O
presidente Jair Bolsonaro afirmou na terça-feira (11/02), que o tamanho das
terras indígenas demarcadas no país é “abusivo”. A declaração foi dada durante
uma solenidade no Palácio do Planalto, na qual assinou um decreto que transfere
o Conselho Nacional da Amazônia Legal do Ministério do Meio Ambiente para a
Vice-presidência da República.
“Foi deflagrada uma verdadeira indústria das
demarcações de terras indígenas. Hoje temos o estado de Roraima praticamente
tomado. Grande parte da Amazônia e existe no Brasil todo. Deixo bem claro que
ninguém é contra dar a dar a devida proteção e terra aos nossos irmãos índios,
mas da forma como foi feito… e hoje em dia reflete 14% do território nacional
demarcado como terra indígena é um tanto quanto abusivo”, disse.
Bolsonaro
lembrou que em seu primeiro mandato como deputado, na década de 90, atuou
contra a demarcação de uma área da Amazônia “equivalente a duas vezes o tamanho
do Estado do Rio de Janeiro”, segundo ele com “cerca de 9 mil índios”, mas que
foi derrotado na Comissão de Defesa Nacional da Câmara.
“Veja
o estado de Mato Grosso. Para você escoar a produção de determinadas áreas, em
algumas estradas tem que fazer zig zag porque não pode passar por cima de
reserva indígena. Em boa hora, chegou nosso almirante Bento, de Minas e
Energia, e apresentou um projeto que vai depender do parlamento, de modo que os
nossos irmãos índios, se assim o desejarem, poderão fazer nas suas terras tudo
aquilo que o seu colega branco fazendeiro faz ali do lado. É uma maneira que
nós temos de começar a resgatar isso que parecia que estava perdido”, apontou.
O
chefe do Executivo disse ainda que tem “muita esperança” em dar resposta
àqueles que o criticam e que sejam implementadas políticas que demonstrem que a
Amazônia é do Brasil.
“No
ano passado, um chefe de estado da Europa (Macron) ousou dizer que a soberania
sobre a Amazônia não era nossa, era relativa. Outras autoridades falaram coisa
semelhante no passado. Nós temos então que nos preparar. Temos a capacidade de
nos anteciparmos a problemas e realmente implementar políticas que passem a
cada vez mais dizer que a Amazônia realmente é nossa. E nós queremos que ela
seja preservada, mas que também os seus bens não fiquem lá, simplesmente
escondidos para sempre”, afirmou.
Bolsonaro
acrescentou ainda, “Queremos a Amazônia cada vez mais brasileira. A Amazônia
realmente nos pertence e somente se interessando por ela e apresentando
políticas que realmente possam mostrar que ela é nossa e que nós somos
responsáveis pela sua soberania é que nós vamos reverter, se Deus quiser,
aquilo que grande parte da mídia interna e externa fez contra esse pedaço de
terra mais rico não só do Brasil, bem como do mundo”.
Ao final, Bolsonaro desejou “Boa Sorte” a
Mourão e disse que ele tem “competência mais do que suficiente” para que o
conselho atinja seus objetivos.
(Correio
Braziliense)
Quarta-feira,
12 de fevereiro, 2020 ás 11:00
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