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Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) lança quinta-feira (19/11) a campanha Quem
Vacina Não Vacila, para reforçar a
importância de se cumprir o calendário de vacinação dos adolescentes. Com a
participação de influenciadores digitais e postagem nas redes sociais e
internet, a ação destaca o papel da vacinação na proteção individual dos
adolescentes e na saúde coletiva, já que um adolescente imunizado também
protege pessoas de outras idades contra doenças infecciosas
.
O
calendário de vacinação para adolescentes do Ministério da Saúde recomenda a
vacina contra o HPV; a vacina meningocócica ACWY, que previne a meningite; e a
vacina DT (dupla adulto), contra difteria e tétano. Também é preciso conferir
se vacinas como a da hepatite B e a tríplice viral (sarampo, rubéola e caxumba)
estão em dia, além das doses de reforço previstas para outras vacinas.
O
presidente da SBIm, Juarez Cunha, lembra que as coberturas vacinas já estavam
em queda no país, e que a situação se agravou com a pandemia da covid-19.
"[A adolescência] É uma faixa etária em que temos várias vacinas
recomendadas e disponíveis, mas com certeza subutilizadas", disse Cunha no
lançamento da campanha.
Além
dos adolescentes, a ação pretende atingir educadores, responsáveis,
profissionais de saúde e difusores de informação.
A
campanha tem apoio do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e do
Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde.
A
chefe da área de Saúde e HIV do Unicef no Brasil, Cristina Albuquerque, avalia
que o esforço de disseminar informação é importante porque uma das principais
demandas da população é entender melhor os efeitos adversos previstos na
vacinação e saber como proceder nesses episódios, que são considerados raros.
"A
gente sabe que não é só no quesito da imunização. O adolescente não vai na
unidade de saúde fazer prevenção, porque ele acha que não adoece. Ele tem
aquele pensamento mágico de que é um super-herói", disse, ressaltando ser
importante mobilizar os próprios adolescentes a motivarem seus amigos a se
vacinar. "Quem motiva um adolescente é outro adolescente empoderado",
disse.
A
pediatra Ana Goretti representou o Programa Nacional de Imunizações no
lançamento da campanha e apresentou dados sobre as coberturas vacinais dos
adolescentes. De 2014 a 2020, a cobertura da primeira dose da vacina chegou a
79% das meninas e de 54,2% nos meninos. Para a segunda dose, a cobertura cai
para 55,7% nas meninas e 34,1% nos meninos. Para a meningocócica C, a cobertura
acumulada entre 2017 e 2019 é de 41% nos adolescentes de 11 a 14 anos.
"Nessa
faixa etária, você tem uma crença muito arraigada de que vacina é para criança.
Há um desconhecimento da família, e a pandemia tem trazido uma dificuldade
maior", disse a pediatra.
O
diretor do Departamento de Pediatria da Faculdade de Ciências Médicas da Santa
Casa de São Paulo, Marco Aurélio Sáfadi, lembrou que a vacinação de
adolescentes contra a meningite, por exemplo, aumenta a proteção das crianças.
Isso acontece, segundo ele, porque adolescentes e jovens adultos são os
principais portadores de colônias da bactéria causadora da doença, o que nem sempre
faz com que adoeçam, mas permite que transmitam a doença a outros indivíduos.
(ABr)
Quinta-feira,
19 de novembro, 2020 ás 13:00