Liberdade de expressão

“É fácil submeter povos livres: basta retirar – lhes o direito de expressão”. Marechal Manoel Luís Osório, Marquês do Erval -15 de abril de 1866

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18 março, 2016

PROPOSTA DE AUTONOMIA ADMINISTRATIVA E FINANCEIRA DIVIDE CATEGORIAS DA PF



Delegados do Departamento de Polícia Federal fizeram Sexta-feira(18), uma manifestação em frente à sede do órgão em Brasília em busca de apoio à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 412/09 que, se aprovada pelo Congresso, dará autonomia funcional, administrativa e financeira à PF. Outras categorias de policiais federais são contrárias à proposta.

O diretor regional da Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal (ADPF) no Distrito Federal, Luciano Leiro, disse que os delegados elaboraram o projeto para evitar interferências externas ao departamento durante as investigações conduzidas pelo órgão. “Queremos apoio a esse projeto porque, sem interferências financeiras, orçamentárias e administrativas, temos melhores condições para ter autonomia nas investigações."

Segundo o dirigente, não há casos concretos de interferência nas investigações e a PEC tem caráter preventivo. “Para evitar que, no futuro, isso ocorra”, disse Leiro, que espera receber apoio da sociedade e de outras categorias de policiais federais para cobrar a aprovação da proposta.

Críticas

No entanto, a PEC 412/09 é criticada por outros servidores da PF, para quem o texto representa mais as demandas classistas dos delegados que interesses institucionais. Entre as críticas, policiais federais dizem que a PEC nasceu errada por ter sido promovida, pensada e construída pela entidade de delegados, “sem qualquer participação, discussão, colaboração ou qualquer tipo de acordo em qualquer nível com outras categorias”.

“E é justamente por interessar apenas aos delegados que essa PEC tem uma tramitação tão lenta”, disse o presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), Luís Boudens. A entidade representa majoritariamente agentes (7 mil), escrivães (1,7 mil), servidores da área administrativa (3 mil) e papiloscopistas (400) da PF.

“Autonomia investigativa nós já temos. O que essa PEC pode fazer é resultar na criação de um verdadeiro monstro, de um quinto Poder no país. O Brasil vive um momento muito bonito, que não pode ser utilizado com o objetivo oportunista de implementar leis estritamente classistas e em favor de apenas um cargo, em vez da instituição e, muito menos, da sociedade”, disse Boudens, que é agente da PF.

Segundo o presidente da Fenapef, entre as demais categorias da PF, a PEC 412/09 é chamada de “PEC da Falsa Autonomia”.

“Há também quem a chame de PEC da Chantagem ou PEC da Gestapo [a polícia secreta da Alemanha na época do nazismo]. Isso porque possibilitará a fixação de subsídios dos seus membros e de demais servidores pelos delegados. Dessa forma, eles terão um poder totalitário dentro do departamento”, criticou.

Boudens destacou que a Polícia Federal tem outras funções além da investigação, como atividades de controle e fiscalização, emissão de passaporte, registro de armas, licenças para segurança privada e controle de produtos químicos, além dos controles da fronteira e migratório. “São várias áreas de conhecimento e especialização nas mãos de apenas uma categoria [delegados], para a qual é exigida unicamente a formação em direito.”

A Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF) também é contra a PEC dos delegados. “Queremos deixar claro o nosso apoio integral à independência das investigações criminais, bem como à Operação Lava Jato. Porém, somos contrários ao uso político de qualquer operação para interesses classistas, na forma como vem sendo feito por entidades representativas de delegados da Polícia Federal”, disse o presidente da entidade, o perito André Morisson.

“O momento político não é favorável para se debater propostas como essa, de forma isenta, com vistas a se ter a melhor proposta legislativa que fortalece a independência da PF. Essa não é uma boa proposta para qualquer polícia de país democrático”, acrescentou. Para a associação, a PEC “não vem para resolver nem fortalecer a PF” por não tratar de problemas históricos da corporação.

