Liberdade de expressão

“É fácil submeter povos livres: basta retirar – lhes o direito de expressão”. Marechal Manoel Luís Osório, Marquês do Erval -15 de abril de 1866

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10 abril, 2016

ESPLANADA DOS MINISTÉRIOS RECEBERÁ ESQUEMA DE SEGURANÇA PARA VOTAÇÃO DO IMPEACHMENT




O governo de Brasília adotará um forte esquema de segurança na Esplanada dos Ministérios nas datas previstas para a votação do pedido de afastamento da presidente da República, Dilma Rousseff, na Câmara dos Deputados. Com o objetivo de garantir o direito à livre manifestação, sem, no entanto, colocar em risco a integridade dos cidadãos e o patrimônio público tombado, a estratégia foi criar duas áreas específicas para os manifestantes, que deverão ser ocupadas de acordo com as preferências políticas de cada um dos grupos. 

O planejamento operacional foi apresentado na tarde deste sábado (9) pela Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social, pela Polícia Militar do Distrito Federal, pela Polícia Civil do Distrito Federal, pelo Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal e pelo Departamento de Trânsito do Distrito Federal. O esquema será executado pelas forças de segurança na Esplanada dos Ministérios na semana de 11 a 17 de abril. A partir do dia 15, data prevista para o início da votação, já a partir da Rodoviária do Plano Piloto o grupo pró-impeachment será direcionado para o lado direito do Congresso Nacional, tendo o Museu da República como ponto de concentração. O grupo contrário ao afastamento da presidente deverá seguir para o lado esquerdo do Congresso Nacional, usando o Teatro Nacional como ponto de encontro.

As duas zonas para manifestantes estarão separadas por um corredor de 80 metros de largura por um quilômetro de comprimento, extensão que vai da Catedral ao Congresso Nacional. O corredor será de trânsito exclusivo das forças de segurança e será guarnecido por policiais militares encarregados de impedir que um grupo invada o espaço reservado ao outro. Os alambrados começaram a ser montados na sexta-feira (8). Estão proibidos acampamentos na área da Esplanada dos Ministérios ou em suas adjacências.

O trânsito de veículos no Eixo Monumental, entre o balão da Rodoviária e o balão do Presidente, será bloqueado a partir de 0 hora de quinta-feira (15), podendo haver liberação de algumas faixas após avaliações de cenários. Os manifestantes que se dirigirem ao local em veículos particulares deverão seguir a delimitação de espaços, o que significa usar os estacionamentos anexos aos Ministérios do lado direito, se forem pró-impeachment, e do lado esquerdo, se forem contrários.

O plano operacional também estabelece a área que compreende a Praça dos Três Poderes, o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal, o Palácio do Planalto, o Itamaraty e o Ministério da Justiça como zona de segurança nacional, tornando o espaço restrito para o trânsito das forças de segurança. Dessa forma, as duas áreas reservadas para os manifestantes estão limitadas até a Alameda dos Estados.

"Estamos seguros que essa distribuição geográfica é a mais racional e a que oferece melhores condições de operacionalidade para as forças de segurança", afirmou a secretária da Segurança Pública e da Paz Social, Márcia de Alencar. "É importante que todos sigam as orientações do efetivo que estará na Esplanada para que seja garantido um clima de paz", reforçou o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Marcos Antônio Nunes de Oliveira.

Todo o efetivo da Polícia Militar, da Polícia Civil e do Corpo de Bombeiros está de prontidão para atuar nos dias de votação. O planejamento prevê a presença de cerca de 3 mil policiais militares e de 500 bombeiros só na Esplanada a partir de sexta-feira (15), mas essa quantidade pode ser aumentada rapidamente em caso de necessidade. A Polícia Civil terá 700 agentes por dia atuando nas manifestações e em ações ordinárias. Cinquenta agentes do Detran farão o controle das vias. "É importante frisar que a segurança das outras regiões do Distrito Federal será mantida normalmente na semana e nos dias da votação do impeachment", afirmou a secretária Márcia de Alencar.

