Liberdade de expressão

“É fácil submeter povos livres: basta retirar – lhes o direito de expressão”. Marechal Manoel Luís Osório, Marquês do Erval -15 de abril de 1866

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23 junho, 2011

PESQUISA MOSTRA QUE MORAR EM CIDADES PODE LEVAR A ALTERAÇÕES NO CÉREBRO


Viver em grandes centros urbanos é uma prerrogativa do mundo moderno. Estima-se que, nas próximas duas décadas, 70% da população do planeta estará aglutinada nas cidades, um índice que, nos anos 1950, era de apenas 30%. Abandonar a tranquilidade do campo tem seus benefícios. Shopping centers, melhores oportunidades de emprego, bons hospitais e escolas, além de atividades sociais intensas são apenas alguns deles. Mas a migração tem um lado alarmante. O estresse e a ansiedade gerados pela urbanização alteram fisicamente o cérebro, predispondo o desenvolvimento de doenças mentais e distúrbios de humor.

Uma pesquisa publicada na capa da edição de hoje da revista especializada Nature mostra, pela primeira vez, que mesmo os indivíduos saudáveis que vivem nos centros urbanos têm conexões neurais alteradas em regiões do cérebro associadas à ansiedade. Já se sabia que o atribulado ambiente das grandes cidades estava ligado a problemas como estresse e esquizofrenia. Mas, até agora, não se tinha ideia de que isso provoca mudanças fisiológicas, que podem ser medidas por exames de imagem. O mais grave, notam os autores, é que, teoricamente, habitantes das cidades deveriam ser mais saudáveis, pois têm à sua disposição tratamentos hospitalares mais modernos.

Resultados
Quanto mais urbanizados os indivíduos, maior a ativação de duas regiões do cérebro intimamente relacionadas ao estresse e aos distúrbios mentais e de humor. A amígdala cerebral, localizada no sistema límbico e centro regulador da agressividade, entre outros comportamentos, exibia uma resposta muito maior nos moradores de cidades grandes. Mesmo os habitantes de pequenos municípios tiveram mais ativação dessa região, comparados aos voluntários que viviam na zona rural. Outra área cerebral que exibiu um padrão diferente nos moradores dos grandes centros urbanos foi o córtex cingulado anterior, associado às emoções.

O principal autor do estudo, Andreas Meyer-Lindenberg, do Instituto de Saúde Mental de Heidelberg, na Alemanha, diz que a pesquisa é do interesse do Brasil. “Acho que nossos resultados são especialmente importantes para os países em desenvolvimento, porque a urbanização ocorre mais rápido nesses locais e as diferenças entre a vida nas zonas rural e urbana podem ser ainda maiores.” No artigo, os pesquisadores dizem que o estudo pode ajudar a nortear políticas públicas integradas, que visem a diminuir os riscos de desenvolvimento de doenças mentais. “Esses resultados contribuem para a nossa compreensão do risco ambiental urbano em relação aos transtornos mentais e à saúde em geral. Além disso, eles apontam para uma nova abordagem empírica para integração das ciências sociais, neurológicas e de políticas públicas que possam responder a esse desafio.”

Forte tendência
No Brasil, o Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística revelou que, dos 190.732.694 habitantes, 84% vivem em áreas urbanas. Há 10 anos, esse índice era de 81%. Dos 1.520 municípios que perderam população nesse espaço de tempo, as cinco maiores quedas foram registradas em cidades pequenas, com menos de 16 mil moradores.

Paloma
Quinta – feira  23/06/2011 ás 07h:05
Postado pela Redação!

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