Resposta

Defensora da proposta, a ADPF se defende das críticas. Segundo o presidente da entidade, Luciano Leiro, a PEC vai dar poder à instituição e não apena s aos delegados. “Aumentos salariais, por exemplo, precisam de autorização do Congresso Nacional. Essa autonomia servirá para que possamos dizer o que temos de orçamento e onde queremos gastar.”

De acordo o conselheiro da ADPF Marcus Vinícius Dantas, a PEC também vai permitir que a PF não dependa de autorização do Ministério da Justiça para fazer operações. “Mas não seremos o Quinto Poder [como criticado pelo presidente da Fenapef] porque continuaríamos vinculados ao ministério”.

Segundo Dantas, o controle externo, a ser feito pelo Ministério Público Federal (MPF), impossibilitará qualquer eventual excesso cometido em meio às investigações. “Nossa referência para elaborarmos essa proposta foi o FBI [a Polícia Federal norte-americana]. Lá eles têm autonomia tanto na parte financeira, como orçamentária e administrativa”, comparou.

Pedro Peduzzi - Repórter da Agência Brasil

Sexta-feira, 18 de março, 2016

PEDIDO DE PRISÃO DE LULA JÁ ESTAVA ESCRITO; VERSÃO DIZ QUE GOVERNO MONITOROU MORO



Além das suspeitas de que a presidente Dilma Rousseff tenha tornado Luiz Inácio Lula da Silva ministro da Casa Civil para fugir de uma iminente prisão, fato ventilado após a divulgação de gravações de áudio, existe agora a informação de que o Ministério Público Federal, em Curitiba, já tinha em mãos a denúncia contra o ex-presidente.

Na petição é requerida a prisão preventiva de Lula, pois ele estaria tentando obstruir a Justiça, fato que foi evidenciado pelos grampos com autorização judicial.

Em várias gravações, Lula tenta articular ações que pressionam ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), agentes da Polícia Federal e técnicos da Receita Federal a reduzirem as ações e investigações em torno dele.

Os pedidos do MPF atrasaram e foram antecipados com a jogada de Dilma Rousseff, que terá antecipado a posse do presidente.

Antes marcada para terça-feira, a posse daria tempo para que o juiz Sergio Moro realizasse o pedido nesta quinta-feira —logo, antes da primeira previsão de posse, marcada para o dia 22.

Outro fato que tem chamado atenção da Justiça é a situação privilegiada de Lula, que na ocasião da condução coercitiva teria sido informado quanto ao mandado de busca e apreensão em sua casa e nas dos filhos e assessores bem como talvez sobre esta última ação do MPF, que pediria sua prisão.

Existe ainda a informação de que Lula e a presidência teria monitorado Sérgio Moro, a ponto de antecipar seu pedido.

Juristas e integrantes do Ministério Público entendem como criminosa a atitude da presidente Dilma ao enviar às pressas no aeroporto o termo de posse antecipada para Lula, caso fosse “necessário” usá-lo.

Dilma ainda não explicou o que significa “caso seja necessário usá-lo”. A antecipação da nomeação e da publicação, em contraposição ao que estava determinado, pode ser usado agora para motivar um novo pedido de impeachment de Dilma, pois a presidenta teria descumprido o artigo 6º da lei nº 1.079/1950, que classifica como crime de responsabilidade “opor-se diretamente e por fatos ao livre exercício do Poder Judiciário, ou obstar, por meios violentos, ao efeito dos seus atos, mandados ou sentenças”.

Outra questão levantada por juristas diz que Dilma teria infringido os incisos 2 e 5 do artigo 85 da Constituição, que classificam como crime de responsabilidade os atos da presidente da República contra o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes constitucionais das unidades da Federação.

ÁUDIOS

Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), diz que a divulgação dos áudios foi correta, dentro da legalidade, pois Lula estava sob a competência do juiz Sérgio Moro.  Mas diz que como qualquer fato relevante poderá ser contestada.

Por: Beto Silva

Sexta-feira, 18 de março, 2016