O
assessor parlamentar Leonardo Rodrigues de Jesus, o Leo Índio, primo dos filhos
do presidente Jair Bolsonaro, virou uma espécie de “espião voluntário” do
governo. Nos primeiros quatro meses da gestão do tio, Léo Índio elaborou
dossiês informais de “infiltrados e comunistas” nas estruturas federais nos
Estados.
Os
relatórios começaram a ser feitos de maneira unilateral, sem nenhum pedido
oficial do Palácio do Planalto ou da família Bolsonaro, quase sempre de maneira
amadora. Leo Índio cruza dados abertos da estrutura federal nos Estados com
notícias de jornais e de colunas, para tentar identificar a quem o servidor
comissionado está ligado.
O
primo dos Bolsonaro já viajou a pelo menos três Estados – Maranhão, Bahia e
Minas – nos primeiros meses do ano catalogando “alvos incompatíveis” com a
administração federal. Coincidentemente, três Estados que estão ou estiveram
sob domínio de “comunistas” do PT e do PCdoB.
Durante
as viagens, Leo dedicou parte do seu tempo a reuniões políticas com militantes
do PSL e apoiadores do presidente. Foi depois de um encontro desses que surgiu
o nome da ex-deputada estadual Maura Jorge (PSL), no Maranhão, que passou a
comandar a Superintendência da Funasa no Estado, órgão historicamente ligado à
família Sarney. Pelas redes sociais, Maura Jorge agradeceu.
“Dias
atrás, informei a vocês sobre o convite que o presidente Jair Bolsonaro me fez
para compor seu governo. Hoje, fico honrada em anunciar que decidi aceitar essa
missão, assumindo o comando da Funasa no Maranhão, pois tenho a certeza de que,
desse modo, vamos poder fazer ainda mais pelo progresso do nosso Estado e do
povo maranhense. Meus agradecimentos ao presidente da Funasa, Ronaldo Nogueira,
Léo Índio, sobrinho do presidente Jair Bolsonaro; à dra. Edna e ao Luís Vannuci
pelo carinho e confiança”, escreveu Maura.
Léo
Índio ganhou notoriedade por possuir carta branca para entrar no Palácio do
Planalto. Nos primeiros 45 dias de Bolsonaro, esteve 58 vezes no Planalto. Com
35 anos, foi estudante de Administração e ocupa o cargo de assessor parlamentar
do senador Chico Rodrigues (DEM-RR), vice-líder do governo, com o salário de R$
22.943,73. Questionado sobre sua atuação no governo, limitou-se a dizer que
está “focado nas missões que o senador (Chico Rodrigues) designou”. As
informações são do jornal O Estado de S.
Paulo.
Terça-feira,
16 de julho, 2019 ás 00:05