Liberdade de expressão

“É fácil submeter povos livres: basta retirar – lhes o direito de expressão”. Marechal Manoel Luís Osório, Marquês do Erval -15 de abril de 1866

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27 outubro, 2020

"É MUITO MAIS PROVÁVEL QUE BOLSONARO PERCA AS ELEIÇÕES"

 


Em sua primeira entrevista desde que foi preso, o publicitário João Santana, ex-marqueteiro dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, fez previsões sobre a próxima disputa pelo Palácio do Planalto, em 2022. "É muito mais provável que Bolsonaro perca as eleições", afirmou Santana, que foi entrevistado pelo programa Roda Viva, da TV Cultura, na noite desta segunda-feira (26/10).

 

"Se as esquerdas se unirem em torno de Ciro Gomes, ele pode ser um candidato extremamente viável", comentou Santana, afirmando que o ex-presidente Lula seria o nome ideal de vice na chapa de esquerda: "Lula seria o melhor perfil de vice-presidente que poderia ter. (...) É imitar a solução eleitoral genial que a Cristina (Kirschner) fez na Argentina." "Mas é muito difícil isso ocorrer. "É preciso que as oposições se organizem para fazer isso acontecer", afirmou. Em caso do PT lançar candidato, Santana defende que o ex-governador Jaques Wagner deve ser com o cabeça da chapa, com Lula como vice. "É o ideal."

 

"Bolsonaro é um fenômeno eleitoral, sim, mas ele não contrariou todas as lógicas de campanha. A campanha de 2018 é que contrariou todas as lógicas da história política eleitoral brasileira", cravou João Santana, ao analisar a vitória do presidente Jair Bolsonaro nas urnas.

 

Durante a entrevista, Santana também fez uma revelação. Disse que enfrentou um câncer no estômago logo após fazer a delação premiada e teve que passar por uma cirurgia no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. "Vou fazer uma revisão amanhã (terça-feira)", disse Santana. "Essa queda da fama para a infâmia é um buraco tão profundo, nem sei se tem fundo. (...) Mas, por outro lado, é muito rico em descobertas e redescobertas."

*Correio Brasiliense

Terça-feira, 27 de outubro, 2020 ás 11:00


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26 outubro, 2020

COM MENOS DE 1% DOS CANDIDATOS CONCENTRAM 80% DOS FUNDOS PÚBLICOS DE CAMPANHA

 



A três semanas do primeiro turno das eleições municipais, os fundos eleitoral e partidário têm sido direcionados até agora, em sua maior parte, para uma parcela ínfima dos cerca de 550 mil candidatos a prefeito e vereador, apenas 0,8% do total.

 

De acordo com dados das prestações de contas parciais das eleições divulgados domingo (25/10), e compilados pela Folha, pouco mais de 50 mil concorrentes receberam de seus partidos verbas dos dois fundos para bancar suas campanhas.

 

Apesar disso, 80% do valor total liberado (R$ 646 milhões de R$ 807 milhões) foram para cerca de 4.600 candidaturas, o que representa 0,8% do total de postulantes lançado pelos partidos.

 

Terminou neste domingo o prazo para que candidatos e legendas entregassem à Justiça Eleitoral a prestação de contas parcial das suas campanhas.

 

Os recursos repassados deverão crescer até o dia da eleição, marcada para 15 de novembro, mas a priorização de “cavalos premiados” já é fonte de crise dentro das siglas.

 

Conforme a Folha mostrou na terça-feira (20), mais de um terço dos candidatos que o PSL lançou para disputar uma vaga na Câmara de Belo Horizonte divulgaram uma nota de repúdio pelo direcionamento, em detrimento dos demais, de R$ 690 mil do fundo eleitoral para a candidata a vereadora Janaina Cardoso (PSL), ex-mulher do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, cacique do partido em Minas Gerais.

 

Janaina é a sétima candidata a vereadora em todo o país a mais receber dinheiro público de campanha, até agora.

 

O campeão de recebimento de recursos públicos a essa altura da disputa é o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), candidato à reeleição, com R$ 7,8 milhões declarados.

 

Desse total, R$ 5 milhões foram direcionados pelo próprio PSDB. O restante, por legendas coligadas —R$ 2 milhões do Podemos, R$ 700 mil do MDB e R$ 117 mil do PP.

 

Logo atrás de Covas, no ranking nacional, aparece o candidato do DEM à Prefeitura de Salvador, Bruno Reis, que disputa a sucessão ao cargo ocupado hoje pelo presidente nacional da sigla, ACM Neto.

 

Reis, que é vice de Neto na prefeitura, recebeu R$ 7,7 milhões, sendo R$ 3,5 milhões do DEM e os demais valores das cotas do Fundo Eleitoral de quatro partidos coligados —R$ 2,7 milhões do PL, R$ 630 mil do PSL, R$ 500 mil do PDT e R$ 350 mil do Republicanos.

