Liberdade de expressão

“É fácil submeter povos livres: basta retirar – lhes o direito de expressão”. Marechal Manoel Luís Osório, Marquês do Erval -15 de abril de 1866

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13 outubro, 2015

VOTAÇÃO DO TCU NÃO TEM VÍNCULO TÉCNICO COM DENÚNCIA CONTRA DILMA; ISSO É SÓ CONVERSA MOLE





A quantidade de bobagem que se está a produzir por aí sobre a possibilidade de impeachment, julgamento do TCU e afins é monumental.

Vamos lá. O governo mobilizou seus juristas “ad hoc” — escalados com a finalidade de opinar como se não estivessem a serviço — para certificar que um relatório do TCU recomendando a rejeição das contas do governo não pode servir de pretexto para o impeachment.

Ora, mas quem disse que o resultado da votação do TCU está sendo usado como argumento? A denúncia de Hélio Bicudo, Miguel Reale Jr. e Janaína Paschoal antecede a votação do TCU. É claro que se sabia que as pedaladas estavam sob escrutínio do tribunal e que era grande a chance de sair de lá uma recomendação de reprovação das contas. Mas quem disse que os deputados precisam disso?

A rigor, ainda que o tribunal tivesse recomendado a aprovação das contas, os senhores parlamentares continuariam soberanos para decidir instalar ou não a comissão especial.

A recomendação unânime para que as contas sejam rejeitadas pode, sim, servir de argumento para denúncias de improbidade administrativa contra todos aqueles que concorreram para as pedaladas fiscais — isso é possível. Para a denúncia que está na Câmara, do ponto de vista técnico, a questão é inócua.

A posição do TCU tem, de fato, um forte peso político. Quando um deputado estiver decidindo se a comissão especial será ou instalada — na hipótese de Cunha rejeitar a denúncia e de haver recurso ao plenário —, saberá que não se trata de arbítrio, mas de argumentação fundada em evidências e levantamentos técnicos.

Assim, nem errada está essa conversa mole de que seria “ilegal” usar uma sugestão do TCU de reprovação de contas como pretexto para impeachment. E nem errada está porque essa questão simplesmente não existe. São domínios absolutamente distintos.

Fico pensando: a quem o governo quer enganar quando espalha essas tolices por aí? Digamos que uns dois ou três acreditem… Qual é a chance de isso prosperar num tribunal; de alguém com real poder de decisão levar a sério uma bobagem dessa magnitude?

Os poderosos, com alguma frequência, são vítimas de uma curiosa síndrome que consiste em acreditar nas próprias mentiras que inventam. Não sei em que medida isso os ajuda a conciliar o sono, a enfrentar as dificuldades do dia a dia.

Uma coisa é certa: tolices assim não mudam a realidade e só evidenciam desespero, não é mesmo?

Por Reinaldo Azevedo

13/10/2015 às 5:35

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