O
presidente da República em exercício, Michel Temer, afirmou nesta segunda-feira
(4) que seu objetivo é "colocar o Brasil nos trilhos em dois anos e
meio", caso seja ratificado no cargo após a votação final do impeachment
da presidente afastada, Dilma Rousseff, no Senado, marcada para agosto. Temer
participa nesta segunda da cerimônia de abertura do Global Agribusiness Forum
2016 (GAF 16), em São Paulo.
"Se
conseguir isso, já basta", disse o presidente em exercício. "Após
agosto, pretendo viajar a vários países para incentivar o investimento no
Brasil. Para recuperar emprego, é preciso confiança, que gera
investimentos", comentou. Para ele, o investidor externo está aguardando a
definição política para voltar a investir no país.
Temer
aproveitou o evento para falar sobre o aumento dos gastos para o funcionalismo
público, o qual, segundo ele, já estava contemplado no orçamento deste ano, que
prevê deficit de R$ 170,5 bilhões. "O aumento do funcionalismo já estava
negociado e é abaixo da inflação. Se não déssemos ajuste já negociado,
movimentos políticos cobrariam. Seria desastroso", disse, frisando que o
governo ainda está em "contenção forte" de gastos.
Para
finalizar, Temer voltou a dizer que manterá os programas sociais.
"Enquanto houver pobreza, precisamos do Bolsa Família e do Minha Casa,
Minha Vida. O primeiro dos direitos sociais é o emprego." Além disso,
Temer fez um afago ao agronegócio nacional, dizendo que o Brasil "é o
grande celeiro do mundo" em termos de produção de alimentos.
Também
disse que apanhou o Brasil em um momento difícil. "Os senhores sabem as
dificuldades que estamos enfrentando", disse a uma plateia formada por
diversos representantes do agronegócio brasileiro e de outros 40 países.
"Em 47 dias de governo já fizemos muita coisa. Conseguimos fazer a conexão
entre o Legislativo e o Executivo", afirmou.
Temer
também aproveitou a ocasião para frisar que tem "maioria extraordinária na
Câmara (dos Deputados)", lembrando a aprovação da Desvinculação das
Receitas da União (DRU) e da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) dos Gastos
Públicos, "elaborada com lideranças do Congresso". (AE)
Segunda-feira,
04 de julho, 2016