A
presidente Dilma Rousseff resolveu perder o que lhe restava de pudor depois que
a dupla Rosa Weber-Teori Zavascki decidiu cassar da oposição qualquer
protagonismo para dar início à tramitação de uma denúncia contra ela, que pode
resultar no impeachment. Agora, a bola está só com Eduardo Cunha (PMDB-RJ),
presidente da Câmara. Seguindo conselho de Lula, a governanta resolveu partir
para a briga.
Na
terça, em congresso da CUT, chamou a oposição de golpista e de “moralista sem
moral”. Nesta quarta, durante uma entrevista a uma emissora de TV, afirmou
sobre o impeachment:
“Nós
consideramos que é, de fato, uma medida muito casuística, não só casuística,
mas golpista. É tentar chegar ao poder através de, vamos dizer assim, pedaladas
políticas. Isso sim é pedalada. É chegar ao poder através de atalhos”.
Ai,
ai… Então vamos ver. Que Dilma pedalou, pedalou. Que ela maquiou as contas
públicas, isso é indubitável. Lula e ela própria já admitiram a prática,
afirmando, no entanto, que o expediente foi empregado para manter programas
sociais. O que eles não aceitam é que seja um crime, certo?
Muito
bem! Ao conceder a entrevista e afirmar que o impeachment é golpe — o que é
crime — e que se trata de uma “pedalada política”, o que faz a governanta?
Admite, então, que as suas próprias pedaladas são criminosas.
A
presidente participou também de um encontro de pequenos agricultores em São
Bernardo, no qual Lula já discursou. Exaltou a sua “biografia limpa”. Disse:
“Tenho certeza que tentaram encontrar alguma coisa contra mim, mas não vão
encontrar”.
Segundo
Dilma, estão tentando dar um golpe no Brasil como se fosse “uma manifestação
oposicionista”.
Trata-se
de uma retórica irresponsável, é claro, que investe no confronto. Que o governo
tente negociar no Congresso para impedir que o processo de impeachment avance,
isso é do jogo. Que saia por aí a anunciar um golpe que sabe não existir, eis
um troço inaceitável.
Olhem
aqui: atentar contra as instituições é crime. Se existe alguém fazendo isso,
Dilma tem a obrigação de dar os nomes. Quem são os golpistas?
Pois
eu asseguro: golpismo é tomar de assalto o estado brasileiro e usá-lo em
benefício de um partido político e de um projeto de poder.
Aliás,
com a devida vênia, Dilma não tem autoridade para falar como especialista em
democracia. Ela só conheceu três concepções de poder: 1) a de dois grupos
terroristas; 2) a do brizolismo e 3) a do petismo.
Nenhuma
delas honra a democracia representativa. Uma é caudilhesca (brizolismo) e as
outras duas… golpistas!
Por
Reinaldo Azevedo.
Quinta-feira,
15 de outubro, 2015.
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