O
ex-juiz Sérgio Moro decidiu pedir demissão do cargo de ministro da Justiça e
Segurança Pública. Ele convocou a imprensa para um “pronunciamento”, às 11h,
que iniciou historiando diversas tentativas, nos últimos anos, de interferências
políticas na Polícia Federal.
Disse
que teve apoio do presidente da República nos diversos programas, mas, segundo
ele, desde o segundo semestre de 2019, Jair Bolsonaro passou a pressionar pela
substituição do diretor geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, após
determinar a demissão do superintendente da instituição no Rio de Janeiro.
Moro
afirmou que sai do cargo porque perdeu as condições de preservar a autonomia da
PF. “Eu não tinha como aceitar essa substituição”, disse ele, informando
inclusive que a demissão de Valeixo tenha sido “a pedido”. Moro denunciou que
não assinou o ato, como informa a publicação no Diário Oficial.
Ele
também lembrou que lhe foi prometida autonomia pelo então presidente eleito
Jair Bolsonaro, no momento em que o convidou a assumir o cargo, para a
composição de todos os quadros de assessoramento, incluindo a direção da PF.
Moro
revelou também que a única condição que impôs para aceitar o convite foi a de
que, se algo lhe ocorresse, no combate à corrupção e ao crime organizado, sua
família não ficasse desamparada sem uma pensão para seu sustento.
*DP
Sexta-feira,
24 de Abril, 2020 ás 11:14