 

O DEM também está no topo quando se trata das campanhas de vereadores. Os campeões em recebimento de verba pública, que reúnem cifras maiores do que as direcionadas à maioria dos candidatos a prefeito no país, são Milton Leite (DEM) e Abou Anni Filho (PSL), que disputam vaga na Câmara de São Paulo. O primeiro recebeu R$ 2,2 milhões do partido. O segundo, R$ 2 milhões.

 

O que mais recebeu verba pública de campanha com dinheiro vindo exclusivamente do seu partido é o deputado federal João Campos (PSB-PE), filho do ex-governador e ex-presidente do PSB Eduardo Campos, morto em um acidente aéreo em 2014.

 

Candidato à Prefeitura do Recife, Campos recebeu R$ 7,5 milhões do fundo eleitoral do PSB, praticamente o teto do limite legal de gastos no primeiro turno na capital pernambucana e 7% da verba a que o partido tem direito para financiar a campanha de todos os seus candidatos a prefeito e vereador no país.

 

Apesar de seguir a tendência de quase todas as siglas de extrema canalização do repasse dos recursos a poucos candidatos, o PSB está até agora, proporcionalmente, entre os menos concentradores — 3.286 (12,4% do total) de seus mais de 26 mil candidatos já receberam dinheiro dos fundos eleitoral ou partidário.

 

O presidente nacional da sigla, Carlos Siqueira, afirma que a verba para o Recife reflete o desempenho do partido em Pernambuco nas eleições para deputado federal em 2018, quando o filho de Eduardo Campos foi o deputado mais votado da história do estado. O grosso da definição sobre quanto cada partido recebe de dinheiro público é definido na proporção de seu desempenho na eleição para a Câmara dos Deputados.

 

Sobre os demais candidatos, Siqueira afirma que a decisão cabe às direções estaduais, que também estão recebendo a cota proporcional ao desempenho de 2018.

 

Logo abaixo de Campos, os candidatos que figuram no topo do ranking até o momento são o ex-ministro Alfredo Nascimento (PL), candidato à Prefeitura de Manaus, com R$ 6 milhões, e os candidatos a prefeito Alexandre Kalil (PSD, Belo Horizonte), com R$ 4,9 milhões, e Jilmar Tatto (PT, R$ 4,8 milhões).

 

Desde 2015, com a proibição no Brasil do financiamento empresarial das campanhas, a maior parte do dinheiro para bancar as candidaturas sai dos cofres públicos. Para essa disputa, são R$ 2,035 bilhões do fundo eleitoral e R$ 959 milhões do partidário, embora esse último não seja aplicado somente em eleições.

 

A análise dos repasses por partido mostra que apenas seis siglas têm, até o momento, uma distribuição das verbas públicas de campanha para mais de 15% de seus candidatos —os nanicos PCO (53%), PCB (51%) e PSTU (46%), além de PSOL (30%), Rede (20%) e PT (16%).

 

Especialmente por ter eleito a maior bancada de deputados federais em 2018, o PT é dono da maior fatia do fundo eleitoral (R$ 201 milhões).

 

No topo da lista de concentração de verba em pouquíssimas mãos está o nanico PMB (Partido da Mulher Brasileira), presidido pela candidata a prefeita do Rio Suêd Haidar.

 

Menos de 40 dos quase 3.000 candidatos do PMB receberam da sigla dinheiro público para bancar suas campanhas. A mais agraciada é a própria Haidar, que levou R$ 300 mil, um quarto de toda a verba nacional do partido.

 

O telefone de contato que consta no site do partido está desatualizado. A Folha enviou pergunta ao e-mail informado da assessoria de imprensa da sigla e para o telefone de contato informado pela candidata à Justiça Eleitoral, mas não obteve resposta.

 

Conforme a Folha mostrou, o PMB apresentou ao TSE, como comprovação do encontro em que teria decidido os critérios de repasse do fundo eleitoral aos seus candidatos, ata de reunião idêntica à entregue anteriormente pelo Solidariedade, indicando suspeita de simulação apenas para cumprimento de um requisito exigido pela legislação.

 

Entre os maiores partidos, os campeões em concentração até agora são DEM, MDB e PSDB, siglas que estão entre as que mais lançaram candidatos no país. Segundo a informação dada pelos candidatos ao TSE, menos de 7% de concorrentes dessas siglas receberam verbas dos fundos eleitoral e partidário.

 

Em nota, a assessoria de imprensa do MDB afirmou na sexta (23) que o partido já repassou 78% dos recursos (R$ 116 milhões) aos diretórios regionais, que definirão a divisão entre os candidatos.

 

“Importante destacar que houve atraso significativo na entrega dos recursos porque o MDB decidiu constituir contas bancárias específicas para controle da cota para candidatos negros. Alguns diretórios regionais só entregaram os dados nesta quinta-feira. ”

 

Também em nota, o DEM afirmou que a liberação de recursos obedece os critérios aprovados pelo partido e homologados pelo TSE e é feito “com absoluta atenção ao cumprimento da decisão do Supremo Tribunal Federal de observância à proporcionalidade de candidaturas por mulheres, negros e pardos. ”

 

Procurado na noite de sexta (23/10), o PSDB não se manifestou.

