Liberdade de expressão

“É fácil submeter povos livres: basta retirar – lhes o direito de expressão”. Marechal Manoel Luís Osório, Marquês do Erval -15 de abril de 1866

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27 dezembro, 2021

JÁ É POSSÍVEL DESEJAR “BOAS FESTAS”, PORQUE ESTAMOS MELHOR DO QUE NO ANO PASSADO…

 

Até o último dia 22, portanto já incluindo a Ômicron, a Covid-19 havia causado 277 milhões de infecções, com 5,4 milhões de mortos no mundo. Com a nova variante se espalhando muito mais rápido que as anteriores, como encarar as festas de fim de ano? Que festas? Por outro lado, os mesmos dados da Johns Hopkins University mostram que 8,8 bilhões de doses haviam sido aplicadas, com muitos países já avançando na terceira dose, e Israel iniciando o programa da quarta aplicação.

 

Visto assim, já se encontra algum espaço para comemoração, mas só para vacinados e em ambientes seguros. A Covid-19 continua sendo um desastre, mas é preciso admitir que o mundo reagiu de forma espetacular. As vacinas foram produzidas e aplicadas numa rapidez inédita e já começam a aparecer os remédios para tratar quem apanha a doença.

 

 Não foi, entretanto, de uma hora para outra. As vacinas não saíram do nada, mas resultaram de anos e anos de pesquisa conduzida globalmente, com os cientistas compartilhando dados e conclusões. As farmacêuticas reuniram cérebros do mundo todo, a que entregaram material e insumos valiosos. Eis aí um claro triunfo da globalização.

 

O problema maior é velho conhecido: a distribuição desigual dos benefícios. Mas também é verdade que a renda global estava crescendo antes da Covid-19 — o que, obviamente, facilita os planos de melhor distribuição —, como é certo que o mundo volta a crescer neste momento.

 

Mas de novo é desigual — alguns países à frente, outros mais devagar. O Brasil está no grupo de trás — e isso nos leva ao ponto principal: a responsabilidade de cada país, sociedade, cidadãos, governos.

 

 O Brasil provavelmente passará por nova recessão — e não por causa de um ambiente externo negativo ou, como diriam os bolsonaristas, de uma conspiração globalista-comunista (seja lá o que isso queira dizer).

 

O governo Bolsonaro é ruim não apenas na política, mas revela uma incompetência inédita mesmo num país que já teve tantos administradores da pior qualidade. Governos estaduais e prefeituras continuam vacinando e tratando dos casos. Mas o Ministério da Saúde, fora do ar em todos os sentidos, não consegue registrar e ainda faz de tudo para atrasar a vacinação de crianças.

 

Num país que pode se orgulhar de seus infectologistas e de seu sistema de vacinação, o ministro da Saúde chama uma audiência pública para ouvir a opinião de quem quer que se apresente. Resultado óbvio: uma enxurrada de veiculações de robôs contra a vacinação.

 

 É certo que, em democracias, a decisão final cabe aos eleitos pelo povo. Mas é certo também que gestores inteligentes compreendem a complexidade do mundo atual, da economia às ciências, por isso foram criadas as agências técnicas para dar base às decisões.

 

Bolsonaro acha que tudo isso é bobagem — o que era de esperar considerada sua (má) formação e seu passado (condenável). O que surpreende é a quantidade de pessoas supostamente bem formadas que o acompanham.

 

O momento é difícil, mas afinal o país conseguiu avançar na vacinação e no controle das infecções com um governo federal agindo contra. Governos estaduais e prefeituras têm de agir por conta própria para apressar a terceira dose e vacinar as crianças. A sociedade deve exigir isso.

 

 A ciência global, de novo, está fazendo sua parte, descobrindo os diversos aspectos da Ômicron — mais contagiosa, menos grave.

