Com
a aprovação da reforma da Previdência, 33% dos brasileiros com acesso à
internet afirmam ter mudado seus hábitos de poupança, de olho no capital que
terão quando chegar a hora da aposentadoria. É o que diz uma pesquisa
encomendada pelo C6 Bank ao Ibope Inteligência. Foram entrevistadas 2 mil
pessoas com acesso à web, e a margem de erro é de dois pontos porcentuais para
mais ou para menos.
Os
jovens até 34 anos são maioria entre os que já mudaram de comportamento e
passaram a poupar mais. Desse universo, 39% têm entre de 16 a 24 anos e 37%, de
25 a 34 anos. A classe social também é um recorte importante: 41% dos que
mudaram seus hábitos são da classe A, de maior poder aquisitivo.
Já
entre os que ainda não tomaram decisão alguma – e eles representam 31% do
resultado da pesquisa -, 41% têm mais de 55 anos. Neste caso, as classes
sociais estão mais bem distribuídas, mas a maioria (34%) é da classe C, a mais
pobre incluída na sondagem. “O grupo de mais de 55 anos é o mais resistente a
mudanças em qualquer levantamento. São os que têm mais medo e duvidam de muitas
coisas”, diz Tony Perrela, analista do Ibope responsável pela pesquisa.
Mudanças
A
reforma foi promulgada em 12 de novembro e estabelece mudanças como aumento da
idade mínima para pedir aposentadoria e do tempo de contribuição dos
trabalhores da ativa, além de alterar o cálculo do valor do benefício que será
pago no final pela Previdência. Por enquanto, o texto engloba os empregados de
empresas da iniciativa privada e do setor público federal. Ainda está em
discussão no Congresso Nacional a inclusão também de servidores dos Estados e
municípios.
Angela
Nunes, planejadora financeira certificada pela Associação Brasileira de
Planejadores Financeiros (Planejar), afirma que, independentemente da faixa
etária do contribuinte, o INSS não pode sair dos planos. “Tivemos mudanças
importantes. Mesmo assim, a Previdência oficial conta com benefício vitalício,
algo difícil de se encontrar em produtos privados”, diz. Ela explica que os
planos de previdência privada nem sempre garantem renda enquanto a pessoa
viver, por isso, é preciso prestar atenção aos contratos para não errar no
planejamento de longo prazo.
Opções
Quando
perguntados sobre como pretendem garantir a renda na aposentadoria, os
participantes da pesquisa selecionaram, em média, mais de uma opção. Os que
disseram contar com recursos do INSS foram 49%; 38% com o dinheiro que já
investem; 26% com a aposentadoria privada; e 5% com ajuda de familiares. Outros
21% disseram não saber, enquanto 4% afirmaram não pretender se aposentar.
A
queda acelerada dos juros neste ano tem empurrado cada vez mais os investidores
para aplicações de maior risco, como a renda variável, como forma de obter
rendimento superior à inflação.
Neste
caso, o conselho dos especialistas é que o investidor comece aos poucos,
considerando sempre que, quanto maior o tempo até a aposentadoria, mais ele
pode alocar em ativos de maior risco.
Mesmo
para quem optar pela previdência privada, em vez de uma carteira personalizada
de longo prazo bem diversificada, a orientação é acompanhar os movimentos do
fundo e avaliar sempre a opção de portar o plano para outro fundo. “Dependendo
do montante alcançado, o investidor pode acessar fundos melhores, que tem mais
porcentagem em renda variável ou que dão direito à renda vitalícia”, diz
Angela.
As
informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Segunda-feira,
09 de Dezembro, 2019 ás 10:00