O
presidente Jair Bolsonaro disse quarta-feira (18/03) que a disseminação do novo
coronavírus (Covid-19) no Brasil preocupa o governo, mas pediu o empenho da
população para seguir as orientações das autoridades e evitar o clima de pânico
no país.
"Primeiro,
também diria que o pânico não leva a lugar nenhum. Repito que o momento é de
grande preocupação, é de grande gravidade, mas devemos evitar que esse clima
chegue a nós, adotando essas medidas", afirmou durante coletiva de
imprensa, no Palácio do Planalto, ao lado de oito ministros. Todos estavam
usando máscaras de saúde.
"Teremos
dias difíceis, dias duros pela frente. Agora, serão menos difíceis se cada um
de vocês se preocupar consigo, com seus parentes e com os seus amigos. Somente
dessa forma, seguindo os preceitos ditados pelo Ministério da Saúde, como, em
primeiro lugar, medidas básicas de higiene, nós podemos alongar a curva da infecção,
e de modo que nós, Poder Executivo, através dos nossos meios, hospitais e
demais órgãos de saúde, atender aqueles que necessitarem, e atender com
qualidade", acrescentou.
De
acordo com a última atualização do Ministério da Saúde, o Brasil tem 291 casos
confirmados da doença e 8,8 mil em investigação. Três pessoas morreram.
Assim
como o presidente, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse que é
preciso ter cautela com medidas que resultem no fechamento total do país, o
que, segundo ele, pode criar outros problemas.
"É
muito fácil falar: 'fecha tudo e não deixe ninguém sair', quando as pessoas têm
ainda muita informalidade, pouco recurso. Precisa ser criado planos de
alternativa econômica e eu preciso muito da equipe do Paulo Guedes. Esses
fechamentos de estrada, que alguns governadores insinuam, essa logística é de
interesse nacional, não adianta fechar tudo e falta o frango que está pronto
para chegar, porque daí você segura uma coisa e desabastece outra", disse.
Durante
a coletiva, o ministro Paulo Guedes anunciou que o governo distribuirá vouchers
(cupons) por três meses para proteger os trabalhadores informais, as pessoas
sem assistência social e a população que desistiu de procurar emprego. A medida
consumirá R$ 15 bilhões, sendo R$ 5 bilhões por mês.
O
governo também anunciou que imóveis do programa habitacional Minha Casa Minha
Vida, ainda desocupados, serão reservados para abrigar pacientes que precisem
ficar isolados por causa do novo coronavírus.
Outra
medida em andamento, segundo o ministro Luiz Henrique Mandetta, é a
disponibilização de um sistema de tele atendimento em saúde para a população
para responder dúvidas e dar orientações sobre o novo coronavírus (Covid-19).
O
ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, anunciou medidas para socorrer as
empresas aéreas, que tiveram mais de 50% de redução da demanda, por conta dos
fechamentos de fronteiras e cancelamentos de voos domésticos e
internacionais. (ABr)
Quarta-feira,
18 de março, 2020 ás 18:00