Liberdade de expressão

“É fácil submeter povos livres: basta retirar – lhes o direito de expressão”. Marechal Manoel Luís Osório, Marquês do Erval -15 de abril de 1866

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18 janeiro, 2016

JOÃO SANTANA PODE TER RECEBIDO DINHEIRO DO PETROLÃO NO EXTERIOR





Um empreiteiro do primeiro time está diante de um advogado de sua empresa e, pensando alto, reclama da atitude da presidente Dilma Rousseff, que, na visão dele, estava pouco se lixando para a sorte dos empresários pegos na Operação Lava-Jato. Diz ele: "A Dilma fica posando de virtuosa como se não tivesse nada com o que está acontecendo. Ela declarou pouco mais de 300 milhões de gastos de campanha, e nós demos para ela quase 1 bilhão. Como ela pensa que o restante do dinheiro foi parar na campanha?". Esse desabafo reflete uma situação de fato e, além de ser uma confissão de crime, descreve com exatidão o sentimento comum entre muitos dos maiores doadores do PT na campanha presidencial de 2014. Eles deram dinheiro contabilizado, devidamente registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas também fizeram contribuições clandestinas das mais diversas maneiras usando suas poderosas estruturas empresariais. Outro empreiteiro avança mais: "Essas doações foram feitas a partir da contratação de consultorias indicadas pelos políticos ou por meio de pagamentos a publicitários diretamente no exterior". A Polícia Federal já encontrou evidências dessas operações casadas em que empresas são agraciadas com obras e financiamentos públicos generosos e, em troca, contratam aqui ou no exterior "consultorias" ou agências de publicidade às quais devolvem parte do butim. Um exemplo dessa triangulação criminosa está sendo investigado em um inquérito sigiloso que tramita em Curitiba e tem como personagem principal o marqueteiro João Santana, artífice das campanhas eleitorais do ex-presidente Lula e da presidente Dilma.

A história começa nas primeiras horas da manhã do dia 5 de fevereiro do ano passado, quando uma equipe de policiais federais bateu na porta do engenheiro Zwi Skornicki, em um condomínio da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Os agentes estavam atrás de computadores e documentos. As buscas eram parte da nona fase da Operacão Lava-Jato, batizada de My Way. Estavam na mira dos policiais onze operadores do petrolão que haviam sido denunciados por Pedro Barusco, ex-­gerente da Petrobras. Em acordo de delação, Barusco revelou os detalhes de como funcionava o esquema de corrupção na diretoria de Serviços da estatal. Apenas ele, um funcionário de terceiro escalão, havia embolsado 97 milhões de dólares, dinheiro que escondia em contas secretas no exterior. Barusco contou como eram pagas as propinas em troca dos contratos, em especial aqueles destinados à construção de plataformas e sondas para exploração de petróleo em águas profundas. Organizado, ele tinha uma lista com o nome de todos os operadores, quem cada um deles representava e, principalmente, o que cada um fazia.

Zwi Skornicki, o morador do condomínio de luxo da Barra da Tijuca visitado pelos federais, era um dos nomes da lista de pagadores de propina. Havia anos ele era o representante no Brasil do estaleiro Keppel Fels, de Singapura, dono de contratos bilionários com a Petrobras. Segundo Barusco, de 2003 a 2013 Zwi foi o responsável por pagar - a ele, a outros funcionários da Petrobras e também ao PT - as comissões devidas pelo estaleiro asiático. Eram provas desses pagamentos que os agentes procuravam na casa do operador, mas a busca acabaria abrindo uma nova linha de investigação. Ao analisarem o material apreendido, os investigadores encontraram uma carta enviada em 2013 a Zwi com as coordenadas de duas contas no exterior, uma nos Estados Unidos e a outra na Inglaterra. A remetente da correspondência, manuscrita, era Mônica Moura, mulher e sócia do marqueteiro João Santana. Intrigante. Que ligação financeira poderia haver entre a esposa e sócia do marqueteiro da presidente da República e um operador de propinas do petrolão? Estranho. Num mundo digital, a comunicação ainda se deu por carta - talvez para não deixar rastros em e-mail ou mesmo em mensagem telefônica.

Por: Rodrigo Rangel – VEJA online

Segunda-feira, 18 de janeiro, 2016

17 janeiro, 2016

MATAR OU MORRER



O ano de 2016 será decisivo para o futuro do governo de Dilma Rousseff. Será decisivo por várias razões, e uma delas é por não poder repetir a inoperância desastrosa que o caracterizou em 2015, com uma estimativa de queda do PIB de 3,7% e uma inflação que ultrapassou os 10%. As situações econômica e política a que chegou o país são tão graves que até mesmo Dilma, que não costuma dizer a verdade, chegou a admitir, em entrevista a um grupo de jornalistas, que de fato errou.

