A
ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), ordenou o
arquivamento de um pedido do PT para que o ministro da Justiça e Segurança
Pública, Sergio Moro, fosse investigado por supostamente ter tido acesso à
investigação sigilosa da Polícia Federal na Operação Spoofing, que apura a
invasão de celulares de diversas autoridades.
Cármen
Lúcia atendeu a pedido da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, que não
viu indícios de que Moro tenha violado o sigilo da investigação.
O
pedido de investigação havia sido feito pela presidente do PT, a deputada
Gleisi Hoffmann (PR), pelo deputado Paulo Pimenta (PT-RS) e pelo senador
Humberto Costa (PT-PE). Os parlamentares acusaram Moro dos crimes de abuso de
autoridade, violação de sigilo funcional e supressão de documento.
A
motivação dos petistas foi a divulgação de uma nota do Superior Tribunal de
Justiça (STJ) afirmando que Moro entrou em contato com João Otávio de Noronha,
presidente da Corte, para avisar que seu celular fora invadido e que as
respectivas mensagens seriam destruídas.
A
PGR, porém, disse que a PF negou que Moro tenha tido acesso à investigação, e
que não vê desvios na conduta do ministro da Justiça.
“Não
há nenhum elemento que indique que o ministro [Moro] tenha obtido conhecimento
do teor dos dados telemáticos ilegalmente captados - informações estas
protegidas por sigilo, tampouco que tenha divulgado esse conteúdo a terceiros.
Do que consta, houve apenas informação a determinadas autoridades públicas no
sentido de que teriam sido elas também vítimas do crime investigado",
disse Raquel Dodge em parecer enviado nesta semana ao STF. (ABr)
Sexta-feira,
16 de agosto, 2019 ás 18:00