Liberdade de expressão

“É fácil submeter povos livres: basta retirar – lhes o direito de expressão”. Marechal Manoel Luís Osório, Marquês do Erval -15 de abril de 1866

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21 dezembro, 2021

PF ABRE INQUÉRITO PARA APURAR AMEAÇAS A INTEGRANTES DA ANVISA


A Polícia Federal começou a investigar as ameaças recentes a servidores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Os ataques se intensificaram depois que o órgão deu aval para a imunização de crianças a partir de 5 anos com a vacina da Pfizer.

 

A própria agência denunciou a escalada de ameaças e pediu proteção policial para os técnicos e seus familiares. Ofícios foram disparados ao Ministério da Justiça, Gabinete de Segurança Institucional, Procuradoria-Geral da República e Polícia Federal.

 

Mais cedo, o procurador-geral da República, Augusto Aras, também disse que adotou providências para atender o pedido. A informação conta em documento enviado ao presidente da agência, Antonio Barra Torres.

 

A Anvisa vem sendo atacada desde o início da pandemia por causa das medidas sugeridas para o enfrentamento da crise sanitária. Os ataques recentes vieram na esteira da reação do presidente (Irresponsável) Jair Bolsonaro (PL) ao sinal verde para a vacinação de crianças. Ele disse que divulgaria os nomes dos responsáveis pela aprovação da imunização infantil contra a covid-19.

 

Após a declaração do Irresponsável, a Anvisa disse ‘repudiar com veemência’ ameaças a funcionários do corpo técnico do órgão. Ao pedir a responsabilização pelas tentativas de intimidação, a agência disse que os diretores foram ‘surpreendidos com publicações nas mídias sociais na ‘internet’ de ameaças, intimidações e ofensas’.

 

“Esses fatos aumentaram a preocupação e o receio dos diretores e servidores quanto à sua integridade física e de suas famílias e geraram evidente apreensão de que atos de violência possam ocorrer a qualquer momento”, afirma o texto.

 

A PF já tem um inquérito em curso sobre ameaças de morte recebidas pelos funcionários da agência para que a vacinação contra a covid-19 em crianças não fosse autorizada. 

 

(!!!) Vale lembrar que ninguém acredita que alguém vá ser punido pela ameaça enquanto não morrer alguém.  

 

*Com Estadão Conteúdo

Terça-feira, 21 de dezembro 2021 às 10:41


 

20 dezembro, 2021

MÉDICOS SEM FRONTEIRAS CELEBRA 50 ANOS COM ATUAÇÃO NA LINHA DE FRENTE CONTRA COVID-19

 

Entidade criada na França por médicos e jornalistas chegou ao Brasil em 1991 para ajudar a conter epidemia de cólera. Hoje se destaca na luta contra a pandemia causada pelo novo coronavírus.” Apesar de estarmos completando 50 anos, não consideramos de forma alguma que isso é algo que devemos celebrar. Gostaríamos que não existisse a necessidade de nossa atuação comunitária. Trabalhamos para que não sejamos mais necessários no mundo.”

 

A frase, dita pela psicóloga Renata Santos, presidente do conselho da Médicos Sem Fronteiras (MSF) no Brasil, ilustra bem a vocação dessa organização. Fundada na França em 20 de dezembro de 1971 — por médicos e jornalistas que haviam atuado como voluntários na guerra civil na Nigéria na década anterior —, a entidade esteve envolvida em todas as grandes tragédias humanitárias das últimas cinco décadas.

 

Nesse portfólio somam-se atuações em guerras e outros conflitos armados, em desastres ambientais, epidemias, como HIV e ebola, e durante o fluxo migratório que deixou milhares de refugiados desamparados pelo mundo.

 

No Brasil, o primeiro projeto que contou com o envolvimento da MSF foi em 1991, no combate a uma epidemia de cólera na região Norte. Equipes da organização se incumbiram de treinar médicos, enfermeiros e agentes de saúde locais para que estes conseguissem atender melhor aos casos da doença. Comunidades indígenas e outros grupos mais vulneráveis passaram, desde então, a receber atenção especial da entidade.

 

 

Desde a chegada da pandemia de covid-19 ao Brasil, esta tem sido a principal frente de atuação da organização. A enfermeira Jamila Fabiana de Oliveira Costa havia acabado de ser contratada quando foi destacada para o trabalho de campo junto aos moradores de rua de São Paulo.

 

“Era o comecinho da pandemia, abril de 2020. Naquele momento fazíamos a testagem e o monitoramento dos sintomas da população em situação de rua. Ainda não havia muita habilidade sobre o manejo clínico da doença”, recorda ela, que diz estar vivendo covid-19 “24 horas por dia” desde então.

 

Com a disseminação da nova doença pelo país, os profissionais da MSF passaram a montar UTIs em hospitais e a atuar em novas frentes. Logo, a enfermeira foi destacada para viajar pelo país. Rondônia, Amazonas, Ceará e Bahia foram estados onde ela atuou, sempre na linha de frente do combate ao coronavírus.

