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IBGE divulgou sexta-feira(13) a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios de
2014
O
IBGE divulgou nesta sexta-feira a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
de 2014 (Pnad), a principal pesquisa demográfica que realiza a cada ano – e que
oferece um raio-X sobre a população brasileira.
A
pesquisa abrange desde tendências na forma de os brasileiros declararem sua cor
ou raça a índices de desigualdade de renda, disparidade regional de taxas de
ensino e quantos brasileiros têm saneamento, televisão ou internet em casa.
Para
chegar aos números abaixo, o instituto entrevistou mais de 362 mil pessoas em
mais de 151 mil residências brasileiras, distribuídas por todos os Estados do
país.
Confira,
a seguir, dez mudanças na população apontadas pelo levantamento.
1.
O Brasil continua envelhecendo
A
tendência vem sendo observada ano a ano. Em 2014, a população chegou a 203,2
milhões de pessoas, e indivíduos com mais de 60 anos representavam 13,7% do
país. É um aumento de 0,7 ponto porcentual em relação a 2013.
A
proporção em si não é gritante, mas o movimento vem sendo contínuo e acompanha
uma redução pequena, porém também constante, do número de jovens. Enquanto o
número de idosos subiu, o de pessoas com menos de 24 anos caiu 0,8 ponto
porcentual, passando a representar 38% da população.
Para
fins de comparação, em 2004 a população acima de 60 anos era de 9,7%.
2.
Mais de 80 milhões vivem fora de sua cidade natal
A
mobilidade pelo país, seja impulsionada por emprego, ensino ou outros motivos,
faz com que mais de 80 milhões de brasileiros vivam fora das cidades onde
nasceram, o equivalente a quase 40% da população.
Ao
chegar aos 60 anos de idade, 60% dos brasileiros já não vivem em suas cidades
de origem.
São
Paulo é o Estado que mais tem pessoas de fora – 10,5 milhões. Já em termos
proporcionais, as unidades da federação com o maior contingente de
"forasteiros" são o Distrito Federal, com 49,3%, e Roraima, com 45,3%
da população chegando de outros Estados.
3.
Analfabetismo cai, mas ainda reflete desigualdade regional
De
pouco em pouco, a taxa de analfabetismo continua a cair no Brasil, e passou de
8,5% em 2013 para 8,1% no ano passado. A queda vem sendo quase constante de
2001 para cá, embora tenha permanecido no mesmo patamar entre 2011 e 2013
(quando oscilou entre 8,4% e 8,5%).
A
diferença entre as regiões, porém, permanece gritante neste quesito. Enquanto
no Sul e Sudeste a taxa de analfabetos é de 4,4% e 4,6%, respectivamente, no
Nordeste a percentagem é de 16,6%, de longe a pior situação no país.
A
medição é feita entre pessoas de 15 anos de idade ou mais, e, quanto mais velho
o grupo, maior o índice. Entretanto, o analfabetismo ainda assola as novas
gerações, afetando 0,9% de jovens na faixa de 15 a 19 anos e 1,4% na de 20 a 24
anos.
4.
Diploma superior é privilégio de apenas 13%
Quando
se avalia o nível de instrução da totalidade de brasileiros acima de 25 anos,
mais de metade da população (57,5%) tem no máximo o ensino médio completo,
sendo que 32% não completaram o ensino fundamental. Uma graduação universitária
é privilégio de apenas 13,1% das pessoas (contra 12,6% em 2013).
Os
números também chamam atenção para a necessidade de se aprimorar o ensino nas
escolas públicas, que são frequentadas por 76,9% dos alunos brasileiros (contra
75,7% em 2013). Mas a frequência escolar como um todo vêm aumentando, e tem seu
maior patamar entre crianças de 6 a 14 anos: 98,5% nesta faixa etária estão na
escola.
Quando
se contempla a população como um todo, o número médio de anos de estudo escolar
é de 7,7. Aqui também há disparidades regionais: o Sudeste apresenta a maior
média, de 8,4 anos, enquanto Norte e Nordeste registraram o menor tempo médio
na escola, 7,2 e 6,6 anos, respectivamente.
5.
Aumento brusco de 'desocupados'
O
aumento dos índices de desemprego de refletiu nos resultados da PNAD já em
2014. O número de pessoas desocupadas aumentou 9,3% de 2013 para 2014, afetando
um total de 7,3 milhões de brasileiros (o aumento equivale a 617 mil pessoas a
mais nesta condição).
Isso
ocorreu no país todo, e em especial no Sudeste, onde o aumento foi de 15,8%. O
IBGE classifica como "desocupadas" pessoas que não estão empregadas,
mas estão buscando trabalho.
A
pesquisa indica dificuldades especialmente para jovens de 18 a 24 anos e
pessoas que estão buscando o primeiro emprego, respectivamente 34,3% e 28,3%
dos desocupados.
6.
Trabalho infantil volta a subir
Após
sete quedas sucessivas de 2005 para cá, o número de crianças trabalhando no
país voltou a aumentar. Em 2014, subiu para 554 mil o número de crianças nas
idades entre 5 e 13 anos que trabalham, quase 50 mil a mais que em 2013.
No
Brasil, o trabalho até os 13 anos é ilegal. Setenta mil dessas crianças têm de
5 a 9 anos, um aumento de 15,5% em relação ao ano anterior. Em 2005, porém, o
número de crianças em situação de trabalho infantil era quase o triplo do
número atual, chegando a 1,6 milhão.
(Terra)
Domingo,
15 de novembro, 2015