 

Por determinação do Supremo Tribunal Federal, neste ano as legendas terão que distribuir a maior parte da verba pública para candidatos negros, já que elas lançaram mais pretos e pardos (50%) do que brancos (48%).

 

De acordo com dirigentes partidários ouvidos pela Folha, a decisão foi tomada sem tempo hábil para que os partidos se preparassem. O cálculo para a divisão do dinheiro está, na maioria dos casos, sob responsabilidade das direções estaduais dos partidos.

 

*FolhaPress

Segunda-feira, 26 de outubro, 2020 ás 22:00

24 outubro, 2020

PLATAFORMA AJUDA A ESCOLHER E ACOMPANHAR VEREADORES PARA ELEIÇÕES

 


Quem já utilizou aplicativos de encontro sabe que pode ser difícil selecionar e achar a pessoa certa em meio a tantas opções. Filtrar as características de aparência e personalidade pode ser complicado. Na política, essa escolha é ainda mais desafiadora: alinhar ideias e projetos em meio a tantas promessas e discursos não seria possível sem a ajuda da tecnologia.

 

A plataforma #TemMeuVoto surgiu em 2018, quando contribuiu para que eleitores optassem por deputados estaduais, federais e senadores de acordo com assuntos prioritários, ideias, propostas de campanha e afinidade ideológica. Similar aos aplicativos de relacionamentos, mas voltada para as eleições.

 

“A plataforma é uma tecnologia para auxiliar na busca de seu candidato ideal, por afinidade de ideias”, afirmou o coordenador do projeto, André Szajman. “Para os políticos, é uma grande oportunidade de se aproximarem de seus eleitores, e demonstrarem que mereceram o seu voto. Essa atitude ativa de ambos os lados é fundamental para o fortalecimento da democracia brasileira", acrescentou.

 

A ferramenta se baseia em perguntas que auxiliam a apontar quais políticos têm ideias similares às do eleitor. Para participar dessa espécie de “Tinder eleitoral” e, possivelmente dar um match, o usuário precisa responder algumas questões, a exemplo dos temas que considera prioritários, como transporte, saúde, educação, cultura, entre outros.

 

Também são feitas algumas perguntas para ajudar a definir a orientação política do usuário. Não é necessário cadastro prévio. Após as respostas, a plataforma disponibiliza uma lista com os candidatos a vereador que mais mais se identificam com as preferências do eleitor.

 

Um clique em cada perfil apresentado mostrará mais informações sobre o candidato ou candidata: partido, minibiografia, sites oficiais, prioridades, posição ideológica. O eleitor poderá refinar a escolha e definir o sexo e a raça do candidato, de acordo com os critérios e registros oficiais do TSE. Ao final, poderá marcar seus favoritos e gerar uma espécie de "colinha eletrônica" com os seus candidatos escolhidos.

 

Mas para o “encontro” dar ainda mais certo, Szajman destaca que é necessário que os candidatos acessem o site e também respondam às perguntas, uma vez que a plataforma é colaborativa e depende de informações inseridas pelos candidatos. Inicialmente as informações do Tem Meu Voto são as disponibilizadas por fontes públicas oficiais como o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

 

Segundo Szajman, é a partir dessas respostas que o programa do #TemMeuVoto lista para os eleitores os candidatos mais alinhados com o perfil de cada um. Ele avalia ainda que a ferramenta pode ajudar a dar mais visibilidade para as candidaturas pequenas, sem muita estrutura ou apoio partidário.

 

“Acredito que os candidatos não deveriam perder a oportunidade de preencher a plataforma. Ela é muito boa para um candidato pequeno, uma pessoa que não ia aparecer no radar. Essa ferramenta tem um fator importante de inclusão. De fato, é necessário aumentar a representatividade nos parlamentos de negros, mulheres, de minorias”, afirmou Szajman.

 

Outro ponto importante é que sempre vale a pena pesquisar mais sobre o candidato, não ficando restrito apenas aos resultados apresentados pela plataforma. Uma das justificativas é que como não há um “controle” sobre as respostas de cada candidato, alguns podem se aproveitar da ferramenta para mostrar um perfil que não corresponde ao seu de fato, a exemplo de um candidato de direita que finge ser de esquerda para atingir outra faixa de eleitores.

 

“A gente discutiu muito esse ponto, mas a verdade é que a gente não tem fazer essa avaliação [de cada resposta]. A gente tem que considerar que a resposta sempre parte da honestidade do político”, disse Szajman. “Espero que esses que eventualmente tenham esse tipo de atitude sejam dispensados pelos eleitores, esperamos que os candidatos sejam mais honestos”, afirmou.

 

Nas eleições de 2018, a plataforma teve 34 milhões de acessos e 1,5 milhão de escolhas por afinidade (matches). Nas eleições municipais deste ano, a expectativa é dobrar estes números. Desde que a plataforma foi ao ar, há cerca de duas semanas, já foram mais de 500 mil acessos. (ABr)

Sábado, 24 de outubro, 2020 ás 19:00