Liberdade de expressão

“É fácil submeter povos livres: basta retirar – lhes o direito de expressão”. Marechal Manoel Luís Osório, Marquês do Erval -15 de abril de 1866

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11 janeiro, 2022

MORO TEM ENCONTRO COM JOAQUIM BARBOSA, EX-PRESIDENTE DO STF

 

Sergio Moro & Joaquim Barbosa

 Pré-candidato à Presidência pelo Podemos, o ex-juiz Sergio Moro se encontrou, na segunda-feira (10/01), com o ex-presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) Joaquim Barbosa.

 

A pedido do próprio Moro, o encontro aconteceu no apartamento de Barbosa, no Rio. O ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro procura um candidato ao governo do estado, onde o Podemos mantém aliança com o governador Cláudio Castro (PL).

 

Barbosa é mencionado por aliados de Moro como um nome que poderia ocupar esse papel. Mas a ideia não foi discutida com o comando do Podemos do Rio, que não foi informado do encontro.

 

A reunião integra a ofensiva do ex-juiz Moro diante da sua candidatura ao Palácio do Planalto.

 

Apesar da conversa, Barbosa sinalizou anteriormente resistência a uma aproximação política. Em 2018, chegou a ser cotado para ser candidato à Presidência da República pelo PSB, que atualmente negocia uma chapa com Lula (PT).

 

Barbosa comandou o STF no julgamento do mensalão, que levou à condenação de dirigentes petistas pelo esquema no governo Lula.

 

No ano passado, ele quebrou um silêncio de quatro anos sem dar entrevistas para falar com a colunista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, sobre a possibilidade de adoção do sem presidencialismo no Brasil.

 

Ele disse na ocasião acreditar que mudar o regime de governo para combater crises é uma "aventura" e que os paralelos feitos com o sistema francês não fazem sentido no Brasil.

 

Na semana passada, Moro fez um tour na Paraíba, iniciando um périplo pelos estados brasileiros com o objetivo de articular palanques e buscar aliados para a sua campanha neste ano.

 

Moro teve no seu entorno um grupo de parlamentares que se elegeu para Câmara dos Deputados e Senado em 2018 na onda bolsonarista, mas romperam ou se afastaram o presidente Jair Bolsonaro (PL) ao longo da atual legislatura.

 

A expectativa do ex-juiz é visitar outros estados do Nordeste nos próximos meses com o objetivo de ganhar musculatura em uma região onde o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem grande capilaridade e o presidente Jair Bolsonaro tem alta rejeição.

 

Apesar das investidas na região, Moro enfrenta dificuldades para firmar palanques competitivos no Nordeste.

 

*FOLHAPRESS

Terça-feira, 11 de janeiro 2022 às 11:50


 

10 janeiro, 2022

O QUE É MAIS GRAVE, SER TARADO POR VACINA OU TARADO CONTRA VACINA?

Pense rápido: o que é pior, ser “tarado por vacina” ou tarado contra vacina? O presidente da República, Jair Bolsonaro, tenta insistentemente dividir o País entre os dois grupos, mas não dá certo, porque ele fala, fala, fala contra a imunização de adultos e agora de crianças, mas ninguém lhe dá ouvidos. Os brasileiros sabem que a questão não é ideológica, mas de vida ou morte.

 

“Ninguém” talvez seja exagero, porque há tarados que dão de ombros para a ciência e seguem tudo o que seu mestre, ou seu mito mandar. É triste, talvez doentio. Bolsonaro já proibiu a compra da Coronavac, a “vachina do Doria”, e disse que quem se vacina vira jacaré, as duas doses causam Aids na Inglaterra e que tão poucas crianças morrem de Covid… Pra que vacinar?

 

 Perguntem aos pais, mães, avós, tios, irmãos, primos, amigos e médicos das 308 crianças mortas pela doença entre 5 e 11 anos e dos 2.500 abaixo dos 19 anos, que teriam sido salvos com vacinas. E dá um arrepio pensar em quantos ainda podem ser contaminados, internados e… até as doses chegarem.

 

Ao tentar dividir a população entre tarados pró e contra vacina, Bolsonaro também racha seu governo e sua base aliada. Enquanto ele ataca as vacinas, a nova propaganda oficial badala o índice de imunizados no Brasil e o Exército reforça suas diretrizes pró vacina e contra fake news na pandemia. Vale para o comandante em chefe?