 

Há diversas maneiras de medir os impactos da Covid-19. A revista The Economist encontrou uma bem original. O pior dia da vida em sociedade foi 9 de abril de 2020, uma quinta-feira: o número de reservas em restaurantes, pelo site OpenTable, nos EUA, Austrália, Inglaterra, Canadá, México e Alemanha caiu para zero — isso mesmo, nenhuma reserva. O normal? Na casa dos milhões.

 

Vacinas, tratamentos, restrição de circulação, lockdowns — e assim caímos na virada de 2021/22, com muitas famílias podendo se reunir e parte dos restaurantes aberta. Boas festas? Mais ou menos, né?

*O Globo

Segunda-feira, 27 de dezembro 2021 às 12:55


 

26 dezembro, 2021

MORO É ACONSELHADO A AJUSTAR DISCURSO E POPULARIZAR IMAGEM PARA FORTALECER A CAMPANHA

 

A imagem do ex-juiz federal com jeito de nordestino foi captada no início do mês e ainda se constitui numa cena raríssima. Sergio Moro, o pré-candidato do Podemos-19 a presidente da República, foi ao Recife lançar um livro e, num encontro com apoiadores, se deixou fotografar de calça jeans, mangas arregaçadas e um chapéu de sertanejo.

 

Quem conhece o ex-juiz sabe que esse tipo de performance não combina com o formalismo que a liturgia da magistratura exige e do qual ele ainda tem muita dificuldade de se afastar.

 

Terceiro colocado nas pesquisas de intenção de voto, o ex-ministro da Justiça é considerado uma alternativa para atrair o voto daqueles que rejeitam o petista Lula, que hoje aparece na liderança, e o presidente Jair Bolsonaro, o segundo colocado.

 

Nas últimas semanas, um novo fator se somou a essa lista de gargalos: a falta de capilaridade junto ao eleitor que, embora conheça ele e a Operação Lava-Jato, está longe de considerar o combate à corrupção ou a defesa da prisão em segunda instância, duas das bandeiras do ex-juiz, como suas preocupações mais urgentes.

 

Hoje, Moro, no melhor dos cenários, conta com 11% das intenções de voto. É um desempenho considerado relativamente satisfatório para quem nunca disputou uma eleição, tanto que o União Brasil, o superpartido em formação a partir da fusão do PSL e do DEM, já deu sinal verde para que alguns de seus dirigentes iniciem uma aproximação tática com o ex-ministro.

 

Essa aproximação, segundo dirigentes do União, também rendeu o seguinte diagnóstico: se o objetivo é vencer a eleição, é preciso repaginar a figura de Sergio Moro e agregar outros temas ao discurso dele.

 

O partido contratou uma empresa que tem monitorado nas redes sociais as citações ao ex-ministro. Os primeiros resultados mostram que ele é visto como elitista e o discurso anticorrupção empolga menos do que temas como carestia e desemprego.

 

Diante desse cenário, Moro tem sido aconselhado a remodelar a imagem, aproximar-se de políticos de viés mais popular e apontar sua plataforma de governo também para os eleitores das classes C, D e E.

*Com informações de Veja

Domingo, 26 de dezembro 2021 às 13:50


 

25 dezembro, 2021

UM PRESIDENTE DESALMADO E DE CABEÇA OCA

O pronunciamento do casal presidencial às 20h desta sexta-feira, véspera de Natal, foi deprimente, a síntese do que é o governo Bolsonaro desde que assumiu: sem alma, sem coração e sem ideias. Ao ficar no ar por um minuto e onze segundos, os dois conseguiram resumir a passagem dos Bolsonaro pelo Poder: não realizou nada, nada faz e nada fará até 31 de dezembro de 2022, último dia no governo, pois, infelizmente, o impeachment não prosperará. Até porque nem a extrema esquerda lulista o deseja. Lula quer ver Bolsonaro sagrando em praça pública até o final do governo, pois, assim, será mais fácil derrotá-lo em outubro.

