Liberdade de expressão

“É fácil submeter povos livres: basta retirar – lhes o direito de expressão”. Marechal Manoel Luís Osório, Marquês do Erval -15 de abril de 1866

Seja nosso seguidor

Seguidores

05 julho, 2019

Lula entra em desespero



Quando o ex-ministro da Fazenda Luiz Carlos Bresser-Pereira visitou Lula na cadeia em Curitiba, no último dia 19 de maio, ele publicou um texto no Twitter dizendo que o ex-presidente estava “em ótima forma física e psíquica” e que o projeto dele era casar-se quando saísse da prisão. Muita gente acreditou que ele estava realmente feliz e logo os holofotes se voltaram para a socióloga Rosângela Silva, a Janja, sua noiva. Os dois pombinhos namoravam alegremente na cela da PF do Paraná. Mas, agora sabe-se que a felicidade de Lula era farsesca. Na verdade, o ex-presidente está desesperado. Depois de 14 meses atrás das grades, ele não aguenta mais ficar preso. Está enlouquecendo. Teme envelhecer na cadeia. Há dez dias, quando o STF analisou o pedido de habeas corpus de seus advogados para colocá-lo em liberdade, ele até acreditou que poderia ser solto. Com uma nova decisão contrária na Justiça, o desalento atingiu o ponto mais alto em seus níveis de tensão e ansiedade. “Bateu o pânico em Lula”, dizem amigos próximos.

Razões para isso existem de sobra. Na semana que vem, o juiz Luiz Antonio Bonat, substituto de Sergio Moro na 13ª Vara Federal de Curitiba, deverá impor nova condenação a Lula, desta vez no caso do recebimento de propinas da Odebrecht na compra de um terreno para o Instituto Lula e de uma cobertura ao lado da sua em São Bernardo do Campo, no valor de quase R$ 13 milhões. O petista pode pegar outros 12 anos de cadeia, o que pode minar de vez sua resistência psicológica. Para agosto, está marcada a continuidade do julgamento do habeas corpus em seu favor, sob a alegação da suspeição do ex-juiz Sergio Moro no julgamento do tríplex do Guarujá, mas os últimos acontecimentos no caso dos vazamentos criminosos dos diálogos dos magistrados da Lava Jato acabaram virando um tiro no pé dos defensores do ex-presidente. Afinal, as conversas não comprometeram a imparcialidade de Moro e o episódio pouco ajudará na formação dos argumentos que podem levar os ministros do STF a decidirem se soltam ou mantêm Lula preso. Esse julgamento, iniciado em dezembro, já está 2 a 0 contra o ex-presidente (votos de Cármen Lúcia e Edson Fachin). Faltam ainda os votos de Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Celso de Mello. Gilmar e Lewandowski devem votar a favor de Lula. A dúvida ainda reside sobre a posição de Mello. No julgamento do HC do ex-presidente há dez dias, o decano votou por manter o petista encarcerado.

Em carta à “Folha de S.Paulo” na quarta-feira 3, no entanto, Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, aniquilou a tese da defesa do petista: confirmou que as obras no tríplex do Guarujá e no Sítio de Atibaia foram mesmo parte da propina recebida pelo PT. “Combinei com João Vaccari (tesoureiro do PT) que todos os custos do tríplex e do sítio seriam descontados da propina nos contratos entre a OAS e a Petrobras”, afirmou Pinheiro.

Outra esperança, a votação no STF sobre a prisão após condenação em segunda instância, também parece esvair-se. O presidente da Corte, Dias Toffoli, disse na semana passada que fechou a pauta do ano e o assunto não foi contemplado. “Pode até haver uma janela para discutir o tema, mas ele não está na pauta”, disse ele, que tende a deixar a questão para 2020. A decisão do ministro renovou sua frustração.

