Com o encarecimento da
eletricidade e o risco climático, o abastecimento fotovoltaico virou um
investimento estratégico para consumidores e empresas.
Essa modalidade acaba de atingir a terceira
posição na matriz energética do País
Há anos os especialistas
apostam na energia solar, que é não apenas limpa, mas traz benefícios que vão
desde a economia da conta de luz doméstica até o aumento na produtividade nos
processos agrícolas e industriais.
E o Brasil acaba de dar um
passo importante para se firmar nessa nova modalidade. Ela se tornou a terceira
maior fonte da matriz elétrica brasileira, ultrapassando a potência gerada
pelas termelétricas a gás natural e de biomassa e ficando atrás da hídrica e
eólica.
A transformação foi
relativamente rápida. Não faz muito tempo que a energia solar era extremamente
cara. Passados alguns anos, esses equipamentos ficaram mais baratos e acessíveis.
Estima-se que em 2024 o Brasil tenha, aproximadamente, 887 mil sistemas de
energia solar conectados às redes de distribuição. “É interessante falar que
hoje temos como fazer um projeto já com materiais fotovoltaicos integrados à
edificação, com materiais nacionais, sem precisar fazer importações, o que
acaba melhorando o custo”, afirma a arquiteta Clarissa Debiazi Zomer, diretora
da Arquitetando Energia Solar.
Para o diretor da Absolar
(Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica), Carlos Dornellas, o
avanço da energia solar no País, via grandes usinas e pela geração própria em
residências, pequenos negócios, propriedades rurais e prédios públicos é
fundamental para o desenvolvimento econômico e ambiental. “A fonte ajuda a
diversificar o suprimento de energia elétrica, reduzindo a pressão sobre os
recursos hídricos e o risco de ainda mais aumentos na conta de luz da
população”, defende. De acordo com a associação, estima-se que 2022 terá um
recorde nas instalações, chegando a quase 25 gigawatts médios (GW) nos tetos de
prédios e casas. Ou seja, é um volume que representa quase duas usinas de
Itaipu, a maior do País, com 14 gigawatts (GW) de capacidade.
Graças à versatilidade e
agilidade da tecnologia solar, uma usina fotovoltaica de grande porte fica
operacional em menos de 18 meses, desde o leilão até o início da geração de
energia elétrica. E bastam apenas 24 horas para tornar-se um telhado ou um
pequeno terreno em uma fonte de geração de eletricidade a partir do sol. “As
usinas solares de grande porte geram eletricidade a preços até dez vezes
menores do que as termelétricas fósseis emergenciais ou a energia elétrica
importada de países vizinhos, duas das principais responsáveis pelo aumento
tarifário sobre os consumidores”, diz Dornellas. Por ser um país tropical e
ensolarado, o Brasil tem mostrado um grande potencial na modalidade. A energia
solar no Brasil já acumula mais de R$ 86,2 bilhões em investimentos.
A adoção da energia solar
rende 95% de economia na luz e permite que os negócios se tornem mais
sustentáveis. “Percebo um crescimento principalmente no âmbito residencial. Os
preços vêm reduzindo e o retorno que já foi de cinco anos hoje está em torno de
três. Isso faz com que fique cada vez mais interessante investir nessa fonte”,
diz Clarissa. Com a nova lei em vigor desde o início do ano, que prevê isenção
de encargos setoriais até o fim de 2045 para quem instalar um sistema de
geração própria solar até 7 de janeiro de 2023, a demanda dos projetos tende a
aumentar. A população sente a necessidade de uma energia mais barata e
sustentável. “Tem muita gente querendo aproveitar essa nova lei e se beneficiar
até 2045”, constata
IstoÉ
Sexta-feira, 29 de julho
2022 às 15:06
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