O leilão do 5G, a nova geração da internet móvel, foi realizado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) na quinta-feira (4/11) e movimentou pelo menos R$ 7 bilhões. O certame continua nesta sexta-feira (5/11).
A previsão é de que a tecnologia comece a chegar ao Brasil em 2022, primeiro nas grandes cidades e depois nos demais municípios do país.
De imediato, usuários vão se beneficiar de uma maior velocidade de conexão, tanto para baixar quanto para enviar arquivos pelo celular, além de um tempo de resposta mais ágil e maior estabilidade.
Mas a implantação do 5G requer grandes investimentos e operadoras já preveem desafios — segundo a Anatel, para todas as cidades do Brasil com mais de 30 mil habitantes, o prazo para a adoção da tecnologia é julho de 2029.
Já para as 26 capitais e o Distrito Federal, está previsto que o 5G deva estar em operação em julho de 2022, mas isso não significa que a tecnologia estará disponível em todos os lugares.
Confira abaixo algumas perguntas e respostas sobre o 5G, que promete revolucionar como consumimos dados em nossos dispositivos móveis.
É a próxima geração de conexão de internet móvel que oferece velocidades para baixar e enviar arquivos muito mais rápidas.
Através de uma maior utilização do espectro de rádio, a tecnologia permite que muito mais dispositivos acessem a internet móvel ao mesmo tempo.
O que isso nos permitirá fazer?
"O que quer que façamos agora com nossos smartphones, seremos capazes de fazer mais rápido e melhor", diz Ian Fogg, da OpenSignal, uma empresa de análise de dados móveis.
"Pense em óculos inteligentes com realidade aumentada, realidade virtual móvel, vídeo de qualidade muito superior, a internet de coisas que tornam as cidades mais inteligentes".
"Mas o que é realmente empolgante são todos os novos serviços que não podemos prever."
Imagine enxames de drones cooperando para realizar missões de busca e resgate, avaliações de incêndio e monitoramento de tráfego, todos se comunicando sem fio uns com os outros e com bases terrestres em redes 5G.
Da mesma forma, muitos pensam que o 5G será crucial para que veículos autônomos se comuniquem entre si e leiam mapas e dados de tráfego ao vivo.
Usuários de videogames devem notar menos atraso — ou "latência", termo usado por especialistas — ao pressionar um botão e ver o efeito na tela.
Os vídeos móveis devem ser quase instantâneos e sem falhas. As videochamadas devem se tornar mais claras e menos intermitentes. Dispositivos de saúde podem monitorar sua saúde em tempo real, alertando os médicos assim que surgir qualquer emergência.
5G é uma nova tecnologia de rádio, mas, assim como no restante do mundo, as velocidades não serão muito mais altas no início, porque o 5G provavelmente vai ser usado pelas operadoras de rede inicialmente como uma forma de aumentar a capacidade das redes centrais 4G existentes, para garantir um serviço mais consistente para os clientes.
A velocidade obtida dependerá da banda do espectro em que sua operadora opera a tecnologia 5G e de quanto ela investiu em novas antenas e transmissores.
Portanto, poderemos ver um maior número de antenas menores e mais próximas ao solo, transmitindo as chamadas "ondas milimétricas" entre um número muito maior de transmissores e receptores. Isso permitirá maior densidade de uso.
Mas essa tecnologia é cara e as empresas podem enfrentar desafios para implantar muitas novas antenas.
Atualmente, a média da velocidade 4G no Brasil entre as quatro maiores operadoras é de 17,1 Mbps (megabits por segundo), segundo um relatório da consultoria OpenSignal de maio deste ano.
A fabricante de chips Qualcomm avalia que o 5G poderia atingir velocidades de navegação e download cerca de 10 a 20 vezes mais rápidas em condições do mundo real (em oposição a testes controlados).
Mas, em alguns casos, essa diferença pode chegar a ser 100 vezes maior em relação ao 4G.
Essa taxa vai depender da região, da prestadora de serviço e do horário em que o usuário acessa a rede.
Mas, em termos práticos, a tecnologia 5G permitiria baixar um filme de alta definição em mais ou menos um minuto.
O mundo está se tornando móvel e estamos consumindo mais dados a cada ano, principalmente com o aumento da popularidade do streaming de vídeo e música. As bandas de espectro existentes estão ficando congestionadas, levando a falhas no serviço, especialmente quando muitas pessoas na mesma área estão tentando acessar serviços móveis online ao mesmo tempo.
O 5G é muito melhor para lidar com milhares de dispositivos simultaneamente, de celulares a sensores de equipamentos, câmeras de vídeo e luzes de rua inteligentes.
Sim. Será preciso ter um celular compatível com a nova tecnologia. Atualmente, isso só é possível em aparelhos mais caros.
Mas, com o tempo, espera-se que todos os modelos incorporem a compatibilidade, assim como aconteceu com o 4G, usado comercialmente no Brasil pela primeira vez no fim de 2012.
A falta de sinal e a baixa velocidade de dados em áreas rurais é uma reclamação comum não só no Brasil, mas em muitos países.
O 5G não vai necessariamente resolver esse problema, pois vai operar em bandas de alta frequência — pelo menos no início — que têm muita capacidade, mas cobrem distâncias mais curtas. 5G será principalmente um serviço urbano para áreas densamente povoadas.
As bandas de frequência mais baixa (normalmente 600-800Mhz) são melhores em distâncias mais longas, então as operadoras de rede se concentrarão em melhorar sua cobertura 4G LTE em paralelo com a implantação 5G.
Mas a realidade comercial significa que, para algumas pessoas em áreas muito remotas, a conectividade ainda será irregular.
*msn
Sábado, 6 de novembro 2021 às 10:58