O
governador de São Paulo, João Doria, disse sexta-feira (16/10) que a vacina contra
a covid-19 será obrigatória em todo o estado paulista, caso ela seja aprovada
nos testes e tenha o aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Segundo Doria, apenas pessoas com atestado médico poderão ser liberadas de
receber o imunizante.
“Em
São Paulo a vacinação será obrigatória, exceto para quem tenha orientação
médica e atestado médico de que não pode tomar a vacina. E adotaremos medidas
legais se houver contrariedade nesse sentido", disse Doria, em entrevista
coletiva em São Paulo.
O
governador revelou que os testes com a vacina chinesa CoronaVac devem ser
finalizados neste final de semana e os resultados desses testes deverão ser
anunciados em coletiva à imprensa na segunda-feira (19). Doria também disse que
os resultados desses testes serão encaminhados na própria segunda-feira para a
Anvisa.
Na
quarta-feira (21), Doria deve se reunir com o ministro da Saúde, Eduardo
Pazuello, para discutir sobre a possibilidade de distribuir a vacina
nacionalmente por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). No mesmo dia, o
governador vai se reunir com o diretor-presidente da Anvisa, Antonio Barra
Torres.
"O
que São Paulo deseja é compartilhar a vacina do Butantan para que outros
estados brasileiros possam vacinar. São Paulo vai vacinar. Já garanti que os 45
milhões de brasileiros em São Paulo serão vacinados", disse Doria.
O
governo paulista, por meio do Instituto Butantan, tem uma parceria com a
farmacêutica chinesa Sinovac para a vacina CoronaVac. Por meio desse acordo, o
governo vai receber 46 milhões de doses da vacina até dezembro deste ano. O
acordo também prevê transferência de tecnologia para o Butantan .
A
CoronaVac está na fase 3 de testes com voluntários brasileiros desde julho
deste ano. Nesta etapa, é avaliada a eficácia da vacina, ou seja, se ela
protege contra o coronavírus. Caso os testes de fase 3 comprovem que ela é uma
vacina eficaz, a CoronaVac ainda vai precisar de uma aprovação da Anvisa para
iniciar a vacinação. O governo paulista prevê que o início da vacinação possa
ocorrer a partir de 15 de dezembro deste ano.
O
governador enfatizou que a vacina chinesa vem se mostrado segura, ou seja, os
voluntários não apresentaram efeitos colaterais graves. “Até aqui, sem nenhuma
colateralidade. Até aqui os testes da CoronaVac são positivos”, disse Doria.
Segundo
o coordenador executivo do Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo,
João Gabbardo, as duas primeiras fases de testagem da vacina também indicaram
que sua eficácia é de cerca de 98%. Geralmente, para ser aprovada, uma vacina
necessita minimamente ser 70% eficaz, mas a Anvisa estuda flexibilizar a
aprovação da vacina se ela tiver ao menos 50% de eficácia.
“O
Ministério da Saúde, neste momento, fala em número superior a 50%. Se tivermos
eficácia superior a 50%, a vacina poderá ser aprovada pela Anvisa. Os estudos
que temos até o momento, de fases 1 e 2, apontam para eficácia em torno de 98%.
Não tenho acesso ainda aos testes de fase 3 no Brasil. Para comparação, a
vacina para Influenza [gripe] tem eficácia em torno de 90%”, disse Gabbardo.
O
coordenador disse crer que a CoronaVac preenche todos os requisitos elencados
pelo Ministério da Saúde para ser incorporada ao Programa Nacional de
Imunização, tais como segurança, eficácia, prazo de desenvolvimento, produção
em escala e preço razoável.
“Nós
acreditamos que a vacina preenche todos os requisitos elencados pelo Ministério
da Saúde para ser incorporada ao Programa Nacional de Imunizações", disse
Gabbardo. (ABr)
Sexta-feira,
16 de outubro, 2020 ás 20:00