 

Nos 30 segundos destinados a um capitão abobalhado, lendo um texto vazio em um frio teleprompter, estático, olhos esbugalhados, como se estivesse recitando a ordem do dia de um quartel, Bolsonaro não disse uma única palavra de conforto aos parentes dos mais de 618 mil mortos vítimas da Covid-19 e não fez uma única menção aos milhares de pais que desejam, o mais rápido possível, a compra das vacinas para a imunização de seus filhos com idades entre 5 e 11 anos.

 

Nenhuma palavra sobre a tragédia que vivemos há quase dois anos e para a qual ele deu grande contribuição, ao tramar contra as vacinas, contra o uso de máscara, contra o distanciamento e isolamento social e tantas outras posturas negacionistas que praticou. Os crimes que cometeu foram tantos que lhe valeram o indiciamento pela CPI da Covid e que, um dia, terá de pagar, até mesmo com a prisão. Afinal, não comprou as vacinas na hora certa e pelo menos 260 mil pessoas morreram sem necessidade. Poderiam ter sido salvas se tomassem o imunizante antes, como assegura o governador João Doria, considerado “O pai da vacina”.

 

O mandatário se limitou a dizer que 2021 foi um ano de “muitas dificuldades” e que “não nos faltaram seriedade, dedicação e espírito fraterno na construção de políticas públicas para as famílias”. Teria o presidente gravado a mensagem de Natal sob efeito de uma droga transformadora de realidades? Como assim 2021 foi um ano apenas de “dificuldades?” O ano de 2021 foi um dos anos mais terríveis do País dos últimos séculos, com mortandade recorde pela pandemia, com desemprego alto, inflação nas nuvens, juros abusivos, economia em frangalhos e fome, muita fome. Na verdade, 2021 foi ótimo para o presidente, cuja família continuou enriquecendo com o fruto das rachadinhas, como diz o MP. Seus aliados também não tiveram do que reclamar, pois se lambuzaram nos R$ 16 bilhões em emendas parlamentares desviadas para enriquecer alguns deputados amigos. Bilhões destinados para projetos suspeitos e R$ 4,9 bilhões para serem torrados na campanha eleitoral deste ano, enquanto dinheiro para Educação e Saúde não há. O governo precisou dar o calote em R$ 89 bilhões nos precatórios garantidos pela Justiça para sustentar toda a corrupção que gira no entorno do Centrão e seus aliados de última hora.

 

Quem viveu um ano terrível, de forma inquestionável, foram os 20 milhões que vivem em situação de miséria absoluta, passando fome e fazendo sopa com ossos doados nos açougues. Esses sim permanecem desamparados por um governo desalmado, sem coração e sem a mínima empatia com os mais humildes.

 

Até a primeira-dama saiu-se melhor, embora não tenha sido eleita e não precisasse dirigir-se à sociedade como o fez. Já, em se tratando do presidente, isso torna-se obrigatório. Afinal, tendo em vista que o mandatário se utiliza do tempo do horário nobre no rádio e na TV, pago com o dinheiro do contribuinte, exatamente com a missão de prestar contas à Nação, Bolsonaro poderia dar uma palavra de esperança à população, pois 2022 será mais difícil do que 2021. Ao contrário, ele faz um discurso vazio, como sempre são suas falas, quer aqui no Brasil, quer no exterior. Ele nunca tem nada a falar. Michelle, que falou por 41 segundos, conseguiu mais destaque do que o mandatário, cabeça oca, cabeça de vento.

 

Mesmo saindo-se um pouco melhor, Michelle também seguiu no mesmo diapasão de um governo medíocre, sem projetos e ideias. Ela chegou a dizer, logo na abertura de sua fala, que fazem um governo “com dignidade e respeito ao povo”. Ora, em que mundo a primeira-dama e seu estúpido marido vivem? Levaram meses para liberar os recursos do Bolsa Família, agora com outro nome, enquanto milhões de brasileiros morriam de fome, especialmente milhares de criancinhas. Ninguém do governo se comove por isso até agora.