Também participaram da divulgação da Operação Esplanada o diretor-geral da Polícia Civil, Eric Seba de Castro; o comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Hamilton Santos Esteves Junior; o diretor-geral do Detran-DF, Jayme Amorim de Sousa; o supervisor de Serviços do Corpo de Bombeiros, major John; e o chefe do Departamento Operacional da Polícia Militar, coronel Alexandre Sérgio.

Decisões em tempo real
Na segunda-feira (11), quando não há grandes protestos mapeados, o bloqueio de trânsito e as medidas necessárias para garantir a separação serão tomadas de acordo com avaliação do governo de Brasília. O Centro Integrado de Comando e Controle Regional (CICCR) estará funcionando em regime integral para que os titulares das forças de segurança acompanhem a movimentação na área da Esplanada dos Ministérios para a tomada de decisões em tempo real.

A secretária Márcia de Alencar, que conduziu reuniões com as lideranças dos grupos para pactuar regras de pacificação, destaca o esforço do Sistema de Segurança Pública para que os protestos transcorram em paz. "Temos consciência da importância deste momento histórico e trabalhamos no sentido de dar todas as condições necessárias para que as pessoas exerçam seu direito à livre manifestação sem colocar em risco a vida dos cidadãos e a integridade do patrimônio tombado", afirma.

Integrantes do Comitê de Pacificação, criado pela Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social, também estarão no CICCR para acompanhar os protestos. O grupo reúne representantes da sociedade civil organizada e é um instrumento inédito de mediação de conflitos em manifestações.

Principais pontos do planejamento operacional

· A Esplanada dos Ministérios será compartilhada entre os grupos a favor e contra o impeachment, mas haverá isolamento feito por alambrados e linhas de policiamento para que os dois grupos não se misturem;

· O grupo pró-impeachment ficará à direita do Congresso Nacional e terá como ponto de concentração o Museu da República. O grupo contrário ao impeachment ficará à esquerda do Congresso Nacional e terá como ponto de concentração o Teatro Nacional;

· Haverá um corredor de 80 metros de largura e um quilômetro de extensão, separando as áreas delimitadas para os dois grupos. Ao longo desse corredor, será permitido o trânsito apenas das equipes de segurança pública;

· A área permitida para manifestações só vai até a Alameda dos Estados. A área que compreende a Praça dos Três Poderes, o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal, o Palácio do Planalto, o Itamaraty e o Ministério da Justiça é considerada de segurança nacional e estará isolada para uso exclusivo das equipes de segurança pública;

· Não serão permitidos acampamentos na área da Esplanada dos Ministérios ou em suas adjacências;

· A partir da Rodoviária do Plano Piloto, os policiais militares farão orientações para que os manifestantes sigam as áreas delimitadas de acordo com seus posicionamentos políticos;

· Os manifestantes que forem ao local de carro devem optar por estacionamentos nos anexos dos Ministérios, seguindo a lógica de manifestantes pró-impeachment no lado sul e contrários, no lado norte;

· Haverá linhas de revista tanto na área destinada ao grupo pró-impeachment, quanto na área destinada ao grupo contrário ao impeachment;

· Nos dias 11, 12, 13 e 14, as medidas de separação e de interdição de trânsito serão tomadas de acordo com avaliações de cenário;

· O trânsito será interditado em toda a área da Esplanada dos Ministérios a partir de 0 hora de quinta-feira (15), a abertura das vias dependerá de avaliações de cenário.

Orientações para os manifestantes

· Não será permitido portar objetos cortantes, garrafas de vidro, hastes de madeira ou fogos de artifício;

· Não será permitido usar máscaras ou cobrir o rosto com lenços ou bandanas;

· Não será permitido estacionamento ao longo das vias;

· Não será permitida a venda de bebidas alcoólicas;

· Não é recomendado que pais levem crianças, mas, caso seja a decisão dos responsáveis, é necessário que elas estejam identificadas e, em hipótese alguma, sejam submetidas a situações de risco;

· Também não é recomendado que idosos ou pessoas com problemas cardiovasculares estejam no local de grande aglomeração.

