Cresce no meio militar a preocupação com
ações dos poderes Legislativo e/ou Judiciário que possam colocar a governabilidade
de Bolsonaro em risco.
Em
outras palavras, há um movimento detectado por diferentes setores para tentar
desestabilizar o governo.
Essa
preocupação foi manifestada em grupos de WhatsApp pelo major-brigadeiro Jaime
Rodrigues Sanchez, neste fim de semana.
Ele
voltou a citar uma ‘sucuri de duas cabeças’, representada “pelo Supremo
Tribunal Federal e Congresso Nacional”, que “tramam e apertam seu abraço letal”
em torno do presidente.
Depois
de lembrar que o Supremo ‘é a casa da Mãe Joana’ e o Congresso Nacional ‘um
covil de Ali Babá e seus trocentos ladrões’, o militar denuncia “uma trama
diabólica” capaz de promover “o desmonte de um projeto (do presidente Jair
Bolsonaro) que quer beneficiar 60 milhões de brasileiros”.
Jaime
Sanchez acusa a grande mídia de patrocinar esse golpe.
“Os
grandes veículos estão falidos e não mais mamam nas tetas do governo”, acusou.
O
objetivo, segundo o militar, é desviar a atenção, criando fakes news onde os
alvos são o presidente, seus parentes e o próprio governo.
“Enfiam-nos
(os veículos da grande mídia) em nossas goelas notícias requentadas e
distorcidas; temas controvertidos, incompatíveis com a moral das famílias
tradicionais; apologia ao sexo, exibindo cenas envolvendo idosos, crianças e
homossexuais; vulgarização do tráfico de drogas e exaltação à corrupção,
apresentados em horários inclusive infantis”, pontua o major-brigadeiro.
Na
interpretação do militar, “a estratégia dessa verdadeira máfia multi
corporativa tem como ponto de partida impedir que o governo concretize suas
promessas de campanha, desgastando a imagem de austeridade e anulando a
expectativa de mudanças nos destinos do País”.
Jaime
Sanchez cita como exemplos de alvos preferidos a reforma da previdência, a
reestruturação do Estado e o projeto anticrime, encaminhados à Câmara dos
Deputados.
“Em
contraposição, o governo tem adotado diversas medidas periféricas, visando o
desaparelhamento da máquina, a poupança de recursos e a desarticulação dos
esquemas de corrupção das instituições públicas”.
Ainda
assim, adverte, “essas medidas podem vir a ser obstadas no Congresso ou na
Justiça”.
No
texto que circula entre militares de alta patente, Jaime Sanchez considera como
segundo passo dessa ‘ação nefasta’ a inviabilização do orçamento do governo.
“Querem
reduzir as perspectivas de receita, através do esvaziamento da reforma da
previdência e da reestruturação do Estado, bem como o incremento das despesas,
com a aprovação do orçamento impositivo, elevando os gastos obrigatórios a 97%
do total do orçamento”.
Com
essa estratégia, continua o major-brigadeiro, querem desgastar a imagem do
presidente com cortes de verbas para setores essenciais da sociedade e, como
objetivo maior, forçar o governo a ultrapassar o limite de gastos permitidos,
infringindo a lei de responsabilidade fiscal, o que abriria caminho para a
instauração de um processo de impeachment contra Jair Bolsonaro.
Jaime
Sanchez também adverte para a iniciativa do PT de apresentar uma proposta de
Emenda à Constituição destinada a impedir a assunção definitiva do
vice-presidente (Hamilton Mourão) em caso de vacância do cargo.
A
situação fica ainda mais grave, enfatiza o major-brigadeiro, quando a base
aliada e alguns outros elementos “comportam-se como o incrível exército de
Brancaleone”.
São,
diz o militar, totalmente desarticulados ou inexperientes no jogo da política,
“facilmente contaminados com a peste vermelha”.
Em
sua análise, o major-brigadeiro salienta que a conjuntura caminha rapidamente
para uma situação insolúvel, “uma vez que o presidente e sua equipe estão
praticamente ilhados, à mercê da grande rede corporativa formada por políticos,
juristas, empresários, intelectuais e funcionários públicos que irão agir
unicamente interessados em preservar seus privilégios a qualquer custo, pouco
importando o interesse daqueles que os elegeram e pagam seus vultosos
salários”.
A persistir esse quadro, encerra Jaime
Sanchez, a única saída será as Forças Armadas lançarem mão do Artigo 142 da
Constituição Federal.
O texto diz,
resumidamente, que os militares poderão, sob a autoridade do presidente da
República, interferir para o bom desempenho dos poderes da República
(Executivo, Legislativo e Judiciário) para “colocar ordem na casa e atender aos
anseios da sociedade, como foi feito em 1964”.
(Diário
do Poder)
Quarta-feira,
19 de fevereiro, 2020 ás 18:00
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