Liberdade de expressão

“É fácil submeter povos livres: basta retirar – lhes o direito de expressão”. Marechal Manoel Luís Osório, Marquês do Erval -15 de abril de 1866

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27 outubro, 2020

ALVOS DA LEI DA FICHA LIMPA, MAIS DE MIL CANDIDATOS NÃO VÃO DISPUTAR AS ELEIÇÕES

 

Mais de mil candidatos nas eleições municipais de 2020 tiveram suas candidaturas indeferidas por serem enquadrados na Lei da Ficha Limpa. A norma, que foi aprovada em 2010, impede que pessoas com condenações transitadas em julgado, quando não existem mais possibilidades de recursos, não podem concorrer a cargos públicos.

Segundo levantamento do portal UOL, a maioria dos que tiveram suas candidaturas indeferidas são candidatos a vereador. Eles somam uma fatia de 840 candidatos, sendo que os demais são candidatos a prefeito (115) e vice-prefeito (46). Os dados constam da base de registros no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com as candidaturas indeferidas.

 

Há pelo menos dez crimes diferentes que se enquadram na lei na Lei da Ficha Limpa. Entre eles estão crime como lavagem de bens, tráfico de drogas, racismo, tortura, terrorismo e até aqueles cometidos contra a vida e a dignidade sexual.

 

O estado de São Paulo lidera com 202 políticos enquadrados na Ficha Limpa. Na sequência veem Minas Gerais (116) e Paraná (78). Já os outros estados têm menos de 50 candidatos nesta situação.

 

Entre os partidos, o MDB lidera em candidatos indeferidos pela legislação. São 76 políticos. O partido é seguido por PSD (74), PL (73), DEM (66), Republicanos (62), Podemos, PSB e PP (52 cada um) e PSDB (51). As outras siglas têm menos de 50 candidatos enquadrados na lei.

(iG Último Segundo)

Terça-feira, 27 de outubro, 2020 ás 21:30


 

"É MUITO MAIS PROVÁVEL QUE BOLSONARO PERCA AS ELEIÇÕES"

 


Em sua primeira entrevista desde que foi preso, o publicitário João Santana, ex-marqueteiro dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, fez previsões sobre a próxima disputa pelo Palácio do Planalto, em 2022. "É muito mais provável que Bolsonaro perca as eleições", afirmou Santana, que foi entrevistado pelo programa Roda Viva, da TV Cultura, na noite desta segunda-feira (26/10).

 

"Se as esquerdas se unirem em torno de Ciro Gomes, ele pode ser um candidato extremamente viável", comentou Santana, afirmando que o ex-presidente Lula seria o nome ideal de vice na chapa de esquerda: "Lula seria o melhor perfil de vice-presidente que poderia ter. (...) É imitar a solução eleitoral genial que a Cristina (Kirschner) fez na Argentina." "Mas é muito difícil isso ocorrer. "É preciso que as oposições se organizem para fazer isso acontecer", afirmou. Em caso do PT lançar candidato, Santana defende que o ex-governador Jaques Wagner deve ser com o cabeça da chapa, com Lula como vice. "É o ideal."

 

"Bolsonaro é um fenômeno eleitoral, sim, mas ele não contrariou todas as lógicas de campanha. A campanha de 2018 é que contrariou todas as lógicas da história política eleitoral brasileira", cravou João Santana, ao analisar a vitória do presidente Jair Bolsonaro nas urnas.

 

Durante a entrevista, Santana também fez uma revelação. Disse que enfrentou um câncer no estômago logo após fazer a delação premiada e teve que passar por uma cirurgia no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. "Vou fazer uma revisão amanhã (terça-feira)", disse Santana. "Essa queda da fama para a infâmia é um buraco tão profundo, nem sei se tem fundo. (...) Mas, por outro lado, é muito rico em descobertas e redescobertas."

*Correio Brasiliense

Terça-feira, 27 de outubro, 2020 ás 11:00


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26 outubro, 2020

COM MENOS DE 1% DOS CANDIDATOS CONCENTRAM 80% DOS FUNDOS PÚBLICOS DE CAMPANHA

 



A três semanas do primeiro turno das eleições municipais, os fundos eleitoral e partidário têm sido direcionados até agora, em sua maior parte, para uma parcela ínfima dos cerca de 550 mil candidatos a prefeito e vereador, apenas 0,8% do total.

