O
jornal britânico Financial Times deu destaque terça-feira(6/12), ao afastamento
do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). “A Suprema Corte do Brasil
afastou na segunda-feira o chefe do Senado, Renan Calheiros, depois de ele ter
se tornado suspeito em um caso de corrupção, aumentando a incerteza política no
País”, diz a publicação.
De
acordo com o periódico, a suspensão do “poderoso líder político”, que presidiu
o processo de impeachment no Senado da ex-presidente Dilma Rousseff em agosto,
coloca em xeque o calendário de uma agenda crucial de reforma fiscal na Casa,
que está sendo proposta pelo presidente Michel Temer.
Renan
é apontado como uma figura-chave do partido de Temer, que tenta aprovar uma lei
controversa para congelar os gastos fiscais em termos reais por até 20 anos. A
reportagem lembra que a votação final sobre a legislação, cuja perspectiva
levou os mercados a subir nos últimos meses, deve ser divulgada na próxima
semana.
O
FT cita que hoje o presidente deveria apresentar ao Congresso um projeto ainda
mais desafiador, da reforma do sistema previdenciário, considerado
“supergeneroso” no Brasil. Renan ainda pode recorrer da decisão. Para o
Financial Times, a suspensão em um momento crucial da agenda legislativa é um
golpe para o presidente.
O
periódico relembra que o afastamento marca a terceira vez que uma figura-chave
na sucessão democrática do Brasil foi removida do cargo este ano. A primeira a
ser retirada foi Dilma, seguida pelo poderoso ex-presidente da Câmara, Eduardo
Cunha (PMDB-RJ), que agora está em prisão preventiva em um caso de corrupção na
estatal petroleira Petrobrás.
Já
Renan se tornou suspeito em um caso de corrupção no qual ele teria feito
pagamentos fraudulentos usando dinheiro dado por uma empresa de construção
civil. Ele nega.
O
então presidente do Senado, relata ainda o FT, foi visto como o líder de uma
iniciativa surpresa no Congresso na semana passada para introduzir medidas para
combater o “abuso de autoridade”, no qual a Casa procurou tornar os promotores
e juízes sujeitos a julgamento por perseguir suspeitos. “O movimento foi visto
como uma tentativa mal disfarçada pelo Congresso de se proteger do crescente
caso da Petrobras, que ameaça implicar políticos em todo o espectro político.”
Essa
ação, trouxe a reportagem, fez os brasileiros voltarem às ruas no fim de semana
no maior protesto no País desde o impeachment de Dilma Rousseff. (A/E)
Terça-feira,
06 de dezembro de 2016
PREFEITO ELEITO DE OSASCO É
ALVO DE OPERAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO
O
Ministério Público de São Paulo deflagrou mais uma fase da operação
Caça-Fantasmas, na manhã de terça-feira (6/12), em Osasco, na Grande São Paulo.
Foi pedida a prisão preventiva do prefeito eleito de Osasco, o vereador Rogério
Lins (PTN), mas ele não foi localizado na sua residência porque estaria
viajando.
Outros
onze vereadores da cidade foram presos. No total, foram expedidos 14 mandados
de prisão contra vereadores de Osasco.
A
operação foi deflagrada em agosto de 2015 com o objetivo de desestruturar um
esquema de funcionários fantasmas e captação de dinheiro de parte do salário
dos assessores dos vereadores.
Desde
o início da operação, 73 mandados de busca foram cumpridos. A denúncia foi
oferecida nesta semana contra 217 pessoas, entre vereadores, assessores e
fantasmas.
Mais
de 200 pessoas foram afastadas de seus cargos cautelarmente pela Justiça, a
pedido do Ministério Público de São Paulo. Segundo estimativa do Grupo de
Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Osasco, coordenado
pelo promotor de Justiça Gustavo Albano, o esquema desviou R$ 21 milhões.
Rogério
Lins (PTN) foi eleito prefeito de Osasco para os próximos quatro anos, mas só
assume em janeiro. Com 91% das seções apuradas, Lins teve 218.779 votos
(61,21%). O atual prefeito Jorge Lapas (PDT) teve 138.625 votos (ou 38,79%).
(A/E)
Terça-feira,
06 de dezembro de 2016