Perguntas
sem resposta do senador Tasso Jerieissati (PSDB-CE) provocou uma saia justa que
azedou o jantar oferecido na noite de terça-feira (28) pelo presidente do
Senado, Renan Caheiros (PMDB-AL), ao ministro Henrique Meirelles (Fazenda).
É
que, após alguns discursos, o senador tucano lembrou que as medidas de ajuste
podem ser neutralizadas pelas consequências de 14 projetos, que tramitam no
Senado, concedendo benesses ao setor público, principalmente aumentos
salariais, que poderão promover um impacto devastador de mais de R$100 bilhões
nos gastos do governo. Após fazer esse raciocínio, Jereissati perguntou a
Meirelles como, afinal, deveriam votar os senadores que apoiam o governo de
Michel Temer, se contra ou a favor desses aumentos.
Meirelles
fez um grande esforço para não responder a indagação de Jereissati, afirmando
que respeita a autonomia dos parlamentares para decidirem segundo a consciência
de cada um etc. O tucano cearense insistiu por uma resposta objetiva do
ministro da Fazenda, sendo seguido na cobrança pela senadora Kátia Abreu
(PMDB-TO), aliada da presidente afastada Dilma Rousseff.
Quarenta
convidados
O
jantar, realizado na residência oficial do presidente do Senado, reuniu quatro
dezenas de senadores e começou com um breve discurso de introdução de
Calheiros, que passou a palavra a Meirelles. O ministro adotou um tom otimista,
reiterando a necessidade de o Brasil perseguir o equilíbrio de suas contas e a
recuperação da confiança dos antes econômicos para superar a crise.
Logo
depois, pediu a palavra o senador Fernando Collor (PTC-AL), que destacou
algumas medidas do governo Michel Temer, classificando inclusiva de
"ousada" e "corajosa" a decisão de beneficiar os estados,
na questão do endividamento, mas lembrou algumas incoerências entre o discurso
do ajuste com algumas medidas que agravam as contas públicas. Na sequência,
Jeireissati reafirmou as palavras de Collor e fez a pergunta que ficou sem
resposta.
O
governo estima em R$65 bilhões o impacto dessas benesses ao funcionalismo, mas
os senadores do PSDB ficaram muito impressionados com outra estumativa, feita
pelo economista-chefe do banco Credit Suisse no Brasil, Nilson Teixeira, que
aponta esse impacto para R$100 bilhões.
Alguns
senadores se reiraram do encontro antes mesmo de o jantar ser servido, como o
próprio Jereissati. Mas a reunião ainda continua.(A/E)
Quarta-feira,
29 de junho, 2016