É recorrente que a Imprensa, toda vez que
existem votações complexas nos mais diversos tribunais, identifica cada
ministro com o respectivo presidente que o indicou, deixando implícito que seu
voto será favorável ao "padrinho". Hoje a Folha relata o caso do TSE
na seguinte forma:
Dos sete ministros, cinco foram
escolhidos por governos do PT e dois pelo PSDB. A indicação, no entanto, não
garante um cenário favorável ao governo.
Relator do pedido de cassação no
TSE e ministro do STJ, João Otávio de Noronha foi nomeado por Fernando Henrique
Cardoso.
Presidente do TSE e ministro do
STF (Supremo Tribunal Federal), Dias Toffoli tem criticado o governo --sendo
que já atuou como advogado-geral da União no governo Lula e advogou para o PT.
Vice-presidente do tribunal, Gilmar Mendes tem atacado ações de governos
petistas.
Chegaram aos cargos pelas mãos de
Dilma o ministro do STF Luiz Fux e a ministra do TSE Luciana Lóssio, que ocupa
vaga dos advogados no tribunal e foi escolhida depois de atuar na área jurídica
da campanha do PT em 2010.
O ex-presidente Lula indicou a
ministra do STJ Maria Thereza de Assis Moura e o ministro Henrique Neves,
também da classe dos advogados, para atuar como substituto no TSE. Ele, porém,
foi reconduzido para cadeira de ministro titular por Dilma.
A notícia não afirma, mas sugere
que os votos serão dados de acordo com a orientação de quem fez as nomeações.
Isto depõe contra a imagem da Justiça no país, mergulhando-a nas sombras. E a
culpa é da própria Justiça, pois nenhum tribunal emite uma nota
comprometendo-se com a isenção e com o cumprimento da lei, reagindo contra este
tipo de informação enviesada. No fundo,
ao não reagirem, estes ministros concordam tacitamente com a Imprensa. Não afirmam,
não confirmam, continuam num silêncio obsequioso que faz com que o brasileiro
acredite cada vez menos na Justiça. E com toda a razão, pois os julgamentos têm
sido assim.
Fatos como o encontro secreto
entre o presidente do STF, o ministro da Justiça e a presidente da República no
exterior, para tratar de processos em andamento e que envolvem as partes, são o
pior dos retratos do que se transformou o Judiciário no Brasil. Não há mais
isenção. Não há mais respeito a Lei. Às togas pretas, estes ministros deveriam
agregar máscaras para que não tivéssemos vergonha de ver em quem os juízes
estão votando. Eles votariam secretamente a favor dos corruptos e criminosos
associados aqueles que os nomearam, mas ao menos não ficaríamos sabendo. A
Justiça voltaria a ser cega, pelo menos para nós, que nada podemos fazer diante
de tanta corrupção e cinismo.
(Blog do Coronel)
Segunda-feira, 13 de julho de
2015
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