 

E para fechar o ano como o pior governo da nossa história, basta ver o balanço de sua ação nas áreas mais importantes, da saúde à educação, da economia ao meio ambiente, da cultura à ciência, entre tantos outros setores destruídos por Bolsonaro. E, o mais grave, este governo está dando início a um processo de dilapidação dos cofres públicos para promover iniciativas que levem à reeleição. Nem que para isso intensifique o que está acontecendo em proporções alarmantes: o descontrole fiscal, a crise econômica, o desemprego em massa, a inflação e juros estratosféricos, PIB negativo e muito desespero para as famílias mais carentes. Diante de perspectivas tão negativas, basta rezar para que Deus nos livre logo dos males que nos levaram à essa situação: os dois extremistas que nos governam há 20 anos. Ou seja, nos afaste dos populistas de esquerda (Lula) e os populistas de direita (Bolsonaro). Precisamos de gente equilibrada no Poder.

 

*IstoÉ

Sábado, 25 de dezembro 2021 às 13:35


 

22 dezembro, 2021

ELE GASTA BILHÕES PARA TENTAR SALVAR A REELEIÇÃO

Com projeto de reeleição ameaçado, Bolsonaro prepara pacote eleitoral de mais de R$ 90 bilhões para turbinar agenda populista, com novos programas de financiamento a aliados e linhas de crédito para população carente

 

Com a popularidade em queda nas pesquisas, o presidente Jair Bolsonaro prepara um pacote de medidas populistas para tentar salvar sua reeleição. O preço será amargo e vai ser pago por todos os brasileiros: custará mais de R$ 90 bilhões aos cofres públicos – valor que seria suficiente para cobrir o rombo de R$ 42 bilhões previstos para as contas da União em 2022. A estratégia prevê novos benefícios aos mais pobres, como o Auxílio Brasil e o vale gás, linhas de créditos e reajustes salariais para categorias aliadas do Planalto, com uso político dos bancos públicos.

 

O Planalto quer usar o Fundo de Garantia dos Trabalhadores (FGTS) para financiar um novo plano de microcrédito da Caixa Econômica Federal e ajudar pessoas com o nome sujo no SPC e no Serasa. Serão cerca de R$ 13 bilhões do fundo, patrimônio dos trabalhadores e principal financiador da habitação no País, remanejados para garantir empréstimos de até R$ 4 mil a cerca de 20 milhões de pequenos empreendedores com o nome negativado. O Centrão, no entanto, quer mais: tenta cavar R$ 30 bilhões no Orçamento para ampliar o número de beneficiados.

 

“O governo Bolsonaro é populista desde o seu início. As linhas de crédito dos bancos públicos têm ligação com a base do presidente no Congresso. Lá na ponta, o financiamento tem impacto direto no deputado federal. Isso será usado para fazer marketing do governo na campanha”, afirma Paulo Baia, professor de Ciência Política da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Bolsonaro escalou o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, para recuperar a imagem do governo no Nordeste, onde o mandatário perde força dia após dia. A Caixa ampliou a atuação na região e aumentou a fatia de operação de crédito para os nordestinos. O banco também tenta viabilizar crédito e perdão de devedores que estão inadimplentes no Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies), programa que libera empréstimos a estudantes de escolas particulares.

 

Bolsonaro anunciou ainda que vai usar a Caixa para dar privilégios a policiais. Uma linha de crédito imobiliário especial concederá R$ 100 milhões para que profissionais da segurança pública possam financiar imóveis. O Banco do Brasil também destinará R$ 10,5 bilhões para o financiamento rural, com o objetivo de ajudar grandes produtores do agronegócio. “Bolsonaro demorou demais para fazer isso. Faltou competência e criatividade. Agora só pensa em 2022 porque está caindo nas pesquisas”, disse o deputado Fausto Pinato, deputado federal do (PP-SP), partido do Centrão.

 

*IstoÉ

Quarta-feira, 22 de dezembro 2021 às 18:19