Os
gastos com transportes passam a ser, a partir de janeiro do ano que vem, o
principal componente do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a
inflação oficial. Pela primeira vez, o grupo ultrapassa as despesas com
alimentação e bebidas, que eram o principal componente do IPCA.
A
mudança do cálculo do IPCA será feita devido à divulgação, na semana passada,
da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2017-2018, a qual avalia o peso de
cada gasto dentro do orçamento das famílias brasileiras. Atualmente, o cálculo
do IPCA é feito com base na POF 2008-2009.
Os
alimentos, que respondiam por 22,1% do IPCA passarão a representar 19%. Já os
transportes, que correspondiam a 22% passam a compor 20,8% do índice.
Em
seguida aparecem os gastos com habitação, que eram 14,3% do índice e passam a
ser 15,2% e saúde e cuidados pessoais, que passam de 11,1% para 13,5%. Os
demais componentes passam a responder pelos seguintes percentuais da taxa:
despesas pessoas, 10,6%; comunicação, 6,2%; educação, 6%; vestuário, 4,8%, e
artigos de residência, 4%.
De
acordo com o IBGE, 377 produtos e serviços serão analisados no novo IPCA, com a
inclusão de 56 novos itens que refletem novos hábitos de consumo dos
brasileiros, como transporte por aplicativo, integração transporte público,
serviços de streaming e combo de telefonia, internet e TV por assinatura, além
de cuidados com animais de estimação.
Outros
produtos e serviços que perderam espaço no consumo dos brasileiros serão
excluídos do cálculo, como aparelho de DVD, assinatura de jornal, máquina
fotográfica, revelação de fotos e fotocópias.
Cidades
Entre
as 16 cidades e regiões metropolitanas que são analisadas pelo IPCA, São Paulo
continua tendo o maior peso, respondendo 32,3% da taxa nacional - antes eram
30,7%; Belo Horizonte com 9,7% teve queda na participação, que era 10,9%, mas
ultrapassou o Rio de Janeiro, cuja participação recuou de 12,1% para 9,4%.
Além
de Rio de Janeiro e Belo Horizonte, tiveram queda na participação do IPCA as
cidades de Salvador, de 6,1% para 6%; São Luís, de 1,9% para 1,6%; Belém, de
4,2% para 3,9%, e Recife também de 4,2% para 3,9%.
Por
outro lado, aumentaram sua participação Porto Alegre, de 8,4% para 8,6%;
Curitiba, de 7,8% para 8,1%; Goiânia, de 3,6% para 4,2%; Brasília, de 2,9% para
3,2%; Fortaleza, também de 2,9% para 3,2%; Vitória, de 1,8% para 1,9%; Campo
Grande, de 1,5% para 1,6%; Aracaju, de 0,8% para 1%, e Rio Branco, de 0,4% para
0,5%.
INPC
Já
o INPC, que calcula a cesta de compras para famílias com renda até cinco
salários mínimos e é comumente usados em acordos coletivos para reajustes
salariais, também teve os pesos dos gastos recalculados.
A
alimentação continua sendo o principal componente, respondendo por 21,5% do
índice, seguida por transportes, 20%; habitação, 17%; saúde e cuidados pessoais
com 11,9%; despesas pessoais, 8%; comunicação, 6,6%; vestuário, 5,7%; artigos
de residência, 4,9%, e educação com 4,3%. (ABr)
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