Liberdade de expressão

“É fácil submeter povos livres: basta retirar – lhes o direito de expressão”. Marechal Manoel Luís Osório, Marquês do Erval -15 de abril de 1866

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13 março, 2015

PROTESTOS DOS “TRABALHADORES” QUE NÃO TRABALHAM SÃO UM FIASCO; O DOS TRABALHADORES QUE TRABALHAM ACONTECE NO DOMINGO. OU: O MOVIMENTO DAS PESSOAS DIREITAS




Micaram, Brasil afora, os atos, como dizem seus promotores, “em defesa da Petrobras”. Na verdade, tratava-se de uma tentativa de blindar a presidente Dilma, antecipadamente, do protesto de domingo. Os esquerdistas criaram transtornos nas cidades em que se manifestaram, mas, quase sempre, havia mais balões do que pessoas, mais bandeiras do que brasileiros, mais palavras de ordem do que ideias. E há um dado que é especialmente saboroso: a convocação do Partido dos Trabalhadores, da Central Única dos Trabalhadores e daqueles que se dizem trabalhadores do MST é feita para uma sexta-feira útil, dia em que, afinal, trabalhadores costumam estar trabalhando.

Mas não eles. Porque trabalhadores não são. Na maioria dos casos, são sindicalistas e apaniguados de aparelhos sindicais que vivem, isto sim, do trabalho alheio. Os que se dizem “defensores da Petrobras” são sanguessugas de quem realmente acorda cedo, pega no batente, tem uma família a alimentar.

Já a manifestação daqueles que petistas, cutistas e emessetistas chamam “elite”; daqueles que petistas, cutistas e emessetistas chamam “coxinhas”; daqueles que petistas, cutistas e emessetistas chamam “direita golpista”, ah, essa será feita no domingo. Sabem por quê? Porque, para a larga maioria, esse é o único dia de descanso. Os coxinhas, os direitistas, como eles dizem, vivem do seu trabalho, não integram a aristocracia sindical, não vivem pendurados nas tetas do governo. Aqueles que as esquerdas estão hostilizando geram impostos, em vez de apenas consumi-los; geram riquezas, em vez de apenas querer dividi-las, constroem o Brasil, em vez de apenas querer destruí-lo com a sua militância truculenta.

Que país exótico este em que vivemos, não? Aqueles que se dizem de esquerda vivem de renda — sim, meus caros: viver do imposto sindical e da transferência de recursos públicos para ditos movimentos sociais é uma forma de rentismo. E o que o rentismo? É um dinheiro que cai nas mãos do beneficiado sem que, para tanto, ela tenha produzido um miserável parafuso ou mesmo uma miserável ideia. É o dinheiro que saiu dos bolsos de quem trabalha para os de quem não trabalha.

E aqueles que merecem a pecha de “elite”? Ah, esses trabalham muitas horas por dia. Com alguma frequência, buscam ter até mais de um emprego para tentar garantir algum conforto adicional e seus familiares. Vivemos a era em que os que trabalham são obrigados a prestar reverência a quem não trabalha. Vivemos a era em que os que metem a mão na massa são hostilizados por aqueles que vivem de fazer proselitismo. Vivemos numa espécie de nova escravidão, esta de caráter moral, em que o esforço é demonizado, o talento é desprezado, a qualidade é tida por reacionária, a eficiência é vista com maus olhos.

Por isso, a Petrobras está no chão. Por isso, o país tem juros de 12,75% ao ano; por isso, a inflação roça os 8%; por isso, o Brasil vive uma recessão. Os que hoje dirigem o Brasil desprezaram todas as ideias generosas e sensatas de administração responsável do dinheiro público. Não puseram o seu partido e os seus sindicatos a serviço da nação, mas a nação a serviço de seu partido e de seus sindicatos. O resultado é este que vemos: continuamos a ser um país rico com uma população, no mais das vezes, pobre: pobre de saúde, pobre de educação, pobre de segurança pública, pobre… de verdade!

É a direita, como eles dizem, que vai protestar no domingo? Não! Quem vai protestar no domingo são as pessoas direitas — sejam elas “de direita” ou não. É um ato contra um indivíduo chamado Dilma Rousseff? Não! É um ato contra a impunidade, contra a roubalheira, contra o cinismo, contra a trapaça eleitoral, contra a mistificação. Se essa pauta atinge o governante de turno, e se esse governante é uma governanta, então não há o que fazer.