É certo que não confessou o erro verdadeiro –que foi, entre outras coisas, valer-se das pedaladas para garantir sua reeleição–, mas admitir que errou já é uma atitude realmente inesperada para quem não erra nunca. Mas o que aconteceu para que ela adotasse, tão inesperadamente, tal atitude? Não tenho dúvida de que se trata de uma questão de vida e morte. Ou seja, Dilma só a adotou porque viu nela o único caminho para se livrar da situação crítica a que, em função de seus erros, conduziu o país.

Não é que basta admitir ter errado para, com isso, superar as dificuldades nas quais o país se debate. Não basta, claro, mas é o primeiro passo para ela tentar ganhar credibilidade junto à opinião pública e poder enfrentar o seu agora mais sério adversário: o PT. O leitor provavelmente ficará surpreso com esta minha afirmação, mas é que, em política, tudo pode ocorrer, especialmente quando se trata de situações como esta que o populismo petista criou no Brasil.

O leitor certamente se lembra de quando o então presidente Fernando Henrique Cardoso criou os programas Bolsa Escola e Bolsa Alimentação: o primeiro para ajudar na educação dos filhos de trabalhadores e o segundo para pagar-lhes a comida quando desempregado. Lula, na época, foi contra esses programas mas, eleito presidente, os manteve, fundindo-os no Bolsa Família e triplicando o número de beneficiados. Com isso, onerou os cofres públicos e bagunçou o coreto, tornando inviável o controle da concessão dos benefícios. É que o objetivo do populismo não é resolver os problemas dos necessitados, mas explorá-los para manter-se no poder.

Assim fizeram Lula e Dilma, valendo-se do dinheiro público em programas assistencialistas e outras medidas equivocadas que contribuíram para a grave situação na qual nos encontramos hoje. Com o propósito de manter-se no poder, os presidentes petistas, em vez de investirem no crescimento econômico do país, estimularam o consumismo, chegando ao ponto de usar recursos públicos para financiar empresas privadas e assim garantir preços acessíveis ao consumo popular. Para isso e para outros procedimentos irresponsáveis, usaram recursos da Caixa Econômica Federal, do Banco do Brasil e do BNDES, contribuindo assim para a situação crítica em que se encontra hoje a economia brasileira.

A situação já era essa em 2014, quando Dilma, para se reeleger, afirmava que a economia brasileira ia de vento em popa. Como havia mentido, ao começar o novo mandato, teve de tomar as medidas necessárias para evitar o naufrágio. Foi então que convidou Joaquim Levy, cuja visão de economista é contrária à sua, para o ministério da Fazenda. Levy, então, propôs medidas necessárias à superação da crise, medidas essas que, inevitavelmente, visavam cortar despesas e fazer o ajuste fiscal. Noutras palavras, o contrário do que o populismo petista havia feito nestes 12 anos de governo.

Imediatamente, o PT se opôs a elas. Claro, porque contrariavam quase tudo o que o os governos petistas fizeram para se perpetuar no governo e, consequentemente, caso fossem postas em prática, atingiriam os seus interesses políticos e levariam inevitavelmente à sua derrota eleitoral, particularmente se impostas por Dilma, membro do partido. Resultado: quase todas as medidas propostas por Levy foram inviabilizadas por eles, e até Lula, que inventara Dilma, atuou contra elas. Sim, porque, sem as benesses do populismo, o lulapetismo estará perdido. Mas o governo Dilma, como fica? Se a estagnação de 2015 se mantiver, ela dificilmente se sustentará no poder. Em face disso, só há uma saída: fazer o contrário do que o PT pretende que se faça. Não por acaso, ela declarou na tal entrevista: "Não governo para este ou aquele partido, governo para a sociedade". Vai morrer gente!

 (Ferreira Gullar)

Domingo, 17 de janeiro, 2016

16 janeiro, 2016

ASSASSINATO DE JOVEM EM SÃO MIGUEL MOSTRA QUE ESTÁ TUDO ERRADO NA SEGURANÇA DO BRASIL




A cidade de São Miguel do Araguaia, 474 quilômetros de Goiânia, viveu momentos de terror na noite de quarta-feira (13/1). Segundo testemunhas, uma quadrilha formada por oito homens armados de fuzis invadiram a cidade e explodiram vários caixas eletrônicos de duas agências bancárias: Banco do Brasil e Bradesco. Durante a ação, a assessora do Ministério Público de Goiás (MP-GO), Vivianny Costa, de 27 anos, foi morta com um tiro no pescoço.

