Liberdade de expressão

“É fácil submeter povos livres: basta retirar – lhes o direito de expressão”. Marechal Manoel Luís Osório, Marquês do Erval -15 de abril de 1866

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13 janeiro, 2023

MALDITA POLARIZAÇÃO

 

Duas pesquisas, que se confirmam e se completam, indicam uma realidade aterradora — tão cedo não nos livraremos dessa polarização que tanto prejudica o país. Portanto, bolsonaristas e petistas precisam refletir sobre essa realidade, para que seja possível evitar o caos institucional. Enquanto isso não ocorre, lá, cada vez mais felliniana mente.

Postado pela redação

Sexta-feira, 13 de janeiro 2023 às 11:13


 

10 janeiro, 2023

TRÊS TORRES DE ENERGIA SÃO DERRUBADAS

 

Três torres de transmissão de energia elétrica foram derrubadas na madrugada de segunda-feira (9/1), de acordo com informações da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Os casos ocorreram no Paraná e em Rondônia e levaram o governo federal a criar, na terça-feira (10/1), um gabinete de crise coordenado pela Aneel, o gabinete de Acompanhamento da Situação do Sistema Elétrico Brasileiro. Apesar de o fornecimento não ter sido interrompido em nenhum dos casos, o Ministério de Minas e Energia (MME) acompanha o caso para garantir a segurança energética do país.

 

O mais grave ocorreu às 0h13 de segunda, na usina de Itaipu. Uma torre de transmissão que faz parte do sistema responsável por escoar a energia gerada para o restante do país foi derrubada por um trator e cabos de apoio foram cortados, segundo informações apuradas pelo jornal O Globo. Outras três torres foram avariadas na mesma região, em Medianeira (PR), a 50km de Foz do Iguaçu (PR). Outra linha de transmissão assumiu o escoamento da energia e não houve corte no fornecimento.

 

Outros dois casos ocorreram em Rondônia: uma torre teve seus cabos de sustentação cortados e caiu e outra foi derrubada. Também não houve interrupção no fornecimento de energia no estado.

 

Por conta das ações terroristas de ataque à infraestrutura básica, o MME montou gabinete de crise com diretores de todas as empresas de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, coordenado pela Aneel. O objetivo é entender as tentativas e atos de vandalismo na estrutura física e cibernética das instalações mapeadas como infraestruturas críticas do Sistema Interligado Nacional (SIN).

 

"Há indícios de vandalismo. Não foram identificadas condições climáticas adversas que possam ter causado queda de torres", aponta um trecho do boletim de acompanhamento do grupo. Os casos aconteceram após bolsonaristas radicais também tentarem impedir a distribuição de combustíveis com bloqueio em frente à diversas refinarias do Brasil, nesse caso as forças policiais locais dispersaram os movimentos.

 

*Correio Braziliense

Terça-feira, 10 de janeiro 2023 às 22:07


 

09 janeiro, 2023

AVANÇO TECNOLÓGICO NOS LIBERTA. NO ENTANTO, ACHAMOS MELHOR CONTROLAR A VIDA DOS OUTROS

Nos tornamos uma sociedade de vigilância. Não tanto da vigilância vinda do Estado, mas da multidão. No imenso panóptico coletivo em que nos transformamos, passamos a ocupar uma dupla função: a do vigia, que fica na torre, no alto do panóptico, e a dos prisioneiros, espalhados pelas celas. A motivação para tudo isso é clara: ganhamos visibilidade, em função da tecnologia, e nos tornamos animais retóricos.

 

Bisbilhotamos a vida dos outros para sinalizar nossa própria virtude. Alain de Botton escreveu um livro saboroso sobre o tema, “Desejo de Status”. Mais do que recompensas materiais, diz ele, o que realmente desejamos é o reconhecimento dos outros.

 

 “Não há punição mais demoníaca do que estar em uma sociedade e passar totalmente desapercebido”, diz William James, citado por Botton. Quando li isso, me lembrei de “Para Roma, com Amor”, do Woody Allen, com a história de Leopoldo, um desconhecido que subitamente se torna famoso.

 

Ele é perseguido por paparazzi, quase não pode sair às ruas, e lá pelas tantas se diz cheio daquele inferno. De uma hora para outra, volta à obscuridade, e aí a coisa se inverte: sua vida se torna insuportável. Em pouco tempo, ele corre pelas ruas, suplicando que as pessoas o reconheçam. Nosso problematizador é um Leopoldo. Ele corre entre os carros, suplicando atenção. Implica com a Jennifer Lopez, com o goleiro da Argentina, com os jogadores da seleção, com tudo que ele acha que pode chamar a atenção. E com isso fazer com que as pessoas digam que sua opinião é relevante, que ele não vai só ficar carregando aquela pedra, montanha acima, como o Sísifo, sem que se deem conta dele.

 

Botton sugere que tudo diz respeito à “insegurança congênita que sentimos em relação a nós mesmos”. E que nos faz “desejar o desejo dos outros”. Bacana isso. Se implicar alguma ação heroica, ou alguma doação à filantropia, para deixar seu nome gravado em alguma plaquinha de agradecimento, me parece ótimo.

 

 O problema reside no esnobismo fast food, feito de sinalizações de virtude, na enorme diversidade de mídias que temos à disposição. Conheço uma penca de gente que vive disso. Barack Obama foi cáustico com estas pessoas.

 

“Essa ideia de pureza… de que você está sempre woke”, diz ele, “sugiro que você descarte.” E completa: “O mundo é feito de ambiguidades. Pessoas que fazem coisas boas têm falhas”. Vendo o Obama falar, não parece complicado entender uma coisa dessas. Mas é.

 

O humorista Mauricio Meirelles fez um experimento, dias atrás, no Twitter. Ele postou dois tuítes. Um com a foto de um carro ocupando duas vagas em um estacionamento e o outro sugerindo doações para a Unicef. O tuíte do carro mobilizou a rede, com milhares de xingamentos, num congestionamento poucas vezes visto de sinalizadores de virtude. O pedido de contribuições perdeu de lavada.

 

As pessoas preferem mostrar sua “superioridade intelectual”, diz ele, “a fazer algo positivo”. Na prática, fazemos uso do poder da tecnologia, nos esquecendo de um pequeno detalhe: junto com o poder, vem a responsabilidade. É aí que reside o problema. Devagar, vamos escorregando na direção de uma sociedade de vigilância. Nas empresas, na educação, e mesmo nos tribunais.

 

Onde isso vai parar, não sei. É a ironia de nossa época: no momento em que a tecnologia permitiu que nos expressássemos, com liberdade, escolhemos nos dedicar à trivialidade e ao controle da vida dos outros. A pergunta que fica é como cada um de nós pode agir em relação a isso. Penso que foi essa a preocupação de Obama naquela palestra, mas cada um pode responder à sua maneira, neste ano que apenas se inicia.

*Veja

Segunda-feira, 09 de janeiro 2023 às 21:09