 

De acordo com dados das prestações de contas parciais das eleições divulgados domingo (25/10), e compilados pela Folha, pouco mais de 50 mil concorrentes receberam de seus partidos verbas dos dois fundos para bancar suas campanhas.

 

Apesar disso, 80% do valor total liberado (R$ 646 milhões de R$ 807 milhões) foram para cerca de 4.600 candidaturas, o que representa 0,8% do total de postulantes lançado pelos partidos.

 

Terminou neste domingo o prazo para que candidatos e legendas entregassem à Justiça Eleitoral a prestação de contas parcial das suas campanhas.

 

Os recursos repassados deverão crescer até o dia da eleição, marcada para 15 de novembro, mas a priorização de “cavalos premiados” já é fonte de crise dentro das siglas.

 

Conforme a Folha mostrou na terça-feira (20), mais de um terço dos candidatos que o PSL lançou para disputar uma vaga na Câmara de Belo Horizonte divulgaram uma nota de repúdio pelo direcionamento, em detrimento dos demais, de R$ 690 mil do fundo eleitoral para a candidata a vereadora Janaina Cardoso (PSL), ex-mulher do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, cacique do partido em Minas Gerais.

 

Janaina é a sétima candidata a vereadora em todo o país a mais receber dinheiro público de campanha, até agora.

 

O campeão de recebimento de recursos públicos a essa altura da disputa é o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), candidato à reeleição, com R$ 7,8 milhões declarados.

 

Desse total, R$ 5 milhões foram direcionados pelo próprio PSDB. O restante, por legendas coligadas —R$ 2 milhões do Podemos, R$ 700 mil do MDB e R$ 117 mil do PP.

 

Logo atrás de Covas, no ranking nacional, aparece o candidato do DEM à Prefeitura de Salvador, Bruno Reis, que disputa a sucessão ao cargo ocupado hoje pelo presidente nacional da sigla, ACM Neto.

 

Reis, que é vice de Neto na prefeitura, recebeu R$ 7,7 milhões, sendo R$ 3,5 milhões do DEM e os demais valores das cotas do Fundo Eleitoral de quatro partidos coligados —R$ 2,7 milhões do PL, R$ 630 mil do PSL, R$ 500 mil do PDT e R$ 350 mil do Republicanos.

 

O DEM também está no topo quando se trata das campanhas de vereadores. Os campeões em recebimento de verba pública, que reúnem cifras maiores do que as direcionadas à maioria dos candidatos a prefeito no país, são Milton Leite (DEM) e Abou Anni Filho (PSL), que disputam vaga na Câmara de São Paulo. O primeiro recebeu R$ 2,2 milhões do partido. O segundo, R$ 2 milhões.

 

O que mais recebeu verba pública de campanha com dinheiro vindo exclusivamente do seu partido é o deputado federal João Campos (PSB-PE), filho do ex-governador e ex-presidente do PSB Eduardo Campos, morto em um acidente aéreo em 2014.

 

Candidato à Prefeitura do Recife, Campos recebeu R$ 7,5 milhões do fundo eleitoral do PSB, praticamente o teto do limite legal de gastos no primeiro turno na capital pernambucana e 7% da verba a que o partido tem direito para financiar a campanha de todos os seus candidatos a prefeito e vereador no país.

 

Apesar de seguir a tendência de quase todas as siglas de extrema canalização do repasse dos recursos a poucos candidatos, o PSB está até agora, proporcionalmente, entre os menos concentradores — 3.286 (12,4% do total) de seus mais de 26 mil candidatos já receberam dinheiro dos fundos eleitoral ou partidário.

 

O presidente nacional da sigla, Carlos Siqueira, afirma que a verba para o Recife reflete o desempenho do partido em Pernambuco nas eleições para deputado federal em 2018, quando o filho de Eduardo Campos foi o deputado mais votado da história do estado. O grosso da definição sobre quanto cada partido recebe de dinheiro público é definido na proporção de seu desempenho na eleição para a Câmara dos Deputados.

