Do jeito que a corrupção se
generaliza no país, não seria surpresa se o próximo alvo dos gangsteres
petistas fosse o próprio juiz Sergio Moro que, com valentia e coragem cívica,
começou a desbaratar a maior quadrilha de larápios já montada no Brasil. É o
preço que ele certamente vai pagar por ser um profissional correto e probo em
um país onde a honestidade virou exceção e não regra.
Veja como o STF agiu até agora:
fatiou o processo da Lava-Jato, impediu a Câmara de tramitar o impeachment da
Dilma, mandou soltar Alexandrino Alencar, da Odebrecht, e o ex-vereador petista
Alexandre Romano, intermediário das maracutaias da senadora Gleise Hoffmann, e
proibiu os “jabutis” nas medidas provisórias numa clara interferência nos
trabalhos do parlamento. Tudo isso está
ocorrendo depois que o Lula assumiu de fato a administração do governo e
transformou a Dilma em sua auxiliar, proibindo-a, inclusive, de falar besteira
nas solenidades para não imitá-lo.
Anote: o próximo a sair da cadeia
é o Marcelo Odebrecht, o homem de 13 bilhões de reais. O STJ até agora rejeitou
os pedidos de habeas-corpus para soltá-lo mas não vai resistir por muito tempo.
Assim, todos os empregados da empreiteira com envolvimento nas maracutaias vão,
aos poucos, deixando a cadeia se o juiz Sergio Moro não os condenar antes pela
fartura de provas de que já dispõe.
A liberdade desses criminosos
prejudica as investigações pelas informações preciosas que eles detém em
relação ao roubo na Petrobrás e outras estatais. O STF, que até então
mantinha-se neutro em relação às investigações, resolveu melar tudo. Veja: o
próprio Ministério Público criticou o habeas-corpus que o tribunal concedeu ao
Alexandrino Alencar, sócio do Lula nas viagens ao exterior (pelo menos seis),
um dos homens da Odebrecht com mais informações sobre o envolvimento do
ex-presidente nos empréstimos do BNDES ao exterior.
Lula está tão sujo pela corrupção
que não sabe distinguir mais o certo do errado. Fez um acordo espúrio com
Eduardo Cunha, dono, com a sua mulher, de uma fortuna na Suíça, para evitar o
andamento do impeachment de sua auxiliar. Convocou parlamentares para uma
reunião em um hotel de Brasília (um parêntese: lembra que Al Capone tinha como
sede da sua organização criminosa um hotel em Chicago?). Lá, decretou que dali
por diante a bancada teria que apoiar o Cunha, contrariando outros 34 deputados
(a bancada tem 64) que não foram ao encontro. Assim, enquanto a sua auxiliar
for ameaçada pelo Eduardo Cunha, os petistas cooptados por ele vão proteger os
milhões de dólares roubados da Petrobrás e depositados na conta conjunta do
presidente da Câmara.
Lula está feliz da vida depois
que conquistou o ex-presidente do STF, Nelson Jobim. Ele agora assumiu a
posição de conselheiro do ex-presidente, lugar antes ocupado por Thomaz Bastos,
o advogado que mais defendeu criminosos de colarinho branco no país. Jobim é um
advogado hábil, articulado em todas as áreas: na política, como ex-deputado, e
na justiça como ex-presidente da Corte. Conhece as manhas do ministros e do
próprio tribunal. Portanto, certamente não será difícil para ele soltar, por
exemplo, seu principal cliente Marcelo Odebrecht que já demonstrou muita
esperança em deixar o xadrez sem confessar o seu envolvimento e das suas
empresas no assalto aos cofres públicos.
E para mostrar quem de fato manda
no país, Lula afastou Dilma das decisões de governo e rearrumou a casa. Pôs
seus amigos fiéis em postos chaves nos ministérios e mandou um recado aos
adversários: “Agora quem manda aqui sou eu. Quem duvidar pague pra ver”. Exigiu
que a Dilma só falasse por escrito e ela, obediente, já largou na frente pra
falar da própria honestidade. Esqueceu que assinou a compra da refinaria de
Pasadena (l bilhão de dólares de prejuízo à Petrobrás), recebeu 15 milhões
roubados da Petrobrás para sua campanha de dois lobistas e nomeou, em parceria
com Lula, todos os diretores ladrões da estatal. Além disso, é responsável pela
roubalheira porque é conivente com a quadrilha que se instalou no país sob o
seu comando.
Coitado do país onde um
presidente precisa gritar aos ventos que é honesto, antes de parecer honesto.
Jorge Oliveira
Segunda-feira, 19 de outubro,
2015