 

Médicos criticam o estúpido negacionismo do presidente e pediram investigação do ministro Marcelo Queiroga no Conselho Federal de Medicina por desvios ético-profissionais, a Sociedade de Imunização também se rebela e a Sociedade de Pediatria diz em nota que desestimular os pais a imunizarem seus filhos é “lamentável e irresponsável e pode custar vidas”.

 

O que dizer da deputada Bia Kicis, que jogou no WhatsApp e dali para as matilhas bolsonaristas da internet dados pessoais e profissionais de três médicos que defenderam vacinas para crianças na tal audiência pública? Replicou Bolsonaro, que queria a lista dos técnicos da Anvisa que autorizaram a vacinação infantil. Certamente, para “ripar” a reputação deles, já que não pode demiti-los, como no Iphan, Inep, Inmetro, PF…

 

E é gravíssimo, além de indigno, o presidente acusar a Anvisa de ter “interesses por trás” ao tomar decisões em prol do Brasil, das crianças, das vacinas, do Butantã e da Fiocruz, que produz uma vacina 100% nacional. Ele não entende nada, nem a tara por vacinas que salvam de poliomielite, sarampo, tétano, coqueluche… e covid-19.

 

Parabéns, Fiocruz! Solidariedade, Anvisa e doutores tarados pela vida!

 

*Estadão

Segunda-feira, 10 de janeiro 2022 às 13:18 


 

 

09 janeiro, 2022

BOLSONARO TEM UMA ARMA QUE PODE ANULAR A CANDIDATURA DE LULA, MAS É IDIOTA E NÃO SABE USÁ-LA

 

No Brasil, acompanhar o noticiário político é como ir ao teatro. Tudo encenado, diz uma coisa, mas faz-se outra, o roteiro é sempre surrealista, cheio de imprevistos e frases de efeito. É impressionante o número de notícias-crime ou notícias de fato, que motivam espalhafatosos inquéritos, mas as investigações dificilmente levam à abertura de processos e mais raramente ainda redundam em condenação, quando se trata de políticos e outros criminosos de elite.

 

E tudo isso significa altos custos, para que se mexam os integrantes do Judiciário, do Ministério Público e da Polícia Federal ou dos Estados. Sempre custa muito caro levar adiante os inquéritos, mesmo que estejam apenas fingindo que investigam.

 

 Assim, depois que os três apodrecidos Poderes se uniram naquele “pacto de governabilidade” inventado pelo ministro Dias Toffoli logo no início do governo Bolsonaro, as cortinas se abriram e começou a ser apresentada a maior superprodução dos últimos tempos – a destruição da Lava Jato, o mais efetivo esquema de combate à corrupção já promovido no mundo.

 

Três anos depois, o resultado do pacto de governabilidade é impressionante. A Lava Jato foi sepultada sem choro nem vela, como diria Noel Rosa, e houve tamanha rocambolesca narrativa, e de tal maneira, que até surgiu um novo substantivo de significado altamente depreciativo – “lavajatismo”, para designar perseguição jurídica a pessoas inocentes…

 

Esse pacto pela impunidade lavou, enxaguou e secou a memória nacional, hoje poucos se arriscam a defender a Lava Jato, e os criminosos levados à cadeia estão todos soltos – à exceção do extravagante Sérgio Cabral, que jogou na lama o nome que recebera do pai, sem falar no filho nem no espírito santo.

 

 Um pacto dessa ordem, celebrado pelos três Poderes, é claro que traria sequelas, e a maior vítima foi Jair Bolsonaro, que se elegera combatendo a corrupção. Ele não percebeu que se tornaria refém do Supremo e do Congresso, não teria mais o papel principal e só poderia disputar o Oscar de Coadjuvante.

 

Bolsonaro contava com a reeleição, jamais imaginou que Lula recuperasse os direitos políticos. Quando isso aconteceu, nem reagiu, ficou inerte. Poderia ter acionado a Procuradoria-Geral da República para obrigar o Supremo a rever o julgamento, totalmente inconstitucional, pois teve base em “incompetência territorial absoluta”, algo que Padre Quevedo diria que “non ecziste” no Direito brasileiro ou de qualquer país.

 

Aqui como lá, a “incompetência territorial” só anula condenação quando se trata de processos imobiliários, e o caso de Lula era de ação criminal. O procurador-geral Aras é a única autoridade que pode pedir anulação do julgamento do Supremo, mas não foi acionado por Bolsonaro e ficou quieto no seu canto. 

*Tribuna da internet

Domingo, 09 de janeiro 2022 às 15:47