Os que vão para as ruas estarão exercendo o Inciso IV do Artigo 5º da Constituição, o das cláusulas pétreas, imutáveis. Lá está escrito: “É livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato”. Todos nós sabemos o que nos custou essa carta de princípios, depois de 21 anos de ditadura. Infelizmente, em 1988, o PT se negou a homologá-la, num ato absurdo. Talvez por isso ignore agora os seus termos. Talvez por isso o próprio governo Dilma tenha negociado com black blocs, mas hostiliza quem tem a coragem de mostrar a cara.

A presidente Dilma exerce legítima e legalmente o seu mandato. Ninguém jamais contestou essa evidência. Mas o mesmo diploma que lhe garante essa legalidade e essa legitimidade assegura o direito à manifestação e o direito de apresentar petições ao poder público, inclusive o impeachment da presidente. Golpe é querer rasgar a Constituição em vez de aplicá-la. Há algum petista que negue esse fundamento? Pode vir aqui dizer que não é assim. Pode vir aqui tentar provar que isso que digo agride o regime democrático. Vamos ver com quais argumentos.

Querem saber? O verdadeiro protesto de trabalhadores é o que vai acontecer no domingo, já que trabalhadores trabalham. O verdadeiro ato em defesa da Petrobras será o de domingo, já que milhares de pessoas querem proteger a estatal da sanha dos quadrilheiros.

Não! Este não é um editorial de direita. Este é um editorial para pessoas direitas.

Por Reinaldo Azevedo

Sexta-feira, 13 de março, 2015

08 março, 2015

ESTÃO TENTANDO LIVRAR A CARA DOS PODEROSOS




A cada dia somam-se razões para a cidadania brasileira se indispor contra a lambança político-administrativa-econômica que se adonou do Brasil, estimulando-a a ir para as ruas no dia 15 de março para protestar contra tão corrompido estado de coisas.

Não bastasse a inépcia administrativa que desarranjou as contas nacionais e levou o Brasil à estagnação, o quadro institucional se vê agravado em consequência da desenfreada roubalheira promovida pelos gangster que a dirigência do PT colocou em postos corruptivelmente estratégicos da Petrobras.

Agora que o ventilador do Lava Jato funciona à máxima velocidade, jogando respingos de... lama para todo lado, está sendo um Deus-nos-acuda está tomando os nervos dos políticos governistas.

Gente graúda da base aliada – possivelmente incluídos na lista dos 45 políticos (envolvidos em maracutaias no âmbito do “petrolão”) que o procurador-geral da República enviou ao Supremo – decidiu8 chantagear o governo: a exclusão de seus nomes da lista (o que configuraria crime de responsabilidade) ou a ingovernabilidade do País.

A que ponto chegamos...

O governo, apesar do discurso em contrário, não parece imune às pressões dos petistas e dos políticos da base aliada, para que dê um jeito de livrar-lhes a cara. Isso explica o fato de  que algumas coisas estranhas vêm acontecendo recentemente, num tabuleiro em que muitas pedras estão  claramentefora de lugar.

Foi em relação a isso que o Senador Aloysio Nunes Ferreira manifestou ontem, da tribuna do Senado, pasmo e indignação.

Deu como exemplo o fato de o Ministro Luís Inácio Adams, em seu relacionamento com o TCU, estar se comportando mais como um quadragésimo ministro do Governo ou um representante do PT, do que como Advogado-Geral da União.

Lembrou o parlamentar que até agora o AGU não propôs, como seria do seu dever, ações cíveis de ressarcimento da União dos prejuízos causados por aqueles que cometeram os atos criminosos já apontados pela Operação Lava Jato: “todos sabemos que os aspectos cível e criminal de determinado procedimento são separados. Eles não se comunicam. Era dever do Advogado-Geral da União ter ingressado, já há muito tempo, com as ações cíveis de reparação.”

Para o senador do PSDB de São Paulo, outra peça fora do lugar é o Ministro da Justiça, que se reuniu com os advogados de dirigentes encarcerados de empresas, atualmente, às vésperas de uma anunciada delação premiada.

