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“É fácil submeter povos livres: basta retirar – lhes o direito de expressão”. Marechal Manoel Luís Osório, Marquês do Erval -15 de abril de 1866

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26 novembro, 2021

BRASIL CORRE RISCO DE NOVA ONDA DE COVID COMO A EUROPA?

 

Essas são as perguntas que epidemiologistas, médicos e pesquisadores em saúde pública brasileiros mais ouviram nos últimos dias.

 

De forma geral, a resposta deles é que precisamos entender os momentos distintos da crise sanitária em cada lugar, mas podemos tomar alguns cuidados para que um cenário ruim no exterior não seja "importado" para cá — como, aliás, aconteceu com as ondas anteriores.

 

"Muita gente compara o que está acontecendo em partes da Europa com o que pode acontecer por aqui. Não é tão simples assim", avalia o estatístico e pesquisador em Saúde Pública Leonardo Bastos, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

 

"Na minha opinião, não precisamos nos preocupar no curto prazo com essa onda europeia. Já no médio e longo prazo, a coisa pode mudar de figura."

 

Após uma queda e uma estabilização de casos e mortes por covid-19 entre abril e setembro, a Europa começou a ver um novo aumento a partir de outubro.

 

Em novembro, essas estatísticas explodiram e confirmaram uma nova onda da pandemia por lá.

 

Isso tem a ver com uma série de fatores, como a circulação de variantes mais transmissíveis, como é o caso da Delta, e a resistência às vacinas por parte da população de alguns países.

 

Alguns avaliam que também houve uma liberação prematura das restrições, especialmente o abandono do uso das máscaras.

 

Vale notar que a situação varia bastante de país para país. Nas nações com a campanha de vacinação mais avançada, caso de Portugal e Dinamarca, a taxa de mortalidade das últimas semanas segue bem mais baixa em comparação com os locais onde a cobertura segue muito abaixo do ideal, como Bulgária e Romênia.

 

Em uma projeção divulgada na terça-feira (23/11), a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou que, se nada for feito, a Europa pode contabilizar cerca de 700 mil mortes pela doença durante a temporada de inverno, que começa em dezembro. Até o momento, o continente tem cerca de 1,5 milhão de óbitos pela covid-19.

 

A OMS também afirmou que parte desses óbitos pode ser evitada com o reforço de algumas ações básicas: o avanço da vacinação, o uso de máscaras e a prevenção de aglomerações.

 

"Para convivermos com o vírus e continuarmos com nossas rotinas, precisamos de uma abordagem que envolva as vacinas e as demais medidas", discursou Hans Kluge, diretor regional da OMS na Europa.

 

"Todos nós temos a oportunidade e a responsabilidade de ajudar a evitar essa tragédia desnecessária e a perda de vidas, limitando os abalos à sociedade e à economia durante o inverno."

 

De acordo com os especialistas, isso se deve em parte à onda devastadora do primeiro semestre, que infectou muita gente e, por consequência, gerou um nível de imunidade considerável entre os que sobreviveram.

 

O respeito ao uso de máscaras e a manutenção de algumas medidas e políticas públicas, que mantiveram estabelecimentos com operação reduzida por boa parte do ano, também contribuíram.

 

Por fim, foi crucial a adesão do povo à vacinação. No momento, 61% dos brasileiros já estão totalmente imunizados.

 

"Isso foi determinante para a gente ter um maior controle sobre a pandemia", considera a epidemiologista Ethel Maciel, professora da Universidade Federal do Espírito Santo.

 

Essa transformação no cenário pandêmico fez com que recentemente muitas cidades e Estados brasileiros aliviassem as restrições e chegassem a anunciar até a liberação do uso de máscaras, movimento parecido ao que foi feito na Europa meses atrás.

 

Na opinião de Bastos, da Fiocruz, a comparação entre o que acontece no Brasil e na Europa não é justa por causa de uma diferença fundamental entre os dois lugares: a realização de testes para detectar os casos leves de covid-19.

 

Nosso país não desenvolveu como outras partes do mundo um amplo programa de testagem, capaz de identificar os pacientes com sintomas iniciais ou menos graves, que não exigem uma avaliação médica.

"No Brasil, as estatísticas sobre os quadros de covid leves são pobres, ruins e subnotificadas", diz o pesquisador.

 

 

E as festas?

 

Por fim, é preciso considerar os eventos e as datas comemorativas que ocorrem entre o final e o início do ano, como Natal, Ano Novo e Carnaval.

 

Esses momentos são marcados por festas e encontros entre familiares e amigos, onde há maior risco de transmissão do coronavírus.

 

Os especialistas ouvidos pela BBC News Brasil entendem que essas ocasiões representam uma ameaça, mas é difícil pedir que as pessoas continuem em completo isolamento após tantos meses de restrições.

 

No entanto, é possível pensar em adaptações e cuidados. Entram aqui novamente as recomendações de uso de máscara e a realização de encontros em locais abertos ou com boa circulação do ar.

 

"E precisamos colocar cada data em contexto. Passar o Natal em família, num grupo reduzido, é muito diferente de comemorar o Réveillon na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, cercado de dezenas de milhares de outras pessoas", compara Bastos.

 

Embora um pouco mais distante, o Carnaval também já levanta discussões acaloradas, e não há muita certeza de como estará a situação no Brasil no final de fevereiro.

Com informações da BBC News Brasil em São Paulo

 

Sexta-feira, 26 de novembro 2021 às 11:23


  A pandemia ainda não acabou, proteja-se e proteja a quem você ama.

 

 

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