Franqueza é isso: “A gente quer sempre provocar o pior neles, nunca o melhor. A gente não quer que todo mundo diga que se ama. Quando alguém é péssimo para o público, é maravilhoso para a gente”, diz Boninho, diretor da TV Globo, sobre a estratégia do BBB para garantir audiência, segundo registrou o Facebook do deputado estadual Atila Nunes, no último dia 25.
A sinceridade do citado diretor é espantosa. Sua declaração indica um dos vários motivos que fazem a população votar mal e eleger péssimos governantes e representantes. Dizem que os meios de comunicação são o espelho do país. Se eles privilegiam sempre o pior, o resultado não pode ser outro.
Pelé já dizia isso nos anos 1970: “O povo não sabe votar”. Muitos o criticaram, mas, entra década sai década e vemos o tecido social brasileiro dando audiência nas TVs para baixarias, confirmando as palavras do Rei Pelé.
A afirmação do diretor da Globo é conclusiva. Quer dizer que um programa educando o povo através da neurolinguística, com pensamentos positivos/construtivos, estará fadado ao prejuízo? Bem, tive oportunidade de viajar por alguns países europeus e vi emissoras de TV muito diferentes… A meu ver, melhores.
E veja a segunda frase do referido diretor: “A gente não quer que todo mundo diga que se ama”. Justamente o contrário do que sempre disseram Jesus, Buda, Gandhi e tantos outros.
Claro que ninguém é obrigado a assistir tais programas, como afirmava o saudoso jornalista Sérgio Porto, mas conhecido como Stanislaw Ponte Preta e que era roteirista de TV: “A melhor coisa na televisão brasileira é o botão de desligar”.
Concordo com ele ainda hoje. Talvez por esses e tantos outros motivos não consigo ver TV. Não posso ficar parado horas diante de uma “Bárbara bela tela de TV”, como cantava o poeta Gilberto Gil, em sua canção que lembrava o filme francês “Barbarela”.
Não sou melhor do que ninguém, mas podemos parodiar: “Diga-me o que assistes nas TVs e dir-te-ei quem és, constatarei em quem votas…”.
Não estou falando nada de novo, outros já escreveram sobre a influência que a televisão exerce sobre as massas, até melhor do que eu, mas a presente reflexão me faz destacar o BBB como um programa tipo Brasil Bem Bobo, que imita o lixo de emissoras estrangeiras.
E as especialistas da mídia não estão nem aí com o que escrevo, porque sou um mortal, com muitas falhas, idealista sonhador social, e meu romantismo vai todo para torcer por um outro BBB, que represente um Brasil Bem Bacana.
*TI
Domingo, 12 de março 2023 às 19:50