O time comandado pelo técnico Luiz Felipe Scolari
fará sua estreia na competição diante de milhares de torcedores no novo estádio
Nacional (Mané Garrincha)
Três
anos se passaram desde que o Brasil fez um papel decepcionante na Copa do Mundo
da África do Sul e, neste período, uma renovação profunda na seleção foi
iniciada por Mano Menezes e completada por Luiz Felipe Scolari. E, neste
sábado, esse longo e cansativo trabalho será colocado à prova na abertura da
Copa das Confederações contra o Japão, às 16 horas, no novo estádio Nacional
(Mané Garrincha).
Para
um grupo de jogadores que tem a missão de resgatar o amor da torcida brasileira
pela seleção, vencer os japoneses é absolutamente fundamental. Um mau resultado
vai espalhar o pessimismo pelo País e azedar o clima entre a equipe e os
torcedores. O primeiro a admitir que a seleção está obrigada a vencer os
japoneses é Felipão. E ele tem bagagem para dizer isso
A
situação que o gaúcho vive hoje lembra a da Eurocopa de 2004, em Portugal. Ele
dirigiu o time português naquele torneio e conviveu com a gigantesca
expectativa dos torcedores lusitanos por uma campanha histórica. E tem péssimas
recordações do jogo de abertura, com derrota para Grécia por 2 a 1. "É
horrível jogar o primeiro jogo de um torneio em casa e perder", comentou o
técnico. "O ambiente fica muito difícil de administrar, é algo que não
deve acontecer".
As
armas que Felipão usará para ganhar do Japão ele já apresentou nos dois últimos
amistosos disputados pela seleção, contra Inglaterra e França (empate com os
ingleses e vitória sobre os franceses). O centroavante Fred vai ser abastecido
por uma linha de três jogadores que fica logo atrás dele - formada por Oscar,
Neymar e Hulk. No início da partida, Oscar se posiciona pelo lado direito,
Neymar fica pelo meio e Hulk joga pela esquerda, mas eles têm liberdade para
trocar as posições ao longo da partida, na tentativa de confundir a marcação
adversária.
Um
outro recurso importante da seleção é a presença dos laterais no ataque - um
clássico do futebol brasileiro. Daniel Alves e Marcelo atacam bastante, por
vezes ao mesmo tempo, e abastecem tanto Fred quanto os jogadores de meio de
campo que entram na área inimiga.
Mas
há um problema: para não deixar a defesa abandonada quando os laterais estão no
ataque, Felipão contém o avanço dos volantes Luiz Gustavo e Paulinho. O mais
prejudicado é o jogador do Corinthians, que em seu clube se destaca pela
facilidade para fazer gols, mas na seleção tem de ser um pouco mais conservador
No
período de treinos que a seleção fez em Goiânia, Felipão ensaiou bastante a
marcação por pressão sobre a defesa adversária. Esse recurso deverá ser usado
especialmente no começo da partida, para "assustar" os japoneses. Um
gol da seleção logo de cara certamente obrigará os campeões asiáticos a se
abrirem e isso dará espaço para os sempre perigosos contra-ataques do Brasil.
Foi justamente em um contra-ataque, aliás, que a seleção fez seu segundo gol no
amistoso contra a França.
Se
tudo der certo, a seleção vai contar com o apoio da torcida em Brasília, como
contou no Rio de Janeiro, contra a Inglaterra, e em Porto Alegre, diante dos
franceses. O xis da questão é saber como os torcedores se comportarão caso as
coisas comecem a dar errado - se o Japão abrir o placar, por exemplo. Com a
palavra, Felipão: "Se nós tivermos alguma dificuldade e o torcedor não nos
ajudar, aí jogar em casa não será uma vantagem para nós".
O
gaúcho está colocando todo o seu carisma em jogo para tentar conquistar o apoio
dos brasileiros e passará por uma dura prova neste sábado em Brasília. Assim
como serão testados os seus jogadores e a organização do torneio. E por que não
dizer também a torcida?
FICHA
TÉCNICA
Brasil
x Japão
Brasil - Julio Cesar; Daniel Alves, Thiago
Silva, David Luiz e Marcelo; Luiz Gustavo, Paulinho e Oscar; Neymar, Fred e
Hulk. Técnico: Luiz Felipe Scolari.
Japão - Kawashima; Nagatomo, Yoshida, Konno
e Uchida; Endo, Hasebe, Kagawa e Honda; Okazaki e Maeda. Técnico: Alberto
Zaccheroni.
Árbitro
- Pedro Proença
(Fifa/Portugal).
Horário - 16 horas.
Local - Estádio Nacional (Mané Garrincha),
em Brasília (DF).
Fonte: Diário do Litoral online
Sábado 15 de junho
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