Finamente, temos o Ministro da Defesa, Jaques Wagner, Ministro da Defesa – integrante do quarteto de conselheiros políticos da Presidente- que outro dia disse que “qualquer fato novo com esse tipo de característica de denúncia, de inquérito, tira a tranquilidade momentânea de qualquer instituição”.

Como assim? Quem não deve não teme, Ministro! , reagiu o senador. “É o inquérito que tira a tranquilidade das instituições? Ou o inquérito, as delações premiadas, as investigações tiram a tranquilidade daqueles do governo que participaram dessa trama criminosa investigada, agora, pela Operação Lava Jato?”

- Quem é que está intranquilo? Aqueles que temem que as delações possam fazer com que esse lamaçal se aproxime cada vez mais dos altos dirigentes do País?

Ele preconiza não a omissão, mas separar o inquérito do funcionamento normal do País. Ora, o inquérito faz parte do funcionamento normal do País. (A/E)
Domingo, 8 de março, 2015

07 março, 2015

O DEBOCHE É PERIGOSO CLASSE POLÍTICA NÃO VÊ A RAIVA QUE ESTÁ NAS RUAS




Nas últimas semanas, as autoridades brasileiras debocharam além dos limites. Cada dia a população tem nova surpresa.

O presidente da Câmara oferece aos deputados o direito de custearem viagens de suas esposas com recursos públicos e apresenta o projeto para um novo edifício ao custo de R$ 1 bilhão; um juiz é fotografado dirigindo o carro de luxo de um réu; uma escola de samba ganha o título graças a financiamento de um ditador estrangeiro; a presidente da República coloca a culpa da degradação da Petrobras no antecessor que deixou o governo há 12 anos; outro ex-presidente ameaça colocar um exército na rua; o ministro da Justiça recebe advogados de réus do maior caso de corrupção da história; o ministro da Fazenda adota medidas totalmente opostas às promessas de campanha da candidata; o governo adota o slogan “Pátria educadora” mas corta parte importante do orçamento para a educação; as tarifas de eletricidade reduzidas no período eleitoral são substancialmente elevadas logo depois da eleição, o mesmo acontecendo com os preços dos combustíveis.

Como se esses deboches ativos não bastassem, a classe política se comporta com um generalizado deboche passivo: não reconhece a dimensão da crise, não debate suas causas nem aponta caminhos para reorientar o rumo do Brasil.

A sensação é de que a política está doente: não ouve, não vê, nem raciocina.

Não ouve as vozes do futuro chamando o Brasil para um tempo radicalmente diferente, em que a economia deverá ser baseada no conhecimento, produzindo bens de alta tecnologia; em que a principal infraestrutura deverá ser educação, ciência e tecnologia. Não ouve as vozes do exterior que mostram que não há futuro isolado e que precisamos agir para ingressar no mundo da competitividade internacional, na convivência econômica e cultural com o mundo global. E, pior, não ouve o clamor das ruas que indicam a necessidade de romper com os vícios do presente e reorientar o rumo para um futuro com economia dinâmica e integrada, e uma sociedade harmônica e sustentável.

A política tampouco vê as dívidas que os políticos têm com o país: com os pobres sem chance, com as crianças sem futuro e os jovens sem emprego; com a natureza depredada; a dívida decorrente da corrupção generalizada. Ao não reconhecer suas dívidas, a classe política não vê a raiva que está nas ruas.

Tudo isso leva a um comportamento esquizofrênico, pelo qual, de tanto vender ilusões, o governo e seus partidos passam a acreditar nelas. E os demais políticos se acostumam a elas.

Talvez esta seja a explicação para o deboche: não vemos, não ouvimos, nem pensamos. Até que o fim da paciência do povo nos desperte. Mas o custo poderá ser muito alto para a democracia, para a eficiência econômica, para a harmonia social e a sustentabilidade ecológica. Salvo se o despertar vier antes, com a descoberta de que o deboche é muito perigoso, como percebeu o presidente da Câmara, forçado a voltar atrás em sua decisão inicial.

 CRISTOVAM BUARQUE

Sábado,07 de março, 2015