Faltam
dois dias para o fim do mandato de Agnelo Queiroz (PT) e infelizmente a herança
que Rodrigo Rollemberg (PSBD) vai receber está pautada em uma grande crise de
gestão, onde greves de várias categorias, ruas sujas, insegurança, falta de
atendimento em hospitais e manifestações, são corriqueiras.
O
petista deixa o cargo sem cumprir uma de suas maiores promessas, socorrer a
saúde pública no Distrito Federal. Em 2010, quando candidato da coligação Um
Novo Caminho, Agnelo prometeu que em 1º de janeiro de 2011, assumiria a
Secretária de Saúde, como médico, e mudaria o modelo de assistência á saúde,
retirando o atendimento ambulatorial dos hospitais.
Entretanto
não foi isso que ocorreu, e o caos na rede pública permanece. As Unidades de
Pronto Atendimento (UPA 24h), que custaram cerca de R$ 9 milhões, cada uma, não
foram bem administradas para cumprir suas funções, desafogar as emergências nos
hospitais. São estruturas novas, mas nem todas possuem os médicos das
especialidades prometidas. E não é raro ver pessoas não conseguirem atendimento
nessas unidades.
Na
educação, a expectativa sobre a implementação da Educação Integral em todas as
escolas do Distrito Federal também foi frustrada. Das 654 unidades de ensino,
somente os alunos de 64 escolas estudam o dia inteiro.
A
criminalidade também não foi contida nesses quatro anos. Nunca foi tão inseguro
andar pelas ruas do Distrito Federal e a violência chegou as Super Quadras do
Plano Piloto, nos noticiários crimes como sequestros, antigamente tão raros,
ganharam as páginas de muitos jornais. A estratégia de criar Postos
Comunitários de Segurança também não teve êxito. Das 131 unidades, muitas já
foram depredadas, pois apesar de terem custado R$ 110.000 cada uma, sem função,
foram abandonadas.
Durante
esses quatro anos de governo, Agnelo Queiroz criou seis decretos
inconstitucionais. Entre eles, um que afeta diretamente a vida dos
brasilienses, aquele que reduzia a área de preservação ambiental do Lago
Paranoá. O que poderia prejudicar, não só a preservação ambiental, como a
captação de água.
Mesmo
com o aumento da receita do Distrito Federal, de acordo com o Sistema Integrado
de Gestão Governamental (SIGGO), em 2010 eram R$ 5,35 bilhões passando para R$
9,95 bilhões em 2014, o governo não conseguiu honrar com todas as suas
responsabilidades e por falta de pagamento, muitos setores ficaram carentes.
Ainda
falando sobre finanças, Agnelo Queiroz deixa, além de salários atrasados, um
rombo orçamentário estimado em R$ 3,8 milhões, segundo a equipe de transição.
Quando começou seu governo, Agnelo recebeu uma dívida de R$ 800 milhões, e
todos os contratos estavam cancelados, segundo dados do GDF.
Por:
Francine Monteiro
Segunda-feira,
29 de dezembro, 2014
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