Regras para as manifestações pactuadas pela Secretaria da Segurança Pública entre os dois grupos

· Megafones serão recolhidos;

· Instrumentos musicais serão permitidos para emissão de som. Se utilizados para finalidade diversa, poderão ser recolhidos;

· Faixas e bandeiras poderão ser manualmente portadas, sem hastes, e poderão ser fixadas ao longo dos alambrados de divisão das áreas;

· Balões aéreos, de identificação dos movimentos, e bonecos e/ou símbolos provocativos ou ofensivos estão proibidos, independemente do tamanho;

· Carros de som serão permitidos em pontos específicos: um no Museu da República, um no Estacionamento do Teatro Nacional, um na via S1 na altura da Alameda das Bandeiras e um na via N1 na altura da Alameda das Bandeiras;

· Carros de som localizados na Alameda das Bandeiras serão controlados pela Polícia Militar e pela Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social para informes oficiais periódicos, informes parciais e orientações. Interlocutores dos grupos serão cadastrados pelo governo de Brasília e poderão subir nesses carros de som apenas para dar orientações, palavras de ordem e de comando aos manifestantes. Serão cadastrados como interlocutores quatro representantes de cada grupo, num total de oito pessoas.

Com informações da Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social do DF

Domingo, 10 de abril, 2016

09 abril, 2016

MINISTÉRIO PÚBLICO RECOMENDA ANULAÇÃO DE NOMEAÇÃO DE LULA DA SILVA COMO MINISTRO



O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou ao Supremo Tribunal Federal parecer pela concessão dos mandados de segurança (MS 34.070 e MS 34.071) que pediram anulação do ato de nomeação de Luiz Inácio Lula da Silva para o cargo de ministro-chefe da Casa Civil da Presidência da República. O relator é o ministro Gilmar Mendes.

Segundo Janot, a atuação da presidente Dilma Rousseff no episódio foi "fortemente inusual". "Nesse cenário, a nomeação e a posse do ex-presidente foram mais uma dessas iniciativas, praticadas com a intenção, sem prejuízo de outra potencialmente legítimas, de afetar a competência da 13.ª Vara Federal do Paraná e de tumultuar o andamento das investigações criminais no caso Lava Jato". Janot defendeu a nomeação de Lula em parecer do dia 28 de março, quando também se disse favorável à manutenção das investigações relacionadas a ele com o juiz Sérgio Moro. 

Para o procurador, Lula poderia até "emprestar reforço político" ao funcionamento da Presidência, mas nada justifica "as circunstâncias anormais da antecipação da posse". Caso o parecer de Janot seja deferido, Lula não gozará de imunidade e as investigações que o envolvem no caso Lava-jato regressarão à primeira instância, e serão retomadas.

 Foi o maior recuo para o dólar desde 17 de março - dia em que Lula tentava tomar posse em Brasília. O procurador faz referência à gravação autorizada e divulgada pelo juiz Sérgio Moro de uma conversa entre Lula e Dilma na véspera da posse. Após o envio do parecer da PGR, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), liberou para julgamento no plenário da Corte as ações que decidirão a validade da posse do ex-presidente Lula no cargo de ministro da Casa Civil, o que deve acontecer na semana que vem.
 A assessoria de imprensa da PGR afirmou que os posicionamentos distintos de Janot se devem ao fato de que uma ADPF (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental) não prevê a possibilidade de análise de provas e, por isso, segundo a PGR, ele não levou em conta as interceptações telefônicas ou a delação premiada do senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS) ao se manifestar sobre este processo.

 (Tomar TV)

Sábado, 09 de abril, 2016

08 abril, 2016

"LAVAGEM DE DINHEIRO NA JUSTIÇA ELEITORAL"




 Nesta sexta-feira(08), em mais um vazamento na Operação Lava Jato, a empreiteira Andrade Gutierrez indicou que doou legalmente recursos provenientes de propina nas eleições de 2010 e 2014 da presidente Dilma Rousseff. Em entrevista ao UOL, o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes mostra preocupação com o fato, classificado por ele como inédito e que, segundo o próprio, tem sido chamado de "lavagem de dinheiro na Justiça Eleitoral".

