião do nosso grupo de crise, dentro
do Ministério da Justiça, nós decidimos por aquele envio — disse.
Governadores
de seis estados estão no encontro deste sábado: João Doria (SP), Carlos Massa
Ratinho Júnior (PR), Carlos Moisés (SC), Eduardo Leite (RS), Romeu Zema (MG),
Renato Casagrande (ES). O vice-governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro,
também está presente.
Durante
o encontro, as autoridades prestaram solidariedade ao governador do Ceará,
Camilo Santana (PT), por causa do motim no estado nordestino. O envio de tropas
de outros estados, contudo, não esteve na pauta do encontro.
Mais
cedo, a Assembleia Legislativa do Ceará abriu sessão extraordinária para
debater e votar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) estadual que proíbe a
anistia a policiais amotinados.
O
texto foi entregue à Casa pelo governador do estado, Camilo Santana (PT), na
sexta-feira. No mesmo dia, o presidente da Assembleia, José Sarto (PDT),
convocou reunião extraordinária da Mesa Diretora do Legislativo para debater o
assunto e fixou o início dos debates para a manhã deste sábado.
Durante
a palestra, Moro ressaltou ainda a parceria do governo federal com as forças de
segurança estaduais. Como exemplo, citou a transferência de lideranças do crime
organizado, dos presídios estaduais com histórico de rebeliões e fugas, a
unidades federais de segurança máxima. Feita em fevereiro do ano passado, a
medida restringiu o acesso a criminosos perigosos.
–
Aquelas lideranças deveriam ter sido isoladas, com todo o respeito aos que nos
antecederam, em 2006, quando houve os atentados em São Paulo, aos policiais –
disse.
(Estadão)
Sábado,
29 de fevereiro, 2020 ás 18:00
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