GEBRAN Não deve aliviar

O pior ainda está por vir. No segundo semestre, Lula deve receber uma nova sentença em segunda instância. É que no último dia 15 de maio chegou ao Tribunal Regional Federal da 4a Região o recurso para revisão da condenação à qual foi submetido no caso do Sítio de Atibaia. Em fevereiro, a juíza Gabriela Hardt, da 13a Vara Federal, o condenou a 12 anos e 11 meses de cadeia por ter recebido propinas da OAS e Odebrecht para a reforma do local. O MPF apelou ao TRF-4 pedindo aumento da pena de Lula. O destino está nas mãos do desembargador João Pedro Gebran Neto, relator do processo no TRF-4. Gebran é tido como linha dura e, no julgamento do tríplex, foi o responsável por aumentar da pena do petista de 9 anos e 6 meses para 12 anos e 1 mês.

Como o TRF-4 trabalha com rapidez na análise desses recursos (no caso do tríplex o processo levou apenas seis meses tramitando), é possível que até novembro Lula amargue mais uma condenação em segunda instância. Assim sendo, mesmo que consiga a hipotética liberdade em agosto, terá que voltar para a cadeia três meses depois para cumprir uma nova pena de quase 13 anos atrás das grades. Como ele está com 73 anos, pode sair da prisão com 86 anos. É o que o atormenta.

O ex-presidente petista pode ficar na prisão até os 86 anos de idade, se for condenado de novo (IstoÉ)

 Sexta-feira, 05   de julho, 2019 ás 18:00



 


04 julho, 2019

Comissão aprova texto-base da reforma da Previdência



Os deputados que integram a comissão especial da reforma da Previdência (PEC 6/19) na Câmara dos Deputados aprovaram na tarde de quinta-feira (4/07) o parecer do relator, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP). O placar foi 36 votos a favor e 13 contra o relatório.

Os parlamentares vão se debruçar agora sobre os 19 destaques de bancadas e 88 individuais com sugestões de mudanças ao texto-base.

Os deputados da base governista apontaram a necessidade de reformar a previdência para reverter o déficit no sistema de aposentadorias e pensões. Para os favoráveis à PEC, a reforma vai trazer de volta a geração de emprego e renda na economia brasileira.

De acordo com o líder do Podemos, deputado José Nelto (GO), a reforma é necessária para que o governo não atrase salários e aposentarias. “O país está quebrado, estados e municípios estão quebrados e agora a iniciativa privada está indo para a quebradeira”.

A oposição considera que a reforma vai desmontar o sistema de previdência social e será mais dura com os mais pobres. Segundo o líder do PSOL, deputado Ivan Valente (SP), a PEC vai afetar o sistema de proteção social, sobretudo de quem ganha até quatro salários mínimos.

Ivan Valente lembrou que o elevado desemprego e a grande informalidade no país dificultam a contribuição previdenciária dos trabalhadores. “Essa reforma é recessiva, vai tirar R$ 1 trilhão de circulação da economia brasileira. Não há consumo, o comércio e a indústria vão mal”.

Nova versão

Em seu novo voto complementar, lido quarta-feira (3/07), Samuel Moreira manteve as regras para as aposentadorias dos policiais que atuam na esfera federal. As categorias, que incluem policiais federais e legislativos, se aposentarão aos 55 anos de idade, com 30 anos de contribuição e 25 anos de exercício efetivo na carreira, independentemente de distinção de sexo.

Em seu novo texto, Moreira recuou da permissão para que estados e municípios aumentem a contribuição dos servidores públicos locais para cobrir os rombos nos regimes próprios de Previdência. A possibilidade constava do relatório apresentado na terça-feira (2) pelo relator.

Com a desistência, os estados e os municípios voltam a ficar integralmente fora da reforma da Previdência. Caberá às Assembleias Legislativas estaduais e às Câmaras Municipais aprovar a validade da reforma para os governos locais, assim como o aumento das alíquotas dos servidores sob sua alçada.

Principal ferramenta para elevar a arrecadação da seguridade social e cobrir parte do rombo da Previdência, o aumento da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) de 15% para 20% será restrito a bancos médios e grandes. A modificação constou do novo voto complementar do relator da reforma da Previdência na comissão especial da Câmara.

O texto anterior, lido na terça-feira (2), previa que a elevação da alíquota valeria para todas as instituições financeiras, exceto a B3 (antiga Bolsa de Valores de São Paulo). As cooperativas de crédito haviam sido beneficiadas com aumento menor, para 17%. (ABr)

Quinta-feira, 04   de julho, 2019 ás 18:00