Militares
das Forças Armadas vão reforçar a segurança da Penitenciária Federal em
Brasília. O emprego das Forças Armadas na operação de Garantia da Lei e da
Ordem (GLO) para proteger o perímetro do presídio de segurança máxima foi
pedido pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública e autorizado por meio do Decreto nº 10.233, publicado no Diário Oficial da União
de sexta-feira (7/02).
Assinado
pelo presidente Jair Bolsonaro e pelos ministros da Justiça e Segurança
Pública, Sergio Moro; da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, e do Gabinete da
Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, Augusto Heleno, o
decreto prevê que o reforço militar se estenderá de hoje (7/02) a 6 de maio.
Embora
a gestão de todo o sistema penitenciário federal seja de responsabilidade do
Ministério da Justiça e Segurança Pública, por meio do Departamento
Penitenciário Nacional (Depen), caberá ao Ministério da Defesa definir a forma
como os militares serão empregados. Por razões estratégicas, os órgãos
envolvidos não informam o número de agentes envolvidos na ação.
Em
nota, o Ministério da Justiça e Segurança Pública informa que a ação tem
caráter preventivo e se soma a uma série de medidas conjuntas que vêm sendo
adotadas para “manter elevado nível de segurança do local onde estão isolados
integrantes de organizações criminosas”.
Inaugurada
em outubro de 2018, a Penitenciária Federal em Brasília abriga alguns dos
presos mais perigosos do Brasil, como o líder da facção criminosa Primeiro
Comando da Capital (PCC), Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola. Ele foi
transferido da Penitenciária Federal de Porto Velho para a capital federal em
março de 2019. Antes, Marcola já tinha passado pelo presídio estadual de
Presidente Venceslau, no interior de São Paulo, de onde foi retirado após
promotores do Ministério Público de São Paulo afirmarem que membros do PCC
planejavam resgatá-lo.
Desde
que Marcola chegou ao Distrito Federal, de tempos em tempos ressurgem as
notícias sobre bandidos planejarem soltá-lo. Em 20 de dezembro, o site
jornalístico Metrópoles noticiou que os ministérios da Justiça e Segurança
Pública e da Defesa tinham “intensificado” a segurança do complexo, deixando
veículos militares blindados e soldados de prontidão ao redor do
estabelecimento penal porque investigadores paulistas tinham descoberto um novo
plano para tentar tirar Marcola da unidade de segurança máxima.
Na
ocasião, o Ministério da Justiça informou que o aparato militar montado ao
redor do presídio federal fazia parte dos cuidados necessários à execução de
uma obra para fortificar as estruturas da penitenciária. O ministério lembrou
que, na véspera da publicação da notícia, Depen
divulgou uma nota explicando
a razão do cerco militar.
“A
pedido do Ministério da Justiça e Segurança Pública e do Departamento
Penitenciário Nacional (Depen), com o aval do Ministério da Defesa, a
Engenharia do Exército Brasileiro está realizando obras de fortificação das
estruturas da Penitenciária Federal em Brasília. Tropas do Comando Militar do
Planalto estão na Penitenciária Federal em Brasília realizando trabalhos
técnicos de Engenharia apoiados por tropas de segurança”, informava a nota de
19 de dezembro.
No
entanto, no dia 7 de janeiro, a Polícia Civil do Distrito Federal deflagrou a
Operação Guardiã 61 para desarticular uma suposta célula do PCC que, segundo os
investigadores locais, atuaria na capital do país. Durante entrevista à
imprensa, delegados admitiram receber frequentes alertas sobre a possibilidade
de criminosos tentarem resgatar Marcola. O delegado Guilherme Melo, da Divisão
de Repressão a Facções Criminosas (Difac) do Distrito Federal, chegou a
reconhecer que a presença de líderes do PCC na capital federal exige mais
atenção com a segurança dos estabelecimentos penais.
“O
Distrito Federal passa por uma mudança no que diz respeito às atividades de
facções porque aqui passa a abrigar a cúpula destes faccionados, o que traz a
necessidade de estrutura para que eles possam continuar com suas atividades”,
disse Melo. (ABr)
Sexta-feira,
07 de fevereiro, 2020 ás 11:20