"Nessa proporção é algo inédito. Claro que não foi inaugurado agora, mas nessa sistematicidade é um caso inédito. É negociado, de forma clara: dinheiro será dado, nesse percentual, a título de doação legal, mas na verdade é algo previamente combinado. Isso é realmente grave, vai causar certamente embaraço para a Justiça Eleitoral. Muitos têm falado de uma lavagem de dinheiro na Justiça Eleitoral", afirma o ministro, que também ressalta a importância de uma discussão sobre reforma política.

"É um outro tipo de configuração, é uma situação muito séria. Isso obriga a discutir a reforma não só do sistema de financiamento eleitoral, mas do sistema político como um todo".

Vazamentos na Operação Lava Jato

Apesar de frisar a gravidade do conteúdo da delação da Andrade Gutierrez, o ministro adota uma postura crítica em relação aos vazamentos de delações e grampos telefônicos na Operação Lava Jato. Para ele, há abusos e falta eficácia à legislação para conter as informações sigilosas.

"Vamos ter que discutir isso. Vazamento de delação, de interceptação telefônica, muitas vezes abusos de autoridade nesses casos, descumprimento da própria lei... essa é uma questão que vamos ter que reordenar e tomar medidas. É preciso que haja uma disciplina e responsabilização", explica.

"O grande problema é que muitas pessoas acabam tendo conhecimento de uma informação sigilosa. A partir daí, há uma enorme dificuldade em identificar o responsável. Isso não é o ideal, precisa ser criticado, censurado. As normas sobre isso não são dotadas de eficácia:  se instaura um processo, uma investigação, e não se chega a lugar nenhum. Há fatores como o sigilo de fontes da imprensa. É algo extremamente complicado, mas é claro que em um quadro de normalidade precisamos discutir isso".

Cassação de Dilma e Temer

A partir de maio Mendes passará a presidir o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Perante o órgão tramitam quatro ações que versam sobre a cassação da chapa da presidente Dilma Rousseff e do vice Michel Temer, tendo como argumento dinheiro ilícito nas doações para a campanha – se julgadas procedentes, resultariam em novas eleições.

O TSE, entretanto, afirmou ao UOL nesta quinta-feira que não teria verba para realizar o novo pleito em 2016. Gilmar Mendes diz que é cedo para saber quando os casos serão julgados, mas garantiu que a falta de recursos não terá nenhuma influência.

"O processo está em fase de instrução inicial, precisamos ver qual será a celeridade que essa instrução vai ter. Acho que em um ou dois meses teremos um prognóstico. O TSE precisa de reforço do orçamento, estava prometido. Nessa fase de crise não está definido, há insegurança, mas isso terá que ser resolvido. Não será isso causa para afetar um julgamento do TSE em matéria de cassação de mandato, não faz nenhum sentido".

Impeachment de Temer: Judiciário x Legislativo

À reportagem, o ministro minimiza um possível conflito entre poder legislativo e pode judiciário. Na última terça-feira, o também ministro do STF Marco Aurélio Mello determinou que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, desse seguimento a um pedido de impeachment contra o vice-presidente Michel Temer.

Cunha e Temer criticaram a decisão; o Movimento Brasil Livre chegou até a protocolar um pedido de impeachment contra Marco Aurélio, rejeitado no Senado. "A gente está em um estado de democracia já maduro, é normal. O ambiente político, às vezes, de alguma forma acaba por afetar. Somos pessoas com muita experiência, mas somos de carne e osso. Às vezes temos aí conflitos, mas tudo depois volta ao normal, temos a noção da institucionalidade. De vez em quando pressões sobem, recursos da retórica são exacerbados. De decisão eventualmente equivocada se recorre, submete-se ao plenário. O Supremo se manifesta e se resolve".

A partir de maio, Mendes passará a presidir o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Perante o órgão tramitam quatro ações que versam sobre a cassação da chapa da presidente Dilma Rousseff e do vice Michel Temer, tendo como argumento dinheiro ilícito nas doações para a campanha --se julgadas procedentes, resultariam em novas eleições.

Pedro Lopes

Sexta-feira, 08 de abril, 2016