 

Ela conta que o que mais a marcou foi o trabalho junto a comunidades indígenas, mais vulneráveis à nova doença. “Em São Gabriel da Cachoeira [município do Estado do Amazonas], nossa preocupação foi adaptar a assistência para criar vínculos com a comunidade indígena, respeitando sua cultura, sua individualidade”, recorda.

 

Um exemplo foi entender que as “garrafadas”, bebidas feitas com diversas plantas medicinais, como têm papel importante para essas comunidades, precisavam ser permitidas durante o tratamento. “Porque para eles isso faz parte de uma cura pela espiritualidade. Desde que não prejudicasse o tratamento em si, foram liberadas”, conta a enfermeira.

 

Mas se uma pandemia fez com que o primeiro trabalho de Costa fosse em território nacional, é comum que profissionais da MSF sejam deslocados para bem longe.

 

O engenheiro Fábio Biolchini Duarte, por exemplo, aproximou-se da organização em 2012, quando ele estava trabalhando, por meio de uma mineradora brasileira, na Guiné-Conacri e se deparou com um projeto da MSF. “Ali entendi que era a minha vocação. Que fazia mais sentido para minha índole ficar mais perto dessa turma do que no setor privado”, lembra.

 

Ele pleiteou uma vaga e, no ano seguinte, estava trabalhando para a Médicos Sem Fronteiras. Atuou no Haiti, na Turquia, na República Centro-Africana, no Congo, no Paquistão e na Serra Leoa. Como engenheiro, ele acabou assumindo uma posição de coordenação, desenhando e gerindo as tarefas que precisam ser implementadas.

 

“Nesse tempo, atuei em trabalhos de diversos contextos diferentes, epidemias, guerra civil, tragédias naturais”, recorda. Duarte diz que a missão mais marcante foi atuar durante a guerra civil na República Centro-Africana, com “os civis matando uns aos outros em um conflito que inicialmente era político e, depois, passou a ser religioso”. Ele conta que perdeu 14 quilos nos nove meses em que trabalhou por lá.

 

Designado para atuar na contenção da covid-19 no Brasil, Duarte avalia que a sensação foi emocionalmente diferente. “Quando saímos e vamos para outro lugar, há sempre aquele conforto de pensar que a nossa casa, a nossa família não está afetada pela crise em que estamos. Com a covid-19 foi diferente: a doença chegou ao Brasil e foi arrasadora. Eu nunca tinha visto tanto cadáver em minha vida”, comenta. “E em um país que não é dos piores em termos de estabilidade política, relativamente rico em comparação com os africanos. Mesmo assim, foi uma calamidade.”

 

“Essa sensação de perda de segurança foi muito abalam-te para mim e para muitos colegas”, afirma.

 

Em 1999, a Médicos Sem Fronteiras foi reconhecida com o Prêmio Nobel da Paz. A diretora-executiva de MSF-Brasil, Ana de Lemos, diz que ser parte da organização “é um orgulho e um privilégio”. Ela resume o trabalho desempenhado pela instituição com um lema: “Salvar vidas e levar dignidade às pessoas no momento em que elas mais são privados dela”.

 

*IstoÉ

Segunda-feira, 20 de dezembro 2021 às 11:54


 

18 dezembro, 2021

ERROS DE HIGIENE NA COZINHA COLOCAM A SAÚDE EM RISCO, APONTA PESQUISA

 

No Brasil, entre 2000 e 2018, foram registrados, oficialmente, 247.570 casos de doenças transmitidas por alimentos (DTA), com 195 mortes, segundo dados do Ministério da Saúde. E a origem principal da contaminação é a cozinha da casa dos contaminados.

 

Para entender o fenômeno, os pesquisadores do Centro de Pesquisas em Alimentos, o Food Research Center (FoRC), da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP), realizaram um estudo para analisar os hábitos de higiene e práticas relativas à higienização, manipulação e armazenamento dos alimentos nas residências dos brasileiros.

 

Os resultados mostram que uma parcela expressiva da população adota medidas inadequadas. Portanto, está mais exposta às DTA. Feita com 5 mil pessoas de todos os estados, a maioria mulheres entre 25 e 35 anos de idade e com renda entre quatro e dez salários mínimos, a pesquisa também verificou as temperaturas das geladeiras de 216 residências no estado de São Paulo.

 

Dos ouvidos, 46,3% disseram ter o hábito de lavar carnes na pia da cozinha, 24,1% costumam consumir carnes malcozidas e 17,4% consomem ovos crus ou malcozidos em maioneses caseiras e outros pratos.

 

O coordenador da pesquisa, Uelinton Manoel Pinto, professor da USP e integrante do FoRC, alerta que lavar carnes, especialmente a de frango, na pia da cozinha, pode espalhar potenciais patógenos no ambiente, representando uma prática de risco.

 

A auxiliar de limpeza Francisca Alves de Melo, ainda tem esse hábito. “Carne vermelha eu não costumo lavar, mas carne de porco, frango, normalmente eu lavo antes de cozinhar”. Ela ressalta, no entanto, que nunca teve doença por má conservação.

 

Ela lava tudo que guarda na geladeira. “Quando eu chego da feira ou sacolão, o que é de geladeira eu lavo com águia e sabão. Por exemplo, batata, cenoura, coloco nas sacolinhas e armazeno. Antes de consumir, eu lavo as frutas e verduras, mas chegar e lavar pra deixar na fruteira não, só na hora do consumo. Também lavo as latas [de conservas].”

 

A auxiliar de copa Ivoneide Holanda da Silva disse que tem os mesmos hábitos da colega, mas lava a carne de frango. “Lavo tudinho, mas a carne vermelha não”.

Segundo o professor Uelinton Pinto, o consumo de alimentos de origem animal malcozidos ou crus também apresenta risco microbiológico, já que o recomendado é cozinhar o alimento a uma temperatura mínima de 74°C para garantir a inativação de patógenos que podem estar presentes no produto cru.

 

“Nem todo produto cru de origem animal contém micro-organismos patogênicos, mas existe esse risco, e o cozimento adequado garante que esses micro-organismos sejam eliminados ou reduzidos a níveis seguros”, explica o pesquisador.

 

Com respeito às práticas de higienização de verduras, 31,3% costumam fazer a higienização apenas com água corrente e 18,8% com água corrente e vinagre. Para higienização de frutas, 35,7% utilizam apenas água corrente e 22,7% água corrente e detergente.

 

Para a higienização segura de verduras, legumes e frutas que serão consumidos crus, a recomendação é lavar com água corrente e utilizar uma solução clorada com um tempo de contato mínimo de 10 minutos, seguido de novo enxágue em água corrente.

 

O percentual de pessoas que usam água com solução clorada, segundo o estudo, é de 37,7% (para verduras) e 28,5% (para frutas). Já os vegetais que serão cozidos ou as frutas que serão consumidas sem a casca não precisam passar pela desinfecção em solução clorada.

 

A pesquisa mostra que parcela significativa dos entrevistados realiza práticas inadequadas de higiene, manuseio e armazenamento de alimentos. Para corrigir esses erros, os pesquisadores elaboraram um material educativo para orientar sobre a forma correta de armazenar os alimentos na geladeira.

 

Ao fazer compras em supermercados, a maioria dos ouvidos na pesquisa, 81%, não utiliza sacolas térmicas para transportar alimentos refrigerados ou congelados até suas residências.

 

A nutricionista Jessica Finger lembra que em um país como o Brasil, onde as temperaturas chegam facilmente a 30°C em várias cidades durante o ano todo, é fundamental que os produtos perecíveis sejam transportados em condições adequadas, dentro de uma sacola térmica. Jessica também conduziu a pesquisa, que teve ainda o envolvimento do estudante de iniciação científica Guilherme Silva, graduando de Nutrição na USP.

 

Com relação às sobras de alimentos, 11,2% dos participantes da pesquisa relataram armazená-las na geladeira passada mais de duas horas do preparo, o que representa risco à segurança dos alimentos. “Não é recomendado deixar alimentos prontos por mais de duas horas sem refrigeração, visto que a temperatura ambiente favorece o crescimento microbiano nesses alimentos. Essa é uma das principais práticas responsáveis por surtos de doenças de origem alimentar,” alertam os pesquisadores.

 

A pesquisa ainda evidenciou que é comum descongelar os alimentos em temperatura ambiente (39,5%) ou dentro de um recipiente com água (16,9%), o que também não é adequado, visto que os alimentos devem ser mantidos a uma temperatura segura durante o descongelamento, podendo ser realizado na geladeira ou no micro-ondas.

 

Sobre o armazenamento de carnes na geladeira, a maioria dos participantes (57,2%) relatou armazenar as carnes na própria embalagem que contém o produto. A prática é questionável, uma vez que é preciso utilizar um recipiente adequado para evitar o gotejamento do suco da carne e a contaminação de outros alimentos estocados no refrigerador.

 

A boa notícia da pesquisa é que em relação à temperatura dos refrigeradores, dos 1.944 registros coletados, 91% ficaram entre a faixa de temperatura recomendada, de 0ºC a 10°C. Segundo os pesquisadores, esse dado é importante, pois pode ser utilizado em estudos de modelagem para prever a multiplicação de micro-organismos nos alimentos refrigerados. (ABr)

Sábado, 18 de dezembro 2021 às 15:17


 A pandemia ainda não acabou, use mascara, tome as cacinas, evite aglomerações desnecessarias e  Feliz ano novo!