Assustados, os moradores da cidade gravaram vários vídeos do momento em que os assaltantes atiravam e detonavam explosivos que deixaram em frangalhos as agências bancárias. O destacamento da Polícia Militar local pouco pode fazer em represália aos bandidos fortemente armados.

A superioridade bélica da quadrilha era grande demais para qualquer tipo de resistência, o que forçou os militares esperarem reforços especializados, como o Comando de Operação de Divisas (COD), e as equipes do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e do Grupo de Radiopatrulha Aérea (Graer), ambos sediados em Goiânia.

Porém, a questão principal que merece ser debatido é sobre o quanto o aparato de segurança pública do Estado, e da União, estão preparados para lidar com este tipo de crime, principalmente no que se refere ao serviço de informação.

Esta ação criminosa que aterrorizou os moradores da pequena São Miguel do Araguaia — de pouco mais de 23 mil habitantes —, apelidado de “novo cangaço”, é uma modalidade delituosa já conhecida das autoridades, principalmente dos Estados do Centro-Oeste e Norte do Brasil.
Afinal, como combatê-los, levando em consideração que estas quadrilhas especializadas agem em cidades pequenas do interior, onde as guarnições policiais são menores e com pouco poder de fogo?
Primeiramente é preciso mais investimentos em inteligência. Os setores de serviço reservado da PM precisam estar em sintonia com as delegacias especializadas da Polícia Civil. Mapear as áreas em que já ocorreram este tipo de crime e trabalhar preventivamente é mais do que necessário. A troca de informação com as polícias de Estados vizinhos, sobretudo o Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Tocantins, é de fundamental importância.
Segundo: é preciso equipar melhor e armar adequadamente as equipes de policiamento especializado no interior. É necessário, também, encontrar uma saída prática para trabalhar melhor o material humano disponível. No mínimo, numa ação criminosa como esta ocorrida em São Miguel do Araguaia, em que os assaltantes usaram fuzis (provavelmente AR-15 e AK-47), os policiais necessitariam ter a disposição para uma resposta à altura, fuzis calibre 5,56 mm, como os modelos carabina Colt M-4 ou o de fabricação alemã HK G36, comumente utilizado pelas principais polícias do mundo. Há no mercado nacional de armas alguns modelos similares, como o novíssimo Imbel IA-2 (fabricado pelo Exército), também no calibre 5,56mm e disponível na versão 7,62mm.

É preciso lembrar que nossos policiais precisam também ter a disposição coletes balísticos, já que a vida é o principal patrimônio. Mais: viaturas VW Gol ou Palio Weekend não são páreos para caminhonetes e carros de motorização 2.0. Por falar em viatura, a PM goiana adquiriu em 2014 um veículo blindado policial, um mesmo modelo usado pela SWAT americana que, até o momento, ainda não chegou.

Tal veículo, que vai equipar o Bope (unidade subordinada ao Comando de Missões Especiais (CME)da PM) dará plena vantagem às equipes táticas numa situação como esta de São Miguel do Araguaia. Logicamente tal viatura estará sempre sediada em Goiânia, mas o seu deslocamento é rápido e, em caso de confronto, não há dúvida: os “caveiras” goianos sairiam vitoriosos.

Terceiro: não dá mais para conduzir a política de segurança pública no Brasil apenas com o protagonismo dos Estados e dos municípios. A União, que retém a maior fatia do bolo orçamentário, precisa urgentemente participar de forma direta da segurança pública nas cidades. Como? Destinando mais verbas para área, implementando a integração entre as forças policiais estaduais e federais, investindo mais em equipamentos modernos, armamentos, viaturas, aeronaves e sistemas eletrônicos de inteligência.

Quarto: Onde estes criminosos conseguem o acesso a armas e munições de uso exclusivo das Forças Armadas? A resposta é simples: pelas fronteiras, sobretudo com o Paraguai e Bolívia. Mais uma vez o governo federal precisa acordar para esta questão e investir pesado na fiscalização dos desafiantes limites territoriais terrestres do País. Não somente armamento e munições adentram o território nacional pelas fronteiras, há também a incidência de entrada de explosivos, como os usados na ação de ontem, além de drogas, contrabandos e veículos furtados.


Por Frederico Vitor

Sábado, 16 de janeiro, 2016