A
Santa Sé estima que em torno de dez mil brasileiros participaram da celebração
litúrgica. Entre eles, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, e os
presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ); do Senado, Davi
Alcolumbre (DEM-AP), e do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias
Toffolli.
Além
da primeira santa nascida no Brasil, o Papa Francisco também canonizou a
italiana Giuseppina Vannini; a suíça Margarida Bays; o inglês John Henry Newman
e a indiana Maria Teresa Chiramel Mankidiyan.
Ao
se dirigir à multidão que lotava a Praça São Pedro, o Papa citou trecho do
Evangelho de Lucas para destacar a importância da fé e da solidariedade.
“Precisamos de ser curados da pouca confiança em nós mesmos, na vida, no
futuro; curados de muitos medos; dos vícios de que somos escravos; de tantos
fechamentos, dependências e apegos: ao jogo, ao dinheiro, à televisão, ao
celular, à opinião dos outros”, comentou Francisco. “Mas a fé caminhar juntos,
jamais sozinhos. Constitui nossa tarefa ocuparmo-nos de quem deixou de
caminhar, de quem se extraviou: somos guardiões dos irmãos distantes. Quer
crescer na fé? Ocupa-se dum irmão distante”, acrescentou o Papa.
Milagres
de Irmã Dulce
Nascida
em 26 de maio de 1914, em Salvador, a soteropolitana passa agora a ser
conhecida como Santa Dulce dos Pobres, grupo ao qual se dedicou desde o início
da adolescência, quando passou a acolher moradores de rua e doentes em sua
casa, transformando a residência da família, no bairro de Nazaré, em um centro
de atendimento. No processo de sua canonização, dois milagres lhe foram
atribuídos.
O
maestro soteropolitano José Maurício Moreira é o beneficiário de um deles. Após
14 anos sem enxergar, Moreira recuperou a visão ao pedir ajuda a agora santa
Irmã Dulce. Hoje, ele estava na Praça São Pedro, diante do Papa Francisco.
Segundo sua esposa, Marize Araújo Jorge de Mendonça, o marido e todo o grupo de
fiéis que viajou de Salvador estavam emocionados com o reconhecimento do
trabalho assistencial e religioso de Irmã Dulce.
“Ela
continua operando milagres todos os dias. Seus milagres continuam acontecendo
por meio do acolhimento oferecido a milhares de pessoas necessitadas,
desesperadas, seja no Hospital Irmã Dulce, seja em obras como o Centro
Educacional Santo Antônio, em Simões Filho”, comentou Marize, referindo-se ao
hospital de Salvador onde, segundo ela, são feitos quase três mil atendimentos
médicos diários; e à escola da região metropolitana de Salvador onde mais de
700 crianças estudam em período integral.
Ainda
emocionada, Marize contou que pediu aos santos para ajudá-la a conter a emoção
diante do Papa, que cumprimentou a Moreira e aos outros beneficiários de
milagres atribuídos aos cinco beatos santificados hoje. “Foi algo maravilhoso.
Faltam-me palavras para descrever todo o encanto e a beleza desta cerimônia”,
comentou Marize, chorando ao falar sobre a “felicidade” do Papa na escolha do
tema de sua pregação. “Ele foi ultra feliz ao falar sobre a importância da fé,
da esperança, em um tempo de tanta desesperança. As pessoas precisam ter fé,
tentar não se desesperar diante das atribuições”, comentou, afirmando jamais
ter duvidado de que Irmã Dulce seria santificada. (ABr)
Domingo,
13 de outubro ás 14:00