Ministra
vai decidir se investiga ou não a ação do ministro Ricardo Lewandowski no caso
do sumiço de documentos que comprometiam o PT e Dilma Rousseff
A
ministra Cármen Lúcia, há sete anos no Supremo Tribunal Federal (STF), é
conhecida por não se envolver nas ruidosas contendas que com frequência fazem
pesar o ambiente na mais alta corte do país. Mineira, ela corre de confusão. Na
quinta-feira da semana passada, por exemplo, enquanto seus colegas Joaquim
Barbosa e Ricardo Lewandowski discutiam com dedo em riste ao final de mais uma
sessão destinada a julgar os recursos dos mensaleiros, a ministra apressou-se
em sair da sala contígua ao plenário onde o bate-boca se desenrolava. Agora, como
presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Cármen Lúcia está diante de um
dilema que porá à prova seu hábito de evitar divididas. Na semana passada, VEJA
revelou que o TSE sumiu com pareceres técnicos que sugeriam a reprovação das
contas do PT no período do mensalão e da campanha da presidente Dilma Rousseff
- e que o desaparecimento de tais documentos ocorreu por interferência direta
de Lewandowski, então presidente do tribunal. A pressão exercida pelo ministro
consta do relatório final de uma sindicância realizada pelo próprio TSE cujo
resultado está nas mãos de Cármen Lúcia. Caberá a ela decidir o que fazer
diante da revelação: adotar providências para passar o episódio a limpo ou
deixar que o caso fique como um estranho mal-entendido.
(Da redação
de VEJA)
Sábado, 05 de
setembro, 2015
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