O Palácio do Planalto e o PT apostam em
mudanças na composição do plenário do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para
arrastar a análise dos processos de cassação da presidente Dilma Rousseff e de
seu vice, Michel Temer, e beneficiá-los no julgamento.
A
primeira dança das cadeiras esperada é a saída do atual presidente do TSE e
ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Dias Toffoli. A outra é uma
possível mudança na relatoria do principal pedido de perda de mandato, o que
prolongaria a conclusão do caso.
Toffoli
deixará o comando da Justiça Eleitoral no dia 13 de maio, e o TSE no fim do
mês, quando será substituído pela ministra do STF Rosa Weber, considerada mais
técnica e menos afeita a "paixões partidárias", nas palavras de
auxiliares da presidente.
No
TSE, espera-se que os petistas tentem empurrar a votação de processos ao menos
até essa troca. A estratégia seria pedir depoimentos e diligências, atrasando
com isso a conclusão das ações.
Dilma
e Temer são alvos de quatro processos que podem levá-los à perda de mandato. A
oposição os acusa de abuso de poder econômico e político e aponta suspeitas de
que a campanha da reeleição tenha usado recursos desviados da Petrobras.
Nos
bastidores, membros do governo reclamam de que Toffoli teria se afastado do
Planalto e de que ele faz dobradinha com o colega Gilmar Mendes, que é um dos
principais críticos das gestões petistas e assumirá a presidência da Justiça
Eleitoral neste ano.
Para
o governo, o afastamento de Toffoli cresceu desde o julgamento do mensalão, em
2012. Na ocasião, o ministro, que foi advogado-geral da União no governo Lula,
votou pela condenação do ex-presidente do PT e ex-deputado federal José Genoino
(SP).
Pelos
cálculos governistas, a Aime (Ação de Impugnação de Mandato Eletivo), principal
ação contra Dilma e Temer, deve trocar de relatoria antes de ir a plenário.
O
mandato da ministra Maria Thereza Moura, que é responsável por três processos,
termina em setembro. O relator substituto ainda terá que ser discutido pelo
TSE. Os ministros decidirão se as quatro ações tramitarão juntas e se ficarão
ligadas à Corregedoria ou ao gabinete da ministra.
MORO
O
site da "Veja" revelou, neste domingo (13), que, em ofício ao TSE, o
juiz Sergio Moro afirmou que uma sentença sua, no âmbito da Operação Lava Jato,
comprovou o repasse de propinas da Petrobras para campanhas eleitorais e
recomendou à corte que ouvisse delatores do caso.
O
ofício foi enviado em outubro do ano passado. Em dezembro, o juiz repassou
dados da Lava Jato ao TSE.
Segunda-feira,
15 de fevereiro, 2016
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