 

Sobre os demais candidatos, Siqueira afirma que a decisão cabe às direções estaduais, que também estão recebendo a cota proporcional ao desempenho de 2018.

 

Logo abaixo de Campos, os candidatos que figuram no topo do ranking até o momento são o ex-ministro Alfredo Nascimento (PL), candidato à Prefeitura de Manaus, com R$ 6 milhões, e os candidatos a prefeito Alexandre Kalil (PSD, Belo Horizonte), com R$ 4,9 milhões, e Jilmar Tatto (PT, R$ 4,8 milhões).

 

Desde 2015, com a proibição no Brasil do financiamento empresarial das campanhas, a maior parte do dinheiro para bancar as candidaturas sai dos cofres públicos. Para essa disputa, são R$ 2,035 bilhões do fundo eleitoral e R$ 959 milhões do partidário, embora esse último não seja aplicado somente em eleições.

 

A análise dos repasses por partido mostra que apenas seis siglas têm, até o momento, uma distribuição das verbas públicas de campanha para mais de 15% de seus candidatos —os nanicos PCO (53%), PCB (51%) e PSTU (46%), além de PSOL (30%), Rede (20%) e PT (16%).

 

Especialmente por ter eleito a maior bancada de deputados federais em 2018, o PT é dono da maior fatia do fundo eleitoral (R$ 201 milhões).

 

No topo da lista de concentração de verba em pouquíssimas mãos está o nanico PMB (Partido da Mulher Brasileira), presidido pela candidata a prefeita do Rio Suêd Haidar.

 

Menos de 40 dos quase 3.000 candidatos do PMB receberam da sigla dinheiro público para bancar suas campanhas. A mais agraciada é a própria Haidar, que levou R$ 300 mil, um quarto de toda a verba nacional do partido.

 

O telefone de contato que consta no site do partido está desatualizado. A Folha enviou pergunta ao e-mail informado da assessoria de imprensa da sigla e para o telefone de contato informado pela candidata à Justiça Eleitoral, mas não obteve resposta.

 

Conforme a Folha mostrou, o PMB apresentou ao TSE, como comprovação do encontro em que teria decidido os critérios de repasse do fundo eleitoral aos seus candidatos, ata de reunião idêntica à entregue anteriormente pelo Solidariedade, indicando suspeita de simulação apenas para cumprimento de um requisito exigido pela legislação.

 

Entre os maiores partidos, os campeões em concentração até agora são DEM, MDB e PSDB, siglas que estão entre as que mais lançaram candidatos no país. Segundo a informação dada pelos candidatos ao TSE, menos de 7% de concorrentes dessas siglas receberam verbas dos fundos eleitoral e partidário.

 

Em nota, a assessoria de imprensa do MDB afirmou na sexta (23) que o partido já repassou 78% dos recursos (R$ 116 milhões) aos diretórios regionais, que definirão a divisão entre os candidatos.

 

“Importante destacar que houve atraso significativo na entrega dos recursos porque o MDB decidiu constituir contas bancárias específicas para controle da cota para candidatos negros. Alguns diretórios regionais só entregaram os dados nesta quinta-feira. ”

 

Também em nota, o DEM afirmou que a liberação de recursos obedece os critérios aprovados pelo partido e homologados pelo TSE e é feito “com absoluta atenção ao cumprimento da decisão do Supremo Tribunal Federal de observância à proporcionalidade de candidaturas por mulheres, negros e pardos. ”

 

Procurado na noite de sexta (23/10), o PSDB não se manifestou.

 

Por determinação do Supremo Tribunal Federal, neste ano as legendas terão que distribuir a maior parte da verba pública para candidatos negros, já que elas lançaram mais pretos e pardos (50%) do que brancos (48%).

 

De acordo com dirigentes partidários ouvidos pela Folha, a decisão foi tomada sem tempo hábil para que os partidos se preparassem. O cálculo para a divisão do dinheiro está, na maioria dos casos, sob responsabilidade das direções estaduais dos partidos.

 

*FolhaPress

Segunda-feira, 26 